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sábado, 19 de dezembro de 2015

Igreja Católica se rende ao fanatismo do embusteiro padre Cícero


Encurralada no Brasil pelo evangelismo desvairado, a Igreja Católica resolveu legitimar uma figura do fanatismo religioso — padre Cícero (1844-1934).


Padre messiânico 
dizia que conversava 
com Jesus Cristo

A Igreja rejeitou o padre até o começo deste mês, quando a Arquidiocese de Crato (Ceará) divulgou uma carta do papa Francisco com a informação de que o brasileiro tinha sido “perdoado” [de heresias e insubordinações]. 

Trata-se do primeiro passo para a beatificação do padre.

Cícero adquiriu fama de milagreiro quando, em Juazeiro do Norte, diante de 3 mil fiéis, uma hóstia sangrou na boca da beata Maria de Araújo. Ela limpou a boca com o pano, que foi guardado no sacrário pelo padre.

Cícero pediu à beata que se mantivesse em silêncio e começou a mostrar o pano com a mancha aos fiéis como sendo o sangue de Jesus. 

Começava assim o mito do milagreiro, embora a própria Igreja achasse que era uma farsa. A beata provavelmente sofria de tuberculose, doença comum naquela época, principalmente em regiões pobres.

O “padim Ciço” tinha rompantes proféticos. Por exemplo, dizia aos fiéis, sedentos, que um dia as águas do rio São Francisco iam se espraiar por muitas cidades do nordeste.

Dizia também que, em uma ocasião, viu Jesus e os doze apóstolos postados em uma mesa, como na "Última Ceia", de Leonardo da Vinci.

Contava que tinha resolvido se fixar em Juazeiro porque Jesus lhe pediu que cuidasse daquele povo.

Os céticos chamavam Cícero de “maluco”.

Em uma região de extrema pobreza, o padre Cícero se tornou o intermediário informal entre Deus e o povo necessitado de milagres, já que dos governantes pouco se podia esperar, como hoje.

Cícero se tornou em um “coronel de batina”, mandava e desmandava. 

Os fiéis eram miseráveis, mas ele ficou rico. Tinha imóveis e grandes extensões de terras. Virou criador de milhares de cabeça de gado. Em certa medida, ele foi o precursor do milagreiro Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial.


Padre foi uma espécie de
Valdemiro de sua época
Afinado com o conservadorismo, padre Cícero se meteu na política e se tornou em 1911 prefeito de Juazeiro pelo Partido Republicano Conservador. Ficou no cargo 15 anos. Em 1926 ele se elegeu a deputado federal, mas não assumiu seu mandato.

O ator José Wilker (1947-2014), que nasceu em Juazeiro do Norte, disse em uma entrevista à TV Globo que, como testemunha, sempre ficava impressionado com a devoção ao padre Cícero, de pessoas que chegavam à cidade sangrando, de joelhos. Esse tipo de coisa ocorre até hoje.

É possível prever que, depois beatificação, virá logo a santificação do padre Cícero, que, aliás, já é considerado como santo pelos nordestinos, colocando em destaque, ao menos quanto a esse caso, a irrelevância da Igreja Católica.

Com informação das agências e de outras fontes. 


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