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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Conheçam os judeus no círculo interior de Trump



Conheçam os judeus no círculo interior de Trump
 
Por Josefin Dolsten


Ivanka Trump (no alto, à esquerda, foto de Chip Somodevilla/Getty Images), Jason Greenblatt (no alto, à direita, foto de Uriel Heilman), Boris Epshteyn (abaixo, à direita, foto de Ilya S. Savenok/Getty Images for SiriusXM) e Steven Mnuchin (abaixo, à esquerda, foto de Andrew H. Walker/Getty Images for City Harvest)
(JTA) — O president eleito Donald Trumo tem uma história complicada com judeus. Por um lado, sua filha Ivanka se converteu ao judaísmo ortodoxo antes de se casar com Jared Kushner e ele falou carinhosamente sobre ter netos judeus.

Por outro, alguns dos partidários de Trump se identificam com elementos antissemitas do movimento “alt-right” e ele é querido pelo proeminente supremacista branco David Duke.

No domingo (13 de novembro), Trump nomeou Stephen Bannon – o ex-editor do “Breitbart News”, um site com laços com o “alt-right” – como seu estrategista-chefe, num passo que provocou rapidamente críticas da Liga Antidifamação.

Ainda assim, o quadro de conselheiros de Trump não é escasso de judeus. Mesmo que o magnata imobiliário e ex-estrela de reality TV possa não ter nomeado oficialmente membros da família para seu gabinete devido às regulamentações federais anti-nepotismo, aí vai um olhar sobre seus conselheiros judeus, suas visões e possíveis papéis em sua administração.

Jason Greenblatt

Jason Greenblatt (Foto: Uriel Heilman)
Greenblatt trabalhou como advogado imobiliário para Trump por 19 anos e é um dos dois advogados judeus que Trump disse que nomearia como seus assessores para assuntos de Israel.

Um judeu ortodoxo e graduado pela Yeshiva University, Greenblatt estudou numa yeshiva na Cisjordânia em meados dos anos 80 e serviu até mesmo na guarda armada por lá.

O pai de seis filhos de Teaneck, Nova Jersey, não tem nenhuma experiência política. Greenblatt declarou que dialoga com pessoas envolvidas no governo israelense, mas não falou com nenhum palestino desde seus estudos na yeshiva. Ele citou o Comitê Americano-Israelense para Assuntos Públicos (American Israel Public Affairs Committee) como sua principal fonte para se manter informado sobre o Estado Judeu e ajudou a esboçar o discurso de Trump na conferência anual do grupo lobista, em março.

Greenblatt, que disse apoiar a solução de dois Estados, indicou que Trump terá uma abordagem mais “laissez-faire” para a construção da paz. “Ele não vai impôr nenhuma solução a Israel”, disse Greenblatt à Rádio do Exército de Israel, semana passada. Ele também disse que Trump “não vê assentamentos judaicos como um obstáculo à paz”.

David Friedman

David Friedman (Reprodução do YouTube)
Além de Greenblatt, Trump nomeou Friedman, 57 anos, como seu assessor para assuntos de Israel. Friedman, um especialista em falências e sócio da firma de advocacia Kasowitz, em Nova York, é o advogado de mais longa data do presidente eleito.

Filho de um rabino conservador com um histórica familiar de laços com candidatos presidenciais republicano – sua família recebeu Ronald Reagan para um almoço de shabat em 1984, ano em que ele foi reeleito – Friedman mora em Woodmere, Nova York, e é dono de uma casa no bairro de Talbiyeh, em Jerusalém, de acordo com o jornal “Haaretz”.

Friedman expressou dúvidas sobre o futuro da solução de dois Estados, tradicionalmente um pilar da política americana bipartidária na região. Antes de o Partido Republicano aprovar uma plataforma que omitia referências à solução de dois Estados, ele disse que pode ter chegado a hora de o partido rejeitar o conceito.

“A solução de dois Estados pode ser uma resposta, mas não acho mais que é a única resposta”, disse ele em julho.

Friedman também disse que anexar a Cisjordânia não causaria danos ao status de Israel como um Estado Judeu.

Jared Kushner

Jared Kushner durante a estreia de “A Film Unfinished”,
em Nova York, em 2010 (Foto: Jason Kempin/Getty Images)
Kushner – o rebento de 35 anos de uma das mais proeminentes famílias do mercado imobiliário de Nova York e, desde 2009, o marido da filha de Trump, Ivanka – desempenhou um papel crucial na campanha do presidente eleito, especialmente em relação a Israel. Ele trabalhou no discurso de Trump na conferêcia anual da AIPAC que fez o então candidato ser aplaudido de pé e ajudou a planejar uma viagem a Israel para seu sogro, no ano passado (Trump cancelou a viagem depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou sua promessa de proibir imigração muçulmana para os Estados Unidos).

Trump parece estar encantado com Kushner, frequentemente referindo-se a seu “fantástico” genro para ostentar suas credenciais pró-Israel.

Kushner, um judeu ortodoxo que vive com sua mulher e seus três filhos no Upper East Side de Manhattan, pode ter se tornado um nome familiar durante a campanha, mas ele não é um novato diante dos holofotes. Em 2000, aos 25 anos, ele comprou o jornal “Observer”. Dois anos depois, se tornou CEO da firma de seu pai, Kushner Properties, quatro anos depois de seu pai ser mandado para a prisão por sonegação de impostos, doações de campanha ilegais e manipulação de testemunhas. Em 2015, a “Fortune” colocou Kushner em sua lista dos “40 antes dos 40”, seu ranking anual dos jovens mais influentes nos negócios.


Ivanka Trump

Ivanka Trump acenando ao público antes de fazer um discurso na Convenção
Nacional Republicana, em agosto (Chip Somodevilla/Getty Images)
A filha de Trump, Ivanka, 35 anos, que se converteu ao judaísmo ortodoxo, serviu como a face mais polida e suave da campanha de seu pai. Uma mulher de negócios de sucesso cuja marca se centraliza em torno do empoderamento de mulheres, ela ficou do lado do pai quando foram divulgadas gravações que pegaram o presidente eleito se vangloriando de atacar mulheres sexualmente.

Ivanka teria tentado – nem sempre com sucesso – fazer com que seu pai baixasse o tom ou voltasse atrás no caso de seus comentários mais inflamatório, incluindo chamar imigrantes mexicanos de estupradores, de acordo com a “New York Magazine”.

Ela é a criadora da Coleção Ivanka Trump, uma marca de moda e estilo de vida, e serve como vice-presidente executiva para Desenvolvimento e Aquisições das Organizações Trump, a empresa de seu pai.

Ivanka, que deu à luz seu terceiro filho em março, pertence, com Kushner, à sinagoga ortodoxa Kehilath Yeshurun, do Upper East Side, e classificou sua família como “bastante observante”. Ela também entrou na lista dos “40 antes dos 40” da “Fortune” em 2014, um ano antes de seu marido.

Boris Epshteyn

Boris Epshteyn num evento da SiriusXM em Nova York, em 2015
(Foto: Ilya S. Savenok/Getty Images for SiriusXM)
Epshteyn, 34 anos, é um estrategista politico republicano e um firme defensor de Trump que apareceu como substituto do presidente eleito em grandes redes de TV mais de cem vezes, segundo o “The New Yoirk Times”.
Um banqueiro de investimentos novaiorquino e advogado financeiro, Epshteyn trabalhou como assessor de Comunicação da campanha presidencial do senador John McCain, em 2008, focando seus esforços na parceira do senador do Arizona, a então governadora do Alasca, Sarah Palin, que Trump estaria considerando para o cargo de secretária do Interior, segundo o “Politico”.

Epshteyn, nascido em Moscou, fala russo fluentemente. Ele se mudou para os Estados Unidos em 1993. Ele moderou um painel encorajando investimentos em Moscou e pode servir como um recurso para Trump lidar com as relações com a Rússia. Trump expressou seu desejo de melhorar os laços com o presidente Vladimir Putin.

Por outro lado, o temperamento de Epshteyn pode ser uma perda para Trump. Âncoras de TV o descreveram como “muito combatente” e “desgastante” e, em 2014, ele foi acusado de delito de assalto depois que ele se envolveu em uma briga de bar. A acusação foi retirada depois que Epshteyn concordou em submeter-se a um treinamento de gerenciamento de raiva e executar serviço comunitário.

Stephen Miller

Stephen Miller no lobby do Trump Tower en Nova York,
em novembro de 2016 (Drew Angerer/Getty Images)
Miller, 30 anos, desempenhou um papel crucial na campanha de Trump, ajudando a aquecer as multidões em comícios e esboçando discursos, incluindo o de aceitação da nomeação do presidente eleito na Convenção Nacional Republicana.

Ele se classifica como um “judeu praticante” e se uniu à campanha de Trump em janeiro. Miller ascendeu rapidamente dentro das fileiras da campanha para se tornar “uma das pessoas mais importantes”, como disse o diretor da campanha de Trump ao “The Wall Street Journal”.

Previamente, ele trabalhou por sete anos como assessor do senador republicano Jeff Sessions, ajudando o legislador a rascunhar projetos para acabar com uma lei bipartidária de reforma imigratória do Senado. Alguns dos argumentos de Sessions contêm similaridades às observações chocantes e muitas vezes controversas de Trump sobre esse assunto, como sugerir a construção de um muro na fronteira com o México e banir imigração muçulmana ao país.

Mesmo que Miller tenha crescido num lar judaico liberal no Sul da Califórnia, ele se sentiu atraído por causa conservadoras desde cedo. Quando era aluno do Ensino Médio, escreveu uma carta ao editor de um jornal local no qual criticava sua escola por fornecer camisinhas gratuitas para os estudantes e por fazer anúncios tanto em inglês quanto em espanhol, entre outras coisas.

Steven Mnuchin

Steven Mnuchin falando no evento City Harvest em Nova York, em abril de 2014
(Foto: Andrew H. Walker/Getty Images for City Harvest)
Mnuchin, um ex-executivo da Goldman Sachs, trabalhou como presidente de finanças nacional de Trump durante a campanha com o objetivo de arrecadar mais de US$ 1 bilhão para a candidatura.

Trump e Mnuchin são amigos há 15 anos e, antes de ser responsável pelas finanças da campanha de Trump, ele serviu como um assessor. Parte do que o “The New York Times” descreve como “uma das mais influentes familias” da elite de Manhattan, ambos Mnuchin e seu pai ficaram ricos trabalhando na Goldman Sachs. O jovem Mnuchin também foi um dos fundadores da empresa de entretenimento RatPac-Dune Entertainment, que atuou em sucessos de Hollywood como “Avatar” e “Black Swan”

Alguns viram a união entre Trump e Mnuchin como incomum, considerando que o magnata imobiliário criticou diversas vezes a Goldman Sachs. Mas isso não atrapalhou a boa relação profissional entre os dois. Trump estaria, agora, considerando Mnuchin para a posição de secretário do Tesouro, segundo o “Politico”.

Lewis Eisenberg

Lewis Eisenberg (Reprodução do YouTube)
Eisenberg, o chefe de private equity do Granite Capital International Group, serve como presidente financeiro do Comitê Republicano Nacional. Ele foi um dos poucos de um pequeno grupo de membros da Coalizão Judaica Republicana que não fugiram da candidatura de Trump e foi um grande contribuinte de grupos apoiadores da eleição de Trump. Só nove dos 55 membros do conselho do CRN contribuiriam com a campanha de Trump.

Além de Mnuchin, ele trabalhou para arrecadar fundos para o candidato. 
Eisenberg cresceu em Nova Jersey, reportou o “Forward”, e tem sido cotado como possível escolha para secretário do Comércio da administração Trump.

Ele era o presidente da Autoridade Portuária da Nova York e de Nova Jersey na época dos ataques terroristas de 11 de setembro ao World Trade Center.

Eisenberg disse ao JTA que estava “extremamente entusiasmado” em relação à presidência de Trump, chamando-o de “um forte defensor de Israel, um forte defensor da justiça e da ordem”.

Michael Glassner

Michael Glassner (Reprodução do YouTube)
Glassner não era um novato em campanhas presidenciais republicanas quando Trump o nomeou, no ano passado, para servir como seu diretor político nacional. Ele trabalhou como diretor de operações da vice-presidência para a campanha de McCain, em 2008, e dirigiu a campanha de George W. Bush em Iowa, em 2000. Ele também trabalhou com Palin e com o senador Bob Dole, um ex-candidato presidencial.

Como muitos dos assessores judeus de Trump, Glassner não esconde seu apoio a Israel. Antes de se unir à campanha de Trump, ele trabalhou como o diretor político da filial Sudoeste da AIPAC.

Glassner elogiou o movimento anti-establishment e disse ao “Jewsih Insider” que sua experiência com Palin e o fato de que ele mora em Nova Jersey, não em Washington D.C., o transformou em alguém adequado à mensagem política de “outsider” de Trump.

Ele também serviu como assessor sênior de Eisenberg na época em que ele era o presidente da Autoridade Portuária.

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