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domingo, 9 de abril de 2017


Estamos a esgotar as águas subterrâneas - e vamos pagar por isso


© Reuters Photographer / Reuter
A extração excessiva de água para a rega está a esgotar os aquíferos nas maiores regiões produtoras de alimentos do mundo, pondo em risco a sustentabilidade e a segurança alimentar

LEONOR CABRAL CENTENO

Cerca de 43% da água utilizada para regar e cultivar, em todo o mundo, vem de aquíferos subterrâneos. Uma das principais formas de recuperação dos aquíferos dá-se através da recarga feita pela precipitação que, por norma, tende a aliviar os problemas de drenagem. Neste caso, as fontes estão a ser usadas tão rapidamente que a precipitação não consegue repô-las. Ao longo da década de 2000, o uso de águas subterrâneas não renováveis duplicou na China e também aumentou significativamente na Índia e nos EUA. As culturas que utilizam as maiores quantidades desta água são o trigo, o arroz, o açúcar, o algodão e o milho.

Estas são as conclusões de um estudo publicado pela revista Nature. resumidamente, o comércio está a aumentar de forma insuportável a pressão sobre as águas não renováveis, usadas para regar campos de cultivo. Os países que mais exportam alimentos cultivados por estas águas são o Paquistão, os EUA e a Índia. Os investigadores acreditam que se não houver uma medida de prevenção o comércio internacional de produtos agrícolas poderá ficar ameaçado.

Os EUA, México, Irão, Arábia Saudita e China estão entre os 10 maiores usuários de água insustentável na agricultura. O Irão, por exemplo, importa arroz do Paquistão que é regado pelos aquíferos do Alto do Ganges e do Baixo Indus. Estas fontes de água têm taxas de extração até 50 vezes superiores às exigidas para que o uso seja considerado sustentável.

Segundo a especialista Carole Dalin, uma das autoras do estudo, "se as reservas de água acabarem, o preço dos alimentos será afetado e afetará quase toda a população mundial".

Muitos países desenvolvidos estão cientes dos problemas no esgotamento das águas subterrâneas e têm posto em prática algumas medidas de forma a contornarem este problema. Mas em países pouco desenvolvidos os mecanismos para restringir a água podem não existir.

Para Carole Dalin, o Paquistão é o país mais complexo - apesar de ganhar muito dinheiro com as exportações de arroz não consegue imaginar o impacto que está a ter no meio ambiente. E a verdade é que mais tarde ou mais cedo estes problemas afetarão a sua produção.

A única solução, dizem os cientistas, é alertar os consumidores dos países desenvolvidos de forma a que cada vez que comprem alimentos pensem na água que foi gasta a produzi-los. "Os produtos que se compram num supermercado podem ter impactos ambientais muito diferentes, dependendo de onde são produzidos e como são regados", afirma o investigador Yoshihide Wada.

Fonte: http://visao.sapo.pt

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