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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Ameaçada pela ação humana, polinização é essencial para a agricultura e gera R$ 43 bi


Atividade ecossistêmica liderada pelas abelhas tem sido modificada por mudanças climáticas, desmatamento e agrotóxicos

SEGUNDA-FEIRA 11.02.2019
JOÃO VICTOR ESCOVAR
Foto: EFE/Nic Bothma

O sucesso produtivo, econômico e biológico, quando tratamos de agricultura, está atrelado à ação de pequenos animais, como abelhas, borboletas e vespas, na reprodução de diversos tipos de planta: a polinização. Essa foi a conclusão de um relatório produzido por pesquisadores do tema e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A polinização é o processo pelo qual o gameta masculino de uma planta é conduzido até o gameta feminino de outra de sua espécie, o que possibilita a reprodução. Pode ocorrer por meio de agentes não-vivos, como o vento, ou de agentes vivos, como os pequenos animais, que são atraídos por aspectos como néctar, cheiro e coloração da planta.

Segundo o relatório apresentado, das 191 plantas utilizadas para a produção de alimentos no Brasil, 114 (60%) dependem da visita de polinizadores para se reproduzir. Dentre essas variedades, estão alguns pilares da agricultura nacional, como a soja, o café, o feijão e a laranja.

Outra avaliação feita pelos pesquisadores partiu do aspecto econômico: estimou-se que o ganho produtivo potencializado pela polinização chega a R$ 43 bilhões de reais ao ano para a agricultura brasileira.

“A polinização tem uma importância não só do ponto de vista biológico, da conservação das espécies em si, mas também econômica. É essa a mensagem que pretendemos fazer chegar a quem toma as decisões no agronegócio”, declarou o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carlos Joly.

O estudo indicou que cerca de 250 animais possuem potencial para polinizar, mas que as abelhas são as mais importantes: agem sobre 80% das culturas e são responsáveis, exclusivamente, pela polinização de 65% delas.

“As plantas cultivadas ou silvestres visitadas por esses animais polinizadores enriquecem a nossa dieta ao prover frutas e vegetais que fornecem uma série de nutrientes importantes”, avaliou a professora da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Marina Wolowski. “Outras plantas cultivadas pelo vento, como o trigo e o arroz, por exemplo, estão mais na base da dieta”.



Meio Ambiente

Os pesquisadores também fizeram um alerta à modificação que o processo polinizador vem sofrendo, por causas como o desmatamento, que substitui os hábitats dos polinizadores pelas áreas urbanas; as mudanças climáticas, que modificam a distribuição e o comportamento das espécies, além das épocas de floração; e os agrotóxicos, que podem matar e afastar não só as pragas, mas também os polinizadores, e interferir na produção de néctar e pólen nas plantas.

“Como esses fatores de risco que ameaçam os polinizadores não ocorrem de maneira isolada, é difícil atribuir o peso de cada um deles separadamente na questão da redução das populações de polinizadores que tem sido observada no mundo”, disse a estudiosa na Unifal.

Entre as ações sugeridas para a conservação da polinização na agricultura, o relatório propõe formas alternativas no controle de pragas e doenças, a redução do deslocamento dos defensivos para fora das plantações e uma maior integração entre áreas agrícolas e conservadas.

* Com informações da Agência Fapesp

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