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quarta-feira, 20 de julho de 2022

Relembrando a infância

(...) pulava da cama tão contente, batia asas com os braços e cocoricava, remedando o galo (...) - GUIMARÃES ROSA - Manuelzão e Miguilim.

Nós, moleques em Canasvieiras, na década de 1950, fazíamos exatamente assim, quando queríamos arrumar diversão, o que incluía provocar briga com outros garotos - insinuando que eram "galinhas".

Ou, em vez de imitar um galo, imitávamos um bode (ao qual víamos como sinônimo de "macheza", pelo comportamento naturalmente libidinoso) e insinuávamos que o outro - a quem queríamos desafiar - era uma cabra.

E assediávamos o desafiado assim, imitando o macho caprino: "bete, bete, bete"!!!

O outro, cutucado, irritava-se e a peleia estava formada. Medíamos força, trocávamos sopapos, quebrávamos narizes, rolávamos no chão, mesmo que, depois, os pais nos viessem aos couros.

Tudo valia, como diversão e mostra de "macheza". Era essa a "cultura" de então.

Quando, com 11 anos, depois de um "exame de admissão", ingressei na Escola Industrial (hoje IFSC) e, no primeiro dia de aula, trajando "calça curta" (não se dizia "bermuda"), fui assediado por um "veterano", com um dolorido "cascudo".

Vislumbrei um pedaço de tijolo largado em um canto do pátio e vali-me da "arma" (o veterano era bem maior e mais forte), imediatamente, em legítima defesa da minha dignidade, rachando o couro cabeludo do agressor.

E lá nos fomos para a direção. Não fui expulso porque o velho Sezefredo Blaske, então diretor da Escola, acolheu minha tese de legítima defesa.  Aí minha querida Tia Maria, sabendo do ocorrido, profetizou: "tu vais ser advogado"!!!

A fama de briguento, evitou, para sempre, que me assediassem novamente.


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