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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

CAMBIRELA(*) DE CHAPÉU....

...vai descer água do céu.





Olhando o morro que integra o Parque da Serra do Tabuleiro com o seu topo encoberto por nuvens e tendo acabado a leitura do livro de SÍLVIO ADRIANI CARDOSO, intitulado "O último vôo do C-47 2023: o desastre aéreo que abalou o Brasil", lembrei-me da expressão usada como manchete desta matéria, que era usada pelo meu sogro, morador da região, Alécio José da Silva, para referir tempo chuvoso e sempre perigoso para a aviação.

O livro citado é muito interessante e refere também o acidente ocorrido com o Boeing da Transbrasil, que colidiu com o morro da Virgínia/Ratones, em abril de 1980. A obra foi-me emprestada pelo senhor "Beto" (Roberto André Rodrigues), de 98 anos, citado pelo escritor nas páginas 213, 224 e 240, com cuja família tivemos o prazer de almoçar, ontem, na simpática casinha da família, no Furadinho (**)

O minucioso autor revela a ocorrência de saques dos pertences das tripulações e passageiros, em ambos os acidentes por moradores das proximidades dos eventos, bem como por  curiosos (e mal intencionados) vindos de outras paragens.

O mais lamentável, no caso do Cambirela, foi a constatação, até mesmo, de repugnante necrofilia (relações sexuais com vítimas fatais), praticada por indivíduos inescrupulosos e, por que não dizer, doentes, procedimento que, em nenhuma hipótese deve servir para macular a imagem da população local, como um todo, pois a comunidade era composta por gente trabalhadora e séria (pescadores e lavradores, principalmente), incapaz de cometer semelhante atrocidade.

Afora noticias tão lamentáveis, de se louvar o empenho e muito sacrifício dos envolvidos no resgate dos corpos, na maioria militares, mas também muitos civis.

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(*) SOBRE O CAMBIRELA:
- CÂMARA CASCUDO - Dicionário de folclore brasileiro, p. 184, referiu como CAMBIRERA, um mito, sobre o qual discorreu. Salienta que o termo designativo é de pura origem guarani, significando “seios flácidos de anciã, ubre de vaca que foi recentemente ordenhada”, segundo ORTIZ MAYANS (Dicionário Español-Guarani …). O autor SILVIO ADRIANI CARDOSO reproduziu versão para a origem do nome daquela eminência encontrada na obra do famoso Saint-Hilaire ("Viagem à Província de SC").

(**) SOBRE O FURADINHO:
- Pequeno rio que corre a desaguar a 400 braças ao sul do Cubatão no distrito da Enseada de Brito. É um braço deste último rio. - JOAQUIM GOMES DE OLIVEIRA E PAIVA - Dicionário topográfico, histórico e estatístico da Província de Santa Catarina (1868)
- ALFREDO MOREIRA PINTO - Apontamentos para o dicionário geográfico do Brasil (1894)- Vol. F-O, p. 59. - Diz ser afluente do IMBAÚ.


quarta-feira, 17 de setembro de 2025

SÓ UMA PEREBINHA - Seria "castigo divino" o alegado câncer de pele do Coiso?

Não é possível esquecer que, enquanto os brasileiros enfrentavam a Covid, o debochado badalava nas praias, exibindo-se em motos aquáticas e expondo-se aos raios solares.  

Se o cancro tivesse aparecido em Lula, os evanjegues estariam celebrando e a Micheque estaria falando em castigo divino.

Embora eu não acredite na notícia de que o Bozo está com câncer de pele (está me parecendo mais uma das mentiras do tipo "facada"), vamos rememorar a insensibilidade do canalha, no ano de 2020: 

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Bolsonaro anda de jet ski no dia em que país passa de 10 mil mortos por Covid-19

Também neste sábado (9), Congresso e STF decretaram luto oficial de três dias por causa do número de vítimas da doença no país
09/05/20 às 22:39 | Atualizado 09/05/20 às 22:39




Neste sábado (9), dia que houve a confirmação de que mais de 10 mil brasileiros já morreram por Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro fez um passeio de jet ski no lago Paranoá, em Brasília, mostram vídeos obtidos pelo site Metrópoles.

Também neste sábado, o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal) decretaram luto oficial de três dias por causa do número de vítimas da doença no país.


Entre ontem (8) e hoje, o Ministério da Saúde registrou 730 mortes e 10.611 casos do novo coronavírus no Brasil, totalizando 10.627 mortes por Covid-19 e 155.939 casos confirmados.

Apesar de vídeos mostrarem o passeio do presidente, a Secretaria de Comunicação da Presidência não confirmou a informação e disse que se trata de agenda privada.

Durante o passeio, que não estava previsto na agenda, alguns apoiadores se aproximaram para tirar fotos com o presidente.

Assim como Bolsonaro, os apoiadores estavam sem máscaras e não respeitaram o distanciamento social, contrariando recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um decreto do governo do Distrito Federal tornou obrigatório o uso de máscaras em espaços públicos desde 30 de abril. Multas de R$ 2 mil por descumprimento serão aplicadas a partir de segunda-feira (11).

Bolsonaro já se referiu à Covid-19 como uma "gripezinha" e, no dia em que o Brasil passou a China em total de mortes pela doença, afirmou que não tinha o que fazer sobre as mortes.

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse na ocasião.

Fonte: CNN

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

CAUSA MORTIS: ASBESTOSE (amianto)

Como uma mineradora, o STF e o governador Ronaldo Caiado se movem para adiar o fechamento de uma mina que mata

Solano Nascimento | Edição 228, Setembro 2025

Em julho de 2019, quando foi protocolada no Supremo Tribunal Federal uma ação para fechar uma mina de amianto na cidade goiana de Minaçu, o aposentado Sergio Grusca já tossia muito e sentia dores no peito, mas ainda conseguia sair de casa sozinho. Os pulmões pararam de funcionar aos poucos, e ele foi ficando recluso. “O pessoal vinha trazer oxigênio a cada três dias, depois a cada dois dias, e ele foi definhando”, contou sua vizinha, Eunice Rodrigues Teixeira, de 51 anos, durante uma conversa com a piauí numa tarde de junho. Ela acompanhou os últimos anos de Grusca, cujo trabalho na mina de Minaçu começou na década de 1970. 
Ele morreu em janeiro de 2022, aos 73 anos, vítima de asbestose, uma doença também conhecida como “pulmão de pedra”, que causa o acúmulo de fibras do amianto nos pulmões, reduzindo lentamente a capacidade respiratória – até a morte.

Em janeiro de 2023, quase quatro anos depois da abertura da ação, quando o ministro Alexandre de Moraes suspendeu outro processo na Justiça goiana que ameaçava fechar a mina, Gerson Flausino Pinto já havia pedido à mulher para deixar de acompanhá-la às compras no mercado. “Ele sentia muita falta de ar e o peito doendo”, lembra a viúva, Estelita Rodrigues dos Santos Flausino. “Tinha aquela doença do amianto.” Flausino Pinto trabalhara 21 anos na mina de Minaçu, grande parte desse tempo no silo de armazenamento do minério. Cansado dos procedimentos médicos, o mineiro implorava para não voltar ao hospital, onde acabou morrendo de asbestose dez meses depois, aos 77 anos.

Solano Nascimento

É professor de jornalismo na UnB e autor do livro Os Novos Escribas: O Fenômeno do Jornalismo sobre Investigações no Brasil (Arquipélago Editorial)

Fonte: Revista PIAUÍ-UOL

domingo, 14 de setembro de 2025

Pega fogo, cabaré de SC!!!

O Prefeito de Chapecó (João Rodrigues), que se diz candidato a governador em 2026, proclama que os candidatos a Senador, no seu grupo político, serão todos catarinenses. 

Notório baba-ovos de Bolsonaro, não é confiável, obviamente.

Enquanto isso, fontes da mídia dizem que uma pesquisa aponta Carlos Bolsonaro (sabidamente carioca) como o preferido da fascistada catarinense para o Senado, seguido de Carol De Toni.

Resta saber o que o Jorginho Mello pensa dessa controvérsia. Imagino que não apoiará o "!boca de caçapa" de Chapecó, porque o nosso ínfimo governador vive agarrado no saco do "minto".


MITO FRAGILIZADO

Médico diz que Bolsonaqro está mito fragilizado. Parafraseando o canalha, eu diria que é só uma fraquezinha.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Síria sob fogo israelense: a crise de Suwayda


Como previsto, HTS demonstrou mais uma vez ser a antessala da desintegração da Síria à serviço de Israel e da Turquia.

por Luiz Messeder
23 de agosto de 2025·

Forças beduínas sírias. Foto: Reprodução


Conforme previsto numa matéria anterior, o governo de Ahmed Al-Shara, Al Julani, membro do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ex-Al Nusra (Al-Qaeda da Síria) e também, durante um certo tempo, aliado tácito do ISIS, antes trazer qualquer paz e estabilidade à região, como prometiam os defensores da “Revolução Síria”, demonstrou mais uma vez ser a antessala da desintegração da Síria à serviço de Israel e da Turquia. Enquanto ao leste ressurge praticamente o Estado Islâmico do vácuo de poder após o colapso do regime Assad e ao norte as pretensões curdas à independência e unificação dos seus enclaves míngua, ao sul o Conselho Militar de Suwayda, suposto representante do grupo étnico-religioso druzo vestiu a carapuça de “gurkhas”, da colônia israelense em solo sírio. Assim, não importa o quão servilmente se arraste Al-Shaara aos pé de Trump e Netanyahu, esse foi preterido em favor de uma facção muito mais confiável pela condição geopolítica, que os numerosos e revoltosos árabes sunitas (incluindo os salafistas e wahabistas bancados pelas monarquias do Golfo).
Israel: Divide et impera

Nenhuma potência regional árabe ou islâmica, mesmo a mais servil, é desejável idealmente ao governo israelense. Naturalmente, dado suas dimensões (econômicas, militares e demográficas) e a disposição estadunidense em bancá-los, faz enquanto tolera algumas (e mesmo “apoia”), sabota e ataca outras. Contudo, o fato de tolerá-la antes um princípio ou o rudimento de uma aliança, pela experiência histórica, mais demonstra uma trégua ou o fomento à divisão no flanco adversário. No entorno mais próximo inclusive de Israel, nem mesmo a condição de estabilidade é desejada, senão a própria mínima estabilidade estatal tem sido oposta aos interesses do enclave euro-judeu. Com exceção da Jordânia, ao custo da sujeição mais patética ao EUA e Israel demonstrada mais uma vez colaborando com a defesa aérea de Israel contra os ataques iranianos, todas as áreas vizinhas às Israel sofrem com a instabilidade. O Líbano desde a década de 1970 está dividido em conflitos sectários e seu monopólio legítimo de força é uma ficção; os enclaves palestinos na Cisjordânia e Gaza vivem sob bloqueio e ataques constantes; a Síria desde 2011 em guerra civil com apoio israelense e o Egito – mesmo na condição indiscutível de potência regional – desde Nasser tem estado sob o jugo governos militares que impedem a ascensão dos islamistas ao poder e tem no Sinai, área de fronteira com Israel, a insurgência do Estado Islâmico.

Para manter essa situação Israel, no melhor estilo de sua ascendente inglesa, tem manejado suas históricas doutrinas de “equilíbrio de forças” e manejar populações maiores através do sectarismo e do apadrinhamento de minorias (chamadas raças marciais no antigo “Raj Britânico”). No Oriente Médio, junto ao EUA, enfraqueceu o nacionalismo árabe apoiando ou tolerando o crescimento do islamismo político que nos demais países se tornou a ideologia principal da resistência. No contexto da Guerra Irã-Iraque, mesmo com a postura declaradamente antissionista do Imã Khomeini preferiu-o tacitamente ao regime Saddam Hussein, mais poderoso e portanto efetivo em sua açãoantissionista, e na Guerra do Golfo também favoreceu as monarquias do Golfo ao nacionalismo árabe. Recentemente na Síria, apoiou não apenas os “rebeldes sírios” salafistas como Al-Julani como também o Estado Islâmico que em retribuição nunca atacou Israel, mas sempre seus inimigos “hereges”. Agora com o HTS ao poder, consolidando algum nível de controle sobre o território sírio, Israel agradece a traição à mesma moeda e continuou atacando o território sírio desde então destruindo suas capacidades militares antes que caíssem em mãos do HTS e agora fomentando a formação de um enclave druzo no sul do país, perigosamente perto de Damasco, ao qual bombardeia sem dificuldades.

Como era de se esperar de mais de uma década de conflito aberto e tensões sectárias, o governo salafista sírio logo ao chegar ao poder recrudesceu a opressão sobre as minorias sírias exercendo uma pressão centrífuga no estado sírio. Não apenas os drusos, como também os curdos, alauítas, xiitas e cristãos, diante da opressão tem em diferentes medidas resistido aos intentos dos grupos favoráveis ao governo de Damasco. Aqui e ali manifestações, organizações de milícias/insurgências e mesmo a dificuldade do HTS em trazer as Forças Democráticas Sírias (liderado pelas facções curdas) e o Conselho Militar de Suwayda a se integrar no novo governo e exército sírio dão o contorno da situação. Aliás, até no corpo do conjunto de rebeldes sírios ainda não se pode falar numa unificação plena de comando das forças militares, o que é demonstrado pelos ataques de grupos armados beduínos sírios sunitas aos drusos de Suwayda, já declaradamente protegidos de Israel, aparentemente à revelia de Al-Shaara.

Em resposta, de forma similar ao que foi tentado e fracassou no Irã, Israel realizou ataques de precisão contra prédios públicos e instalações militares sírios, inclusive vitimando membros do governo de Al-Shaara, levando a fuga deste da capital Damasco menos de oito meses depois que seu antecessor Assad. Sabendo se tratar também de outra manobra típica israelense, desde o Haganah e Irgun, é o magnicídio. Seu intuito geralmente é por um lado o terror e a desmoralização dos adversários, por outro a decapitação de lideranças que enfraquecesse ou levasse ao colapso as organizações (assim foi com o Hamas, Hezbollah e o com o Irã). No caso do novo governo sírio, além desses dois objetivos, considerando sua origem multitudinária entre vários grupos salafistas sob a batuta de Al-Shaara pode ser gerar um desequilíbrio de forças dentro do governo que levassem não apenas a rendição ou a queda do governo, mas a desintegração da Síria que lhe daria o tempo necessário para expandir sua ocupação além do Golã em direção à Damasco e no outro flanco da capital e seu estado principesco druso.

Lembremos que nos últimos dias, em negociação com Israel, Ahmed Al-Shaara condicionou a adesão da Síria aos “Acordos de Abraão” à devolução das Colinas de Golã, aliás, nada seria mais poético que Al-Julani retomar o Jaulan. Em que pese seu servilismo, na condição de pretenso chefe de estado e governo sírio, o ex-membro da Al-Qaeda tinha que minimamente conseguir uma vitória para consolidar sua posição frente a oposição. Fazendo um paralelo com a história egípcia, tal como o Anwar Al Sadat ao romper com a política pan-arabista e pró-soviética de seu antecessor Nasser e se alinhar ao EUA e Israel precisava de uma conquista para justificar sua virada aos antigos inimigos e sua renúncia do pan-arabismo militante, o pretenso líder sírio que coleciona ultrajes a integridade ao seu país, ao menos poderia se orgulhar que conquistar aquilo que Assad nunca conquistou com sua intransigência à Israel. Mas parece que não é o interesse de Netanyahu com sua geopolítica escatológica. Se Israel pretendesse de alguma forma, estabilizar a Síria sob Ahmed Al-Shaara jamais promoveria algum ataque ultrajante desse tipo e possivelmente ensaiaria alguma cessão, por diminuto que fosse, para parabenizar o “pragmatismo” das novas lideranças sírias ao abandonarem a causa palestina.Acordo de Camp David entre Al Sadat e Manehem Begin em 1978 mediado pelo então presidente estadunidense Jimmy Carter. Foto: Reprodução

A Guerra dos Diádocos: Turquia e Israel

Apesar de nessa altura ninguém acreditar nas bravatas anti-sionistas de Erdogan, é bem conhecido que suas pretensões expansionistas nos países vizinhos à Turquia, como o caso do Chipre, Armênia (via Azerbaijão), Iraque e Síria. Em todos esses países a Turquia, inclusive antes de Erdogan, buscava fortalecer sua posição e instrumentalizar minorias túrquicas ao seu projeto irredentista. Em alguns períodos se utilizou mais do etno-nacionalismo à moda europeia, outras vezes adotando narrativas pan-islâmicas, apesar da Turquia, para os padrões do Oriente Médio, ser um país bastante secularizado. Na Síria, em particular, Erdogan tanto instrumentalizar as minoria turca e turcomana no norte do país como também o fundamentalismo salafista da Al-Qaeda e Estado Islâmico para desestabilizar o regime Assad, aliado da também potência regional Irã.

Contudo, diferente de Israel que antes apoiar um projeto político para a Síria, tem como projeto para aquela região o caos, a Turquia de Erdogan tem bons motivos para querer um vizinho minimamente estável, ainda que não em condições de obstaculizar qualquer iniciativa de Ancara, pelos seguintes motivos: A desintegração da Síria reforçaria os movimentos separatistas curdos, incluindo os da própria Turquia.
Uma balcanização do país pode resultar em guerra prolongada na fronteira turca, agravando o problema dos refugiados e facilitando a atuação de forças hostis.
Uma Síria estável, porém fraca, seria mais fácil de controlar indiretamente do que uma fragmentada, propensa a alianças com rivais turcos.

Em outras palavras, a secessão síria naufragaria o plano turco de se apresentar como sátrapa do EUA num período em que este considera reorientar suas forças para o leste asiático no intuito de responder ao crescimento chinês no cenário internacional. Para tal – como também para honrar minimamente um dos seus compromissos de campanha – Trump necessita reduzir sua presença direta no leste europeu e no Oriente Médio, dois importantes atoleiros militares e drenos de recursos estadunidenses, sem ao mesmo tempo sofrer derrotas estratégicas nessas regiões. Assim, na Europa tem apostado num acordo que contenha (pois reverter é praticamente impossível) a expansão russa na Ucrânia e no rearmamento europeu; no sul da Ásia aposta na Índia, enquanto no Oriente Médio Erdogan busca se apresentar como alternativa mais viável que Israel cuja existência artificial tem sua manutenção muito dispendiosa num momento que a máquina ianque precisa conter gastos.

Por outro lado, como já tratado no artigo anterior, Israel pela própria geopolítica de enclave é o aliado ideal para o EUA, não apenas por sê-lo, mas por ser imune aos projetos de integração regionais e sempre malquisto pelos vizinhos. Já dizia Biden quando em seus tempos de lucidez, que se não houvesse Israel, caberia ao EUA criá-lo. E talvez, dada a insuficiência de Israel em cumprir suas tarefas sozinho, se considere repetir a fórmula criando um Curdistão ou um “Drusistão”.

A questão central é a que preço? Pois, mesmo com o massivo apoio econômico estadunidense, Netanyahu está metido em um atoleiro em Gaza e tem seu principal porto no Mar Vermelho bloqueado. Será que Trump irá consentir a abertura de mais uma frente israelense em Suwayda?

Mesmo com a superioridade aérea, sem tropas no chão, a tendência é a vitória das forças tribais sírias contra o Conselho Militar de Suwayda que conforme vem perdendo a batalha vai se humilhando na expectativa de Israel intervir. Recentemente um Sheikh druso apelou que Israel anexasse o enclave é já são comuns as bandeiras israelenses içadas junto às tradicionais bandeiras drusas. Entretanto parece remota uma intervenção por terra de Israel em defesa de seus cipaios drusos, pois se nem o cativeiro de próprios cidadãos euro-judeus em Gaza parece comover Netanyahu, quem dirá a perseguição de árabes.Foto: Jerusalem Post

O que podemos esperar?

Infelizmente os mais prejudicados com isso são os próprios drusos, que devido a desmando de suas lideranças os empurram para o triste destino dos tutsis de Ruanda. Principalmente no Oriente Médio onde a política se camufla em formas identitários (etnia e credo religioso), não parece que as futuras lideranças sírias saberão ou irão querer educar o povo sírio a diferenciar o povo druso que lá vive há mais de mil anos dos senhores de guerra traidores de Suwayda.

Sobre a pugna pela Síria entre Turquia e Israel, sem a intervenção estadunidense em favor do último, tenderá para o lado turco e por isso não interessa para Erdogan uma partição do país, mesmo que lhe conferisse alguma porção do país como consolação. A despeito do desejo de colorir mais seções do mapa do Oriente Médio, para a Turquia atual compensa muito mais exercer o controle indireto sobre uma Síria inteira do que uma fatia da mesma.

De forma geral a maior vencedora dos últimos conflitos na Ucrânia e Oriente Médio devido à sua localização e a atuação dúbia tem sido a Turquia. Por um valor bem menor que o vizinho sionista tem protegido bases da OTAN no Oriente Médio e reduzindo a influência do Irã no Levante. Tudo isso tem sido considerado pelas grandes potências e quem sabe um dia, para alegria de Erdogan, a crise os leve a elegê-lo seu sátrapa oficial. Era o que tanto queria Golbery em sua geopolítica para o Brasil: a hegemonia do Atlântico Sul em reconhecimento aos bons serviços para o EUA num eventual remanejamento de suas forças.
Al-Shaara, sob o nome Al-Jawlani (Julani), em trajes jihadistas sendo retratado como terrorista pelo EUA (2017-2024). Foto: ReproduçãoAl-Shaara em pose de estadista moderado com Macron. Foto: Reprodução

Para a Síria, a ocasião ironicamente convida o mercenário do Ocidente, Ahmed Al-Shaara a assumir a posição de defensor da pátria frente à tentativa de partição da Síria. Seja derrotando os revoltosos drusos, como confirmando sua representação civil em seu governo. Se estará a altura não saberemos, mas pode ser mais uma reviravolta na carreira de um homem que, assumidamente, se politizou na Segunda Intifada, assistiu feliz ao 11 de setembro, entrou para Al-Qaeda do Iraque, lutou contra a ocupação deste país pela OTAN inclusive sendo preso pelo governo títere do EUA, com o início da guerra civil da Síria foi para lá coordenar a Al-Qaeda, se aliou ao Estado Islâmico, depois rompeu com este e se filiou aos interrsses turcos até e se tornar governante da Síria com apoio das potências ocidentais. Eis uma biografia interessante.

https://anovademocracia.com.br/siria-fogo-israelense-suwayda/

FASCISMO TRUMPISTA - INDÚSTRIA DA DEPORTAÇÃO

 

A Suprema Corte do Estados Unidos (EUA) decidiu, nesta segunda (8/9), autorizar que a polícia migratória (ICE) use critérios como “etnia e idioma” para abordar pessoas nas ruas. A decisão, aprovada pela “ala conservadora” na Suprema Corte, representa uma vitória direta para o presidente arquirreacionário Donald Trump e fortalece sua política de perseguição aos imigrantes. 

No parecer concordante, o juiz Brett Kavanaugh afirmou que “a etnia aparente por si só não pode fornecer suspeita razoável; no entanto, pode ser um ‘fator relevante’ quando considerada junto com outros fatores importantes”. A posição legitima inúmeras práticas já denunciadas de policiais parando cidadãos de origem latina, apenas por “parecerem estrangeiros”. 

Em seu voto vencido, a juíza Sonia Sotomayor afirmou: “não deveríamos ter que viver em um país em que o governo pode prender qualquer um que pareça latino, fale espanhol e pareça ter um emprego mal remunerado”.

Antes da decisão da Suprema Corte, instâncias inferiores do judiciário haviam restringido o alcance da política de abordagens. Um tribunal distrital e o Tribunal de Apelações do 9º Circuito haviam determinado que a ICE não poderia “realizar interrogatórios baseados apenas em etnia aparente, idioma ou presença em determinados locais, como fazendas e pontos de ônibus”. Esses tribunais consideraram que tais práticas violam a “Quarta Emenda” da constituição ianque, que supostamente protege cidadãos contra buscas e apreensões arbitrárias. Ainda assim, a Suprema Corte, sem justificativa detalhada, reverteu as decisões.

Esse resultado escancara as pugnas e contradições internas do Estado ianque, além de deixar claro o predomínio da centralização política em torno do Executivo, que sob Trump amplia o controle sobre as forças de repressão e molda o próprio funcionamento das “instituições”.

A decisão também consolida a tendência de transformação da Suprema Corte em avalista da ofensiva anti-imigrantes do governo Trump. Na prática, o tribunal torna-se peça de sustentação de um projeto fascista que criminaliza comunidades inteiras a partir de características raciais e culturais. O contraste entre a promessa cínica de “breves abordagens” feita por Kavanaugh e os relatos de cidadãos detidos violentamente, algemados, agredidos e deportados evidencia como a lei é moldada para dar aparência de legalidade ao arbítrio.

ICE e a ‘indústria da deportação’

As práticas da polícia migratória (ICE) não se limitam às patrulhas nas ruas. Desde o início do segundo mandato de Trump, multiplicaram-se as denúncias de policiais mascarados e fortemente armados, em plena luz do dia, detendo pessoas em bairros pobres, postos de trabalho e até em lava-rápidos. Muitos dos alvos, cidadãos estadunidenses de origem latina, interrogados e detidos apenas por “falarem espanhol” ou “aparentarem ser estrangeiros”. O argumento legal de “suspeita razoável”, agora respaldado pela Suprema Corte, serve de fachada para legitimar a criminalização de qualquer trabalhador latino no EUA.

A perseguição, porém, se conecta a um sistema mais amplo: a chamada “indústria da deportação”. Para expandir sua capacidade de detenção, a ICE consolidou “parcerias” com cadeias locais e xerifes de condados em vários estados. Em julho, cerca de 7,1 mil pessoas por dia estavam presas em unidades municipais a serviço da agência, quase 10% de todo o contingente de imigrantes detidos. 

O negócio é lucrativo, com a ICE pagando entre 70 e 110 dólares por preso ao dia, o que gera receitas milionárias para pequenos condados, que já veem nisso um negócio. O monopólio de imprensa O Globo relata o exemplo da cidade Butler, em Ohio, onde 4 milhões de dólares do orçamento anual do xerife local vêm diretamente desses contratos, revelando como a repressão se transforma em fonte de financiamento estatal e privado.

Os relatos são de condições degradantes dentro dessas prisões. Há denúncias de retirada de colchões e roupas de cama, falta de acesso a itens básicos como copos e talheres, além do uso rotineiro de spray de pimenta contra os detidos. Inspeções apontaram violação de direitos em diversas instalações. Em abril, um jovem colombiano de 27 anos tirou a própria vida em uma cadeia no Missouri, após semanas de confinamento sem acesso a um advogado. Muitos dos encarcerados sequer possuem histórico criminal, mas, ainda assim, são tratados como criminosos de alta periculosidade.

Ao transformar prisões em negócio e detidos em fonte de lucro, o Estado ianque aprofunda sobremaneira o nível de exploração social a partir do financiamento da violência, convertida em renda direta para condados, empresas e políticos locais.

Chicago: principal alvo

Chicago se tornou o epicentro da nova onda de repressão. A “Operação Midway Blitz”, anunciada pelo Departamento de Segurança Interna, foi apresentada como ofensiva contra imigrantes indocumentados, por meio do cerco às comunidades latinas. Com um tom militarista desde o início, a Casa Branca chegou a publicar uma imagem de Chicago em chamas, com helicópteros e a legenda “Eu amo o cheiro de deportações pela manhã. Chicago está prestes a descobrir por que o Departamento de Guerra [como Trump renomeou o Pentágono] se chama assim”.

Os efeitos foram imediatos: famílias inteiras deixaram de sair de casa por medo, ruas ficaram mais vazias e festividades tradicionais, como os desfiles do Dia da Independência do México, foram canceladas ou adiadas. Em bairros latinos, conselheiros municipais relataram prisões arbitrárias, como a de um vendedor ambulante de flores e de um trabalhador que apenas aguardava o ônibus na volta para casa. A intimidação naturalmente não atingiu apenas os imigrantes “indocumentados”, mas também cidadãos naturalizados e filhos de migrantes, que passaram a evitar escolas, hospitais e transporte público por receio de serem abordados e detidos.

Os números também desmontam a retórica de Trump. Em 2025, Chicago registrou queda de 32% em homicídios e 21,6% em crimes violentos até setembro, segundo dados oficiais. O factóide da “cidade em caos” não encontra respaldo nem nos indicadores, mas serve como pretexto para a militarização da vida cotidiana e o envio de tropas federais a bairros de maioria latina e negra.

‘Democracia’ do apartheid

O Estado ianque, despindo-se completamente da capa da “democracia”, cristaliza o apartheid interno, no qual a cor da pele, o idioma falado e a origem determinam quem pode circular livremente e quem está sujeito a ser detido a qualquer momento. Essa institucionalização, contudo, não é uma novidade, mas a atualização de mecanismos históricos de segregação.

A política remete facilmente ao apartheid da África do Sul, que obrigava a população negra a portar “pass laws” [passes internos] e viver confinada em áreas determinadas, sob ameaça de prisão. No próprio EUA, as leis Jim Crow, vigentes até a segunda metade do século XX, impuseram uma segregação brutal em escolas, transportes, empregos etc, amplamente legitimadas pelo Estado ianque e sua Suprema Corte. Hoje, em vez das placas “whites only” [apenas brancos], há cadeias apinhadas de imigrantes, operações federais e a legitimação da etnia como critério de “suspeição” e segregação.

Mais do que mera repressão pontual, trata-se da reacionarização do sistema político ianque, com tendências ao fascismo e voltada contra as classes trabalhadoras. A Suprema Corte dá autorização legal para perseguições étnico-raciais e a Casa Branca vende como “combate ao crime” a militarização das cidades e a criminalização da pobreza.

O resultado é uma sociedade em que direitos são privilégio de poucos e imigrantes, negros e trabalhadores são tratados como “inimigos internos” de um Estado que se apresenta ao mundo como “guardião da liberdade”.


https://anovademocracia.com.br/industria-da-deportacao-suprema-corte-do-eua-autoriza-ice-a-perseguir-imigrantes-com-base-em-etnia-e-idioma/



segunda-feira, 8 de setembro de 2025

TRUMP, O DIFAMADOR ....FERROU-SE

ABUSOS SEXUALES

Un tribunal de apelaciones confirma la multa de 83 millones de dólares a Trump por difamar a una periodista
Los abogados del presidente estadounidense argumentaron que este gozaba de inmunidad cuando tildó a E. Jean Carroll de enferma mental al negar que la hubiera violado

E. Jean Carroll, en el centro, abandona un tribunal federal de Nueva York en mayo de 2023.SETH WENIG (AP)

IKER SEISDEDOS
Washington - 08 SEPT 2025 - 12:23 BRT


Un tribunal federal de apelaciones de Estados Unidos confirmó este lunes la multa de 83,3 millones de dólares (71 millones de euros) que una instancia inferior había impuesto al presidente Donald Trump por difamar a la escritora y periodista E. Jean Carroll en 2019. Carroll había acusado...

Fonte - EL PAÍS

A CÂNTAROS

A CÂNTAROS (Ver AGUACEIRO, BÁTEGAS, CHUVA, TEMPESTADE, TORRENTE)


- ROBERT AVÉ-LALLEMANT (Viagens pelas Províncias de Santa Catarina, Paraná e São Paulo (1858),  P. 172:  A chuva cai a cântaros (...)

CRIMINALIDADE MILITAR, NO MÉXICO


Contrabando, asesinatos y nepotismo: así operaba la red de huachicol fiscal del vicealmirante Farías Laguna
El marino está supuestamente involucrado en la muerte de un contralamirante que le denunció ante su tío, el exsecretario naval Ojeda Luján
Manuel Roberto Farías Laguna, en una imagen sin datar.SEMAR

Era noviembre de 2024. El contralmirante Fernando Rubén Guerrero Alcántar iba conduciendo su camioneta roja por el centro de Manzanillo, en el estado de Colima. En una de las avenidas, dos sicarios lo interceptaron en una moto y vaciaron sus cargadores, acabando con su vida. En su momento, se especuló si el asesinato del funcionario de la Secretaría de Marina tenía que ver con varios decomisos de precursores para drogas sintéticas en el puerto de esta ciudad, principal entrada y la salida al comercio con China. Este domingo, el diario Reforma, citando fuentes de la Fiscalía General de la República, aseguraba que en realidad fue debido a que había denunciado ante el entonces titular de la Marina, el almirante Rafael Ojeda Luján, la red de corrupción en las aduanas comandada por sus sobrinos políticos, los hermanos Farías Laguna; la misma que se anunció su desmantelamiento este fin de semana con la detención de 14 personas relacionadas con el contrabando de combustible.



Entre los arrestados, la pieza mayor es el vicealmirante Manuel Roberto Farías Laguna, pero según dijo este domingo en una rueda de prensa el secretario de Seguridad Omar García Harfuch, hay otros seis marinos, tres empresarios y cinco exfuncionarios de aduanas. Las autoridades han asegurado que habrá más detenciones y que algunos de los involucrados están prófugos. Se puede suponer que se refieren a Fernando Farías Laguna, hermano del vicealmirante y también marino de alto rango.

Las acusaciones públicas de que los Farías Laguna eran los cabecillas de un grupo criminal dentro de la Marina, protegidos por su cercanía con el almirante Ojeda Luján, se remontan al menos a noviembre de 2022. Varias notas en prensa decían que eran “los encargados de la toma de decisiones sobre el ejercicio del presupuesto” y también que metían mano “en los ascensos, promociones, agregadurías y comisiones”.
Omar García Harfuch durante una rueda de prensa en Ciudad de México, este domingo.QUETZALLI NICTE-HA (REUTERS)

Harfuch ha defendido a la Secretaría de Marina como institución y a Ojeda Luján en lo personal, con un discurso similar al de que unas manzanas podridas no estropean el cesto completo. También el fiscal general de la república, Alejandro Gertz Manero, lanzó un salvavidas al almirante, asegurando que hace dos años se acercó con ellos para pedirles que investigaran a algunos de los marinos que estaban en puestos de aduanas. Esta fue otra de las múltiples instituciones que se militarizaron durante el sexenio de Andrés Manuel López Obrador, que lo justificada con la idea, parece que errónea, de que las Fuerzas Armadas son incorruptibles.

A mediados de junio, el contralmirante Guerrero Alcántar redactó una carta para Ojeda Luján, secretario de la Marina de 2018 a 2024, el periodo completo de López Obrador. Según dice Reforma, que ha tenido acceso a los documentos de la investigación, en ella denunciaba a Farías Laguna, sobrino político de Ojeda, de manejar las designaciones de marinos para que gente de su confianza acabará en puestos clave de aduanas para poder operar su red de contrabando. Guerrero llegó a reunirse con el almirante Raymundo Morales, sucesor de Ojeda, el 10 de octubre. Luego se fue de vacaciones, avisando a la Marina de dónde exactamente iba a estar esos días en Manzanillo y Mazatlán. La investigación hipotetiza que los autores materiales hasta podrían ser miembros de la Secretaría y que el asesinato, con el mismo modus operandi y armas, de Magaly Nava Ramos, empleada de la Fiscalía General en Colima, también está relacionado.Un miembro de la Marina monta guardia en el puerto de Tampico, Tamaulipas, en marzo de 2025.SEDENA

En la conferencia de prensa, García Harfuch explicó que la investigación desveló tentáculos de esta red de contrabando de combustible en Nuevo León, Tamaulipas, Veracruz y Ciudad de México. Aunque según Gertz Manero el trabajo de investigación comenzó hace dos años, el fiscal reconoció que fueron dos casos específicos, el del barco Challenge Procyan en Tamaulipas y el de un predio en Ensenada, Baja California, de donde derivó la detención de Farías Laguna y sus compinches. Estas dos fueron las mayores incautaciones de combustible de contrabando, con 10 millones y ocho millones de litros, respectivamente.

Popularmente conocido como huachicol fiscal, este delito consiste en introducir en el país gasolinas y otros hidrocarburos, usando documentación aduanal falsa, para no pagar impuestos. Justamente el mejor ejemplo para entender cómo funciona es el Challenge Procyan. En marzo de este año, este buque cisterna atracó en el puerto de Tampico, Tamaulipas. Según la documentación que presentó, venía desde Texas, con sus bodegas llenas de aceites lubricantes. Pero su información tenía inconsistencias y, tras ser inspeccionado, se descubrió que su carga era en realidad diésel. Es decir, habían dicho transportar un líquido no sujeto al Impuesto Especial sobre Producción y Servicios (IEPS).Alejandro Gertz Manero, Raymundo Morales y Omar García Harfuch en la Fiscalía General de la República.QUETZALLI NICTE-HA (REUTERS)

Derivado de este hallazgo, las autoridades realizaron un cateo en un predio cercano a la ciudad de Altamira, donde incautaron 10 millones de litros de diésel, 192 contenedores y 32 vehículos. A los pocos días, tres funcionarios del puerto y de la Aduana de Tampico fueron cesados. Uno de ellos, Francisco Javier Antonio Martínez, fue también detenido estos días. La organización Mexicanos contra la Corrupción y la Impunidad reveló que era socio de los dueños de Intanza, la empresa que importó el huachicol asegurado.

Hasta ahora no se tenía conocimiento de que el decomiso de ocho millones de litros en un predio en Ensenada, Baja California, el pasado marzo estaba relacionado con esta red. Según se comentaron entonces las instituciones, recibieron varias denuncias ciudadanas de que en un predio en la autopista que une Rosarito con Ensenada. Tras lograr una orden de cateo, entraron al descampado e incautaron un centenar de contenedores llenos de gasolina más 46 camiones cisterna. En total, estimaron casi ocho millones de litros de carburante. Según reconoció en redes sociales, el terreno es propiedad de Gerardo Novelo Osuna, antiguo senador por el partido Morena, que lo tenía alquilado a un tercero.

Este 2025, el IEPS se ha movido en un rango entre 5,4 y 7 pesos el litro, según el tipo de petrolífero. Esto significa que los 18 millones de litros asegurados supusieron un desfalco a las arcas mexicanas de, al menos, 97 millones de pesos. Y, aunque parezca mucho dinero, es una nimiedad si se analiza el panorama completo: la consultora Petro Intelligence calculó que el daño al erario público por el contrabando de combustible es de 177.000 millones de pesos al año.

E OS FINANCIADORES?

Responsabilizar criminalmente os golpistas, traidores da pátria, os quais, inclusive, fazem questão de colocar a bandeira dos EUA e de Israel no desfile, num dia em que a soberania nacional é que deveria ser festejada (afinal, independência significa libertação de ingerência estrangeira) é por demais importante e indispensável.

Todavia, falta responsabilizar também gente que financiou a tentativa de golpe. Imagino que a indústria de armas, por exemplo, tenha ajudado a assanhar os traidores, os quais, afinal, sempre se empenharam em liberar o comércio de armas.

AGORA, O GOVERNADOR JORGINHO MELLO, de SC, por exemplo, dando sinal inequívoco de que se trata de mandatário colonizado, adquiriu fuzis de Israel ("O fuzil Arad é produzido pela IWI  (Israel Weapon Industries), localizada no centro de Israel, líder mundial na produção, comercialização, design e desenvolvimento de armas há mais de 85 anos", diz o Notícias do Dia, de SC), propalando a excelência do equipamento produzido pelos sionistas. 

E quem mais que o pequeno de SC declara-se apoiador do bolsonarismo e, consequentemente, da política armamentista? 

Acontece que a PGR e o STF, assim como qualquer outro Tribunal brasileiro, pode mexer com todos, menos com os judeus, cuja força, dentro do próprio Pretório Excelso e do STJ, para exemplificar, é enorme. E o ministro que bulir com os interesses judaicos será, incontinenti, acusado de antissemita, como acontece com qualquer chefe do Poder Executivo, para o qual sempre se usa do termo "ditador".

A se mexer com financiadores da tentativa de golpe fatalmente chegar-se-ia aos ianques (não é conincidência que os golpistas sempre fogem para os EUA, notório país neocolonialista, que de democrata só tem a pose) e aos judeus (USA é comandada por expressiva colônia judaica).

Devo salientar que não só os bolsonaristas são  sabujos dos hebreus. Lula e seus aliados também não fogem à regra, só que Lula é mais disfarçado e joga, portanto, mais discretamente. Faz de conta que combate o genocídio de Gaza, mas, no fundo, não tenho a nenor dúvida, que também morre de amores (ou de temores) por Israel. 

Israel comanda todos os países europeus (inclusive a Alemanha, tão estigmatizada por causa dos excessos cometidos pelo regime nazista) e a América do Sul não escapa à sua nefasta influiência e dominação. 

Portanto, não nos iludamos: a raia miuda será reponsabilizada como golpista (porque Israel permite), mas os financiadores da tentativa de golpe nunca serão atingidos. 

É sempre assim, senão vejamos: 

Quantos golpes os EUA, a França, a Inglaterra, dentre outras potências ocidentais já patrocinaram no mundo todo? 

Por acaso foram responsabilizados por um só de tais patrocínios? 

Quem, na verdade, está por detrás dos países mencionados, orquestrando os golpes que visam derrubar dirigentes que se aventuram a contrariar os interesses capitalistas? 

INICIADA A DERROCADA DE MILEI

Em revés para Milei, peronistas conquistam ampla vitória na eleição legislativa de Buenos Aires

A eleição na província de Buenos Aires, a mais populosa e politicamente influente da Argentina, é considerada um termômetro para as eleições nacionais de meio de mandato, marcadas para outubro.



07/09/2025 21h23 Atualizado há 8 horas



O governador da Província de Buenos Aires, Axel Kicillof, visita uma seção eleitoral para votar durante as eleições legislativas na Província de Buenos Aires, em La Plata, Argentina, 7 de setembro de 2025 — Foto: REUTERS/Tomas Cuesta

Os primeiros resultados oficiais das eleições legislativas na província de Buenos Aires apontam vitória do peronismo de centro-esquerda do governador Axel Kicillof, que se fortalece como principal nome da oposição e possível candidato a presidente em 2027. Com 82% das urnas apuradas, a Fuerza Patria chega a 46,9%, enquanto a La Libertad Avanza, partido do presidente Javier Milei, fica com 33,8%.

Os dados foram divulgados pouco depois das 21h deste domingo (7). A eleição na província de Buenos Aires, a mais populosa e politicamente influente da Argentina, é considerada um termômetro para as eleições nacionais de meio de mandato, marcadas para outubro. Os chamados “bonaerenses” foram às urnas para escolher 46 deputados e 23 senadores provinciais.

Ao reconhecer a derrota, Milei reafirmou suas políticas liberais. "O rumo não vai mudar, será redobrado", disse o presidente, que falou na sede provincial de sua coalizão.

"O que precisa ficar claro é que, sem nenhuma dúvida, no plano político tivemos uma derrota. Se quisermos seguir em frente, é preciso aceitar os resultados. Sofremos um revés e é preciso assumi-lo", afirmou Milei. "Isso nos levará a uma autocrítica profunda, na qual corrigiremos os erros que cometemos. Não há opção de repetir os mesmos erros. Nós os corrigiremos", complementou.

O presidente da Argentina, Javier Milei, faz um discurso após o partido peronista opositor da Argentina triunfar nas eleições legislativas na província de Buenos Aires, deixando o partido governista de Milei em um distante segundo lugar, segundo apuração oficial provisória, na sede do partido La Libertad Avanza, em La Plata, província de Buenos Aires, Argentina — Foto: REUTERS/Tomas Cuesta

A ex-presidente Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar, acenou a apoiadores na sacada de seu apartamento na Recoleta e comemorou os resultados em uma rede social.

"Viu, Milei? Banalizar o 'Nunca Mais', que representa o período mais negro e trágico da história argentina, não é grátis. Rir da morte e da dor de seus oponentes, tampouco. Mas aponta com o dedo e estigmatizar pessoas com deficiência, enquanto sua irmã cobra 3% de propina de seus medicamentos, é letal", escreveu Cristina.


Em revés para Milei, peronistas conquistam ampla vitória na eleição legislativa de Buenos Aires — Foto: Reprodução YouTube/BAProvincia



Eleitores verificam o registro eleitoral durante as eleições legislativas provinciais, em La Plata, província de Buenos Aires, em 7 de setembro de 2025. — Foto: Stringer/AFP

Teste para Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei enfrenta uma pressão crescente causada pelas suspeitas de que sua irmã, Karina, estava envolvido em um esquema de corrupção.

Além disso, o país vive uma instabilidade no mercado. Para cumprir sua agenda de livre mercado e restaurar a confiança dos investidores em um país famoso por seus inúmeros calotes de dívida, Milei precisa expandir sua pequena minoria no Congresso. Seu partido, La Libertad Avanza, atualmente detém menos de 15% das cadeiras.

Milei tem se apoiado fortemente nos vetos presidenciais para manter seu tão alardeado superávit fiscal, porém, na quinta-feira (4), o Senado argentino derrubou pela primeira vez um deles e manteve uma nova lei que expande os benefícios para pessoas com deficiência.

Um bloco maior no Congresso lhe daria liberdade para bloquear medidas da oposição que visam derrubar suas reformas com mais facilidade, enquanto ele tenta avançar com políticas de austeridade.