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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

DAVI ALCOLUMBRE - O SENADOR DA ERETZ AMAZÔNIA




Israel Blajberg (*)

Um dia o Bandeirante Raposo Tavares subiu o Grande Rio. Era cristão-novo, um judeu, forçado. Graças aos Bandeirantes como ele, hoje o Brasil é tão grande, e na Amazônia se fala o português, e não espanhol.

Depois de Raposo outros da fé mosaica também seguiriam seu mesmo caminho. Já se vão mais de 200 anos. Tangidos pela intolerância, os judeus do Marrocos sofrido atravessaram o oceano, subindo o Grande Rio, chegando até Iquitos no Peru. Se estabeleceram ao longo das suas margens, penetrando rios e igarapés. 

Tinham nomes curiosos, os mesmos que hoje aparecem em placas de ruas, nas obras, em consultórios. Nomes como Alcolumbre, atestando a ponderável densidade da contribuição judaica para o desenvolvimento da Amazônia, onde foram erguidas sinagogas, cemitérios. Levando junto a sua religiosidade, muito contribuíram para o progresso da Amazônia, primeiro como comerciantes e empreendedores, e mais tarde como profissionais liberais, empresários, militares.


Uma visita a Macapá é suficiente para avaliar a ponderável densidade da contribuição judaica para o desenvolvimento da Amazônia. Aparentemente oculta pela selva, a presença judaica revela-se em toda a sua plenitude para um observador atento.

Basta andar pela cidade. Em Macapá o Porto se chama Major Eliezer Levy, antigo prefeito da cidade. Nos confins do Acre, Guajara-Mirim, fronteira com a Bolívia, nomes judaicos sefaradim são comuns no comércio, na política. Tantas e tantas cidades, onde houve e há sinagogas, cemitérios.

Mas os séculos passaram, fazendo com que muitos olvidassem suas origens, na convivência com os descendentes do colonizador europeu, dos árabes mercadores, escravos d’África e indígenas, desmentindo a calúnia dos antissemitas, que os judeus não se misturam. Os israelitas se integraram muito bem, e hoje são tão amazonenses, paraenses ou amapaenses quanto qualquer outro. Segundo o Prof. Samuel I. Benchimol, Z"L (1923-2002), autor de "Eretz Amazonia", Professor e notável estudioso expoente da cultura amazônica, haveriam no mínimo 50 mil descendentes daqueles judeus marroquinos, número este que poderia chegar a quase 300 mil, a imensa maioria já afastada do judaísmo.


Andando pelas ruas arborizadas de Macapá, contemplamos alguns rostos de passantes. Em um e outro, aqui e ali nos parece possível identificar traços do biótipo judaico-marroquino. Mesmo os que deixaram a Casa de David não puderam abjurar o DNA, que faz reviver fisionomias daqueles piedosos judeus de Tanger, Tetuan, Fez e Agadir.

A imensidão da Amazônia abençoada. As belas sinagogas, as escolinhas, os eminentes rabinos, na terra dos rios de muitos meandros, imensos ainda que à distância, caudalosos, a selva protegendo as riquezas do subsolo, quantos trilhões ainda a pesquisar.

Ajudar a fazer deste país uma nação cada vez mais justa para seus filhos. Esta é a contribuição que o Brasil espera de Davi Alcolumbre.

Eretz Amazônia - A Selva nos Une!!!




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Pequena, comunidade do Amapá entra em evidência com eleição de Davi Alcolumbre
5 de fevereiro de 2019

“Somos uma grande família”. É assim que a professora aposentada Sol Elarrat Canto, presidente do Comitê Israelita do Amapá, filiado à Conib, define a comunidade judaica local. Pequeno, ela calcula que o grupo some atualmente cerca de 50 pessoas. Por conta da eleição de Davi Alcolumbre à presidência do Senado, a pacata comunidade subitamente foi colocada em evidência. “A família Alcolumbre é atuante”, conta a presidente.

Embora pequena, a presença judaica no Amapá é antiga. As primeiras famílias de origem sefaradita, de judeus oriundos do Marrocos, chegaram no século XIX. Macapá era um município pertencente à jurisdição do Estado do Pará. Em 1943, passou a ser parte do Território Federal do Amapá e transformou-se em Estado em 1988. Segundo dados do Comitê, a cidade recebeu, entre seus primeiros judeus, as famílias Peres, Zagury, Alcolumbre, Bemergui, Ellarat, Gabay, Barcessat, Cohen, Sananiz, entre outras.

Hoje, as atividades sociais e religiosas se concentram na nova sede do Comitê, que abriga também a recém-inaugurada (em outubro de 2018) e única sinagoga local. “A casa foi dada pela família Alcolumbre. Foi um tio do Davi, Pierre (que ocupa a vice-presidência do Comitê), quem cedeu a casa e ela foi transformada em uma sinagoga marroquina. Não temos rabino aqui, mas os rabinos Michel Pazuello e Almescany vêm de Belém. A comunidade costuma se reunir na sexta-feira para o shabat”, conta Sol, que chegou a Macapá em 1950, vinda de Belém, para dar aulas. A professora casou, teve cinco filhos e se estabeleceu na cidade. “Meus filhos não estão aqui. Tenho um em Israel e os demais espalhados pelo Brasil”, explica ela, que tem 87 anos.

Sol narra que a vida corre com tranquilidade. Que as atividades se dão em torno do calendário festivo judaico e que, agora, o Comitê começa a pensar na organização também de uma agenda cultural. Macapá não tem colégio, mas possui cemitérios, enumera Sol.

Sobre o seu membro ilustre, a presidente fala: “Davi está estabelecido em Brasília, é um grande amigo nosso. Sua família, que é muito grande, se faz presente hoje especialmente por dois de seus sobrinhos, Alberto e André Alcolumbre”.

Fonte: http://www.conib.org.br/pequena-comunidade-do-amapa-entra-em-evidencia-com-eleicao-de-davi-alcolumbre/
A sinagoga de Macapá

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