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sexta-feira, 10 de julho de 2020

Chantagens, acusações e disputas colocam Emílio e Marcelo Odebrecht em pé de guerra



Segundo Marcelo Odebrecht, seu pai, Emílio Odebrecht, manipulou o acordo com as autoridades americanas com objetivo de impedir que irregularidades da empresa no exterior fossem reveladas

10 de julho de 2020, 09:03 h Atualizado em 10 de julho de 2020, 09:03

Emílio e Marcelo Odebrecht (Foto: Reprodução | REUTERS/Rodolfo Burher)



247 - Emílio Odebrecht e o filho Marcelo Odebrecht estão no centro de uma briga que tem como pano de fundo o pagamento equivalente a 268 milhões de reais. A Odebrecht, comandada por um fiel escudeiro de Emílio, acusa Marcelo de achacar a empresa usando como arma o acordo de colaboração com a Justiça. Marcelo, por sua vez, diz que Emílio está tentando sufocá-lo financeiramente para impedir que ele continue revelando os segredos que o pai escondeu e ainda esconde das autoridades. O embate entre os dois, que começou quando Marcelo assumiu o papel de delator, entrou recentemente em estado de efervescência, aponta reportagem do portal Veja. 


Segundo a reportagem, no fim do ano passado, Marcelo entregou ao Ministério Público um conjunto de documentos que apontam indícios de que a Odebrecht e a Braskem, empresa do mesmo grupo, “teriam omitido fatos e provas” que “podem ser do interesse de autoridades brasileiras e norte-americanas”. Entre as evidências destacadas pelo empresário, estão bônus pagos por Emílio Odebrecht na Suíça e que não foram declarados aos investigadores durante a negociação dos acordos de delação premiada. Depois disso, pai e filho praticamente não se falaram mais. No dia 1º de março deste ano, Marcelo enviou um e-mail a Emílio e a seu cunhado, Maurício Ferro, ex-diretor jurídico da empreiteira. Era um aceno de paz que, nas entrelinhas, também continha uma ameaça: “Meu pai, e Maurício, vocês estão indo por um caminho que além de extremamente desleal e desonesto, vai me empurrar/obrigar uma linha de defesa que só vai prejudicar vocês, e tantos outros. Tenho sempre me colocado em uma posição de buscar não apenas a conciliação, como também de contribuir no que é melhor para o todo. O que tenho visto, porém, são atitudes além de raivosas, insensatas”.

A reportagem também relata que Emílio está convencido de que o filho usou a Lava-Jato para engordar a própria conta bancária. Durante as negociações dos acordos de colaboração, a empresa aprovou um pagamento de meio bilhão de reais em indenizações a Marcelo e outros 77 executivos que toparam colaborar com a Justiça. Marcelo, sozinho, levou a maior parte dessa bolada. Ele foi contemplado com 268 milhões de reais, sendo 73 milhões para quitar a multa judicial, 143 milhões de reais a título de compensação e mais 52 milhões em bônus por serviços prestados como presidente da empreiteira no período de 2013 a 2015. Essa montanha de dinheiro está na raiz da atual batalha entre pai e filho — e foi o que motivou Marcelo a enviar o e-mail com o aceno de paz, que acabou ignorado.

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