Perfil
- I.A.S.
- Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR
Mensagem aos leitores
Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Polícia pega suspeito de roubar imagens sacras. É o padre
A polícia de Minas Gerais prendeu o padre Paulo César Salgado, 52, de Oratórios, sob suspeita de roubo, receptação e comércio de imagens sacras.
Padre também
é suspeito de
ser pedófilo
Dois secretários do padre e um advogado também foram presos.
O Ministério Público vinha investigando na região uma quadrilha de revenda de imagens roubadas.
A cidade tem 4.500 habitantes e fica a 190 km de Belo Horizonte.
Os fiéis disseram à polícia que Salgado pedia doações para obras, mas nada construía.
Na casa do padre, a polícia apreendeu material pornográfico envolvendo crianças.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2017/02/policia-pega-suspeito-de-roubar-imagens-sacras-eh-o-padre.html#ixzz4ZXm3v5cp
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.
Uma narrativa imagética sob as lentes de um fotógrafo sueco no front do Contestado
23/02/2017 10:28
603 visualizações
Especial 100 anos de Contestado - Parte IV
Pesquisa e Texto: Gustavo Falluh
O sueco Claro Gustavo Jansson (1877-1954) era um fotógrafo viajante, poeta da luz com uma câmera na mão. Imortalizou a narrativa da Guerra do Contestado, infelizmente deixada à sombra da escrita grandiosa de Euclides da Cunha sobre a Revolta de Canudos, com suas fotos dos dois lados da trincheira. De seu trabalho, o que prevalece é o poder documentarista.
Nascera em Hedemora, a cerca de 200 km da capital Estocolmo, na Suécia. O país enfrentava problemas econômicos e figurava como um dos mais pobres da Europa. Aos 14 anos, acompanhou o pai e a madrasta, além de cinco irmãos mais novos, para viver na cidade de Jaguariaíva, no Paraná. Apenas sua irmã mais velha, Anna Jansson, ficara na Suécia.
No lombo de um cavalo, transitou por Uruguai, Paraguaí e Argentina. Trabalhava com agricultura, formou-se capataz nas olarias, na colheita da erva-mate, e apaixonou-se pela fotografia. Depois de um tempo, residiu em Porto União (SC) e União da Vitória (PR). Em correspondência, Claro Jansson explicou à irmã mais velha que ainda não existia máquina fotográfica por aqui e por isso não mandava nenhuma foto. Dessa forma, mandou trazer uma máquina do exterior.
A pedagoga Rosa Maria Tesser, autora do livro Claro Gustavo Jansson, o fotógrafo do Contestado. Memorial de 100 do conflito, garante que ele tinha um equipamento inovador . "Sempre teve aparelhos sofisticados, porque era muito meticuloso, gostava das coisas bem feitas", assegura a estudiosa do fotógrafo.
Nascida em Irani, berço do Contestado, a escritora ficou fascinada com as fotografias, "cópias de cópias", coladas nas paredes do Museu de Três Barras – que considera "um pequeno grande museu". Buscou a filha e o neto do fotógrafo que moravam em Sorocaba, interior de São Paulo, e obteve o acervo, parte dele escolhido pelo servidor e historiador Adelson André Brüggemann, chefe da Divisão de Documentação e Memória do Judiciário, para ser exposto no Museu do Judiciário catarinense. "É o gosto da minha vida: fazer e estudar história", conta.
Jansson, contratado pela Southern Brazil Lumber & Colonization Company inicialmente para comprar e vender erva-mate, recebeu a oferta para se tornar fotógrafo da empresa em Três Barras. Ali, estabeleceu um estúdio fotográfico, foi delegado de polícia e escrivão de paz. E passou a se embrenhar na Guerra do Contestado, nem a favor dos caboclos, nem ao lado das forças públicas.
Após o conflito armado, viveu em Itararé e ainda acompanhou parte da Revolução de 30 e registrou uma célebre foto de Getúlio Vargas. Pelo legado imagético e por ser um dos fotógrafos pioneiros do país, recebeu do Exército a patente de tenente da Guarda Nacional. Faleceu em Curitiba em 1954, após três intervenções cirúrgicas, a última malsucedida. A causa da morte nunca foi bem esclarecida.
Clique aqui para ver a apresentação do Especial Contestado, produzido pela Assessoria de Imprensa do TJSC.
Se preferir, o Museu do Judiciário, no hall superior da Torre I do TJ, na rua Álvaro Mullen da Silveira, 208, está com exposição sobre a Guerra do Contestado de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas, com entrada gratuita, até o dia 31 de março de 2017.
Obs. do blogueiro: esse é um exemplar (provável) da raça equina depois oficializada como "Campeiro", ou "Marchador das Araucárias", que tem um confortável andamento (marcha picada), está bem adaptado à região serrana de SC e não deixa a desejar quando se lhe exige movimentos rápidos (galope), na lida com o gado por exemplo.
Obs. do blogueiro II: As mulas prestavam relevantes serviços, convivendo com os veículos movidos por motor a combustão
Fotos: Divulgação/Acervo Claro Jansson
Solidão maltrata o corpo e a mente dos idosos
O isolamento corrói o bem-estar de idosos, com efeitos no corpo comparáveis aos do álcool e aos do cigarro. Especialistas também alertam para a devastação causada pela condição
Abandono que adoece
Paloma Oliveto
Há uma cena que o voluntário José Elias Vieira dos Santos já se habituou a ver. Não que se acostume com a ideia. São pessoas chegando ao Lar Samaritano, uma instituição para idosos em Águas Lindas de Goiás, com ordem judicial. “Como o Estatuto do Idoso estabelece que mais de 30 dias sem visita já é abandono, os parentes são acionados pelo Ministério Público”, explica o administrador da casa. A realidade do abrigo localizado no Entorno do Distrito Federal não é diferente da de outras cidades e países. Com o aumento da expectativa de vida, o mundo observa a formação de um exército de solitários.
Embora esse sentimento possa recrutar para suas fileiras pessoas de qualquer idade, o idoso está na linha de frente. “Nessa fase da vida, ele se depara com situações delicadas, como a perda ou o afastamento de pessoas queridas, doenças, aposentadoria, perda do corpo jovem e da independência, entre outros”, destaca a psicóloga Cecília Fernandes Carmona, autora do artigo A experiência de solidão e a rede de apoio social de idosas, publicado na revista Psicologia em Estudo. “Esse é um período de muitas transformações, marcado especificamente por várias perdas. O sentimento de solidão pode ser percebido como mais agudo pelo idoso por ele estar passando por todas as vicissitudes dessa fase”, explica.
Série 'Esquecida mente'. Clique na imagem e vá para o índice.
Nos últimos anos, diversos estudos têm apontado uma forte associação entre a solidão e a incidência de doenças crônicas em idosos. De fato, pesquisadores da Universidade de Chicago descobriram que o isolamento pode aumentar o risco de morte em 14% nas faixas etárias mais avançadas. O trabalho, liderado pelo psicólogo e especialista no assunto John Cacioppo, descobriu que o estresse provocado por essa sensação induz respostas inflamatórias nas células, afetando, entre outras coisas, a produção dos leucócitos, estruturas que defendem o organismo de infecções.
Uma outra pesquisa, da Universidade de Brigham Young, publicada na revista especializada Perspectives on Psycological Science, comparou estatísticas de mortalidade e constatou que a solidão é tão prejudicial à saúde quanto fumar 15 cigarros por dia ou ser alcoólico. Recentemente, a revisão de 23 artigos científicos levou pesquisadores da Universidade de York a concluir que a solidão aumenta em 29% o risco de doenças coronarianas e em 32% o de acidentes vasculares. “Intervenções focadas na solidão e no isolamento social podem ajudar a prevenir duas das principais causas de morte e incapacidade em países de renda alta”, alertaram os autores.
Combate ao isolamento
Se, no corpo, esse exílio social causa estragos, na mente ele pode ser devastador. “A solidão tende a ser vista como um fato isolado, passageiro, sendo até mesmo mal interpretada como ‘frescura’ ou excesso de sensibilidade, quando, na verdade, é um tema delicado e importante, que pode estar atrelado a outras condições e quadros”, observa Cecília Fernandes Carmona. “Quando não trabalhada, ela pode evoluir para um quadro mais grave, como depressão, levando até ao suicídio”, alerta.
Diante desses riscos, alguns países têm desenvolvido programas de combate à solidão na terceira idade. Na Inglaterra, onde 17,7% da população tem mais de 65 anos — percentual que deve aumentar para 24,3% em 2039 —, já existem campanhas nacionais, como a EndLoneliness. O país também lançou um serviço pioneiro: um 0800 que recebe ligações de pessoas mais velhas e solitárias. O relatório de atividades de 2016 diz que são feitas 1,4 mil chamadas por dia de idosos que, de outra maneira, não teriam com quem conversar.
Para a médica gerontóloga Zaida Azeredo, autora de diversos livros e pesquisas sobre idosos, é urgente investir em espaços de lazer e de interação social, além de planos educativos de longo prazo. “Esses são fatores preventivos da solidão”, afirma. No ano passado, ela publicou o artigo Solidão na perspectiva do idoso na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, descrevendo um estudo que fez com 73 idosos frequentadores de centros de convivência de Viseu, em Portugal. Quando perguntados como a sensação de estar só poderia ser diminuída, 28,8% elegeu passeios; 16,4% citou atividades, como ginástica, dança e trabalhos manuais. Quinze por cento escolheu a resposta “família estar mais presente/não abandonar o idoso”.
“Mamãe, te amo”
A importância do apoio familiar também foi constatada pela psicóloga Cecília Fernandes Carmona, que entrevistou mulheres de 62 a 80 anos em Uberaba, no Triângulo Mineiro. De acordo com ela, ao explicar o que leva à solidão, as idosas destacaram que o problema não é estar só. “O tempo em que se está sozinho pode se constituir como um momento de dedicação pessoal, ou seja, um período no qual se pode fazer coisas de que gosta, que trazem bem-estar”, esclarece. Mas isso só acontece quando o idoso tem certeza da força de seus vínculos sociais. “O apoio e a presença de familiares e amigos foram um forte fator de proteção contra o sentimento de solidão. Uma vez que o idoso se percebe amparado e bem atendido, ele sente mais confiança em estar sozinho.”
Há quatro meses, a servidora aposentada Marli da Silva Malta, 75 anos, vive no Lar Samaritano, em Águas Lindas de Goiás. Ela morava com familiares, mas precisou ceder a suíte que ocupava para a filha, que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). A solução apresentada foi se mudar para a instituição de longa permanência. Mãe de cinco filhos — que sustentou sozinha ao se separar do ex-marido —, Marli conta que se sente muito solitária desde que, há nove anos, um deles, o mais próximo a ela, sofreu um infarto. “Meu filho faleceu. Ele era meu esteio. Nunca falou uma palavrinha assim para me contrariar. Todo dia, me ligava e me perguntava se eu estava bem, todo dia falava: ‘Mamãe, te amo’”.
Depois disso, Marli passou a se sentir cada vez mais isolada. Ela morava sozinha, mas foi convencida a se mudar para a casa de uma das filhas. Contudo, a ex-professora afirma que o relacionamento não era bom. “Eu já não aguentava mais reclamação: ‘Ah, tem de dar banho, tem isso, tem aquilo’. Eu não aguentava mais isso, fazer as coisas pra mim, reclamando. Não é cobrando, de jeito nenhum. Mas eu fiz tanto para meus filhos. A dona Marli, eu mandei ir para o espaço e ficou uma carcaça que morria de trabalhar por eles.” Com a doença da filha e a sugestão de que se mudasse novamente, ela foi viver no lar de idosos. Embora admita que é cercada pelo carinho dos profissionais da casa, Marli não esconde a tristeza. “Se eu tivesse gente que tivesse cuidado comigo, eu não estava aqui. A solidão é constante. Me sinto muito só.”
.....
Entrevista
Com Renata Alessandra Evangelista
As mudanças nas configurações familiares brasileiras — baixo índice de natalidade e inserção da mulher no mercado de trabalho — deixam cada vez menos espaço para a tradição de os pais serem cuidados pela família na velhice. A experiência de viver em uma instituição de longa permanência de idoso (ILPI), porém, não precisa ser negativa, explica a enfermeira Renta Alessandra Evangelista, professora da Universidade Federal de Goiás. Na pesquisa Percepções e vivências dos idosos residentes de uma instituição asilar, publicada na Revista da Escola de Enfermagem da USP, ela entrevistou homens e mulheres de 60 a 92 anos que vivem nesse tipo de residência. Muitos relataram solidão, sensação de abandono, ingratidão, mágoa e percepção de estarem excluídos do mundo. Contudo, não excluíram aspectos positivos, como bom relacionamento com outros moradores e possibilidade de se envolverem com atividades diárias. Em entrevista ao Correio, a especialista destaca que a institucionalização pode retirar os idosos do isolamento. “De modo geral, o idoso que é encaminhado a uma ILPI já estava abandonado na sua própria casa”, diz.
O que é preciso ser feito para diminuir a sensação de abandono e revolta que alguns idosos experienciam?
No ano 2000, tínhamos uma população de 0 a 4 anos de 16,3 milhões de habitantes, e, em 2011, esse número caiu para 3,3 milhões. Se você relaciona a característica de famílias menores com a presença dos filhos no mercado de trabalho, você vai tendo cada vez mais idosos desacompanhados no seu próprio ambiente familiar. Com a família perdendo a característica histórica de ambiente cuidador, se torna natural o crescimento da busca por Instituição de Longa Permanência de Idoso (ILPI) para cumprir essa função. A sensação de abandono dos idosos nas instituições é apenas uma continuidade de sensação de abandono no ambiente familiar. De modo geral, o idoso que é encaminhado a uma ILPI já estava abandonado na sua própria casa.
Os modelos de instituições permitem aos idosos refazer suas vidas?
É muito relativo, pois as realidades são muito distintas, de uma instituição para outra, de um município para outro e até mesmo de uma região para outra. Nós temos instituições com padrão excelente, e outras que provavelmente nem poderiam funcionar. Esse talvez seja um grande problema no Brasil: a dificuldade em estabelecer um padrão. Temos uma Política Nacional do Idoso, Estatuto do Idoso, Resolução e Regulamentação para funcionamento das ILPIs, mas falta uma adequada fiscalização para que essas regulamentações se tornem parâmetros para as instituições. Apesar disso, percebemos uma tendência clara na melhoria desse cuidado ao idoso.
Os idosos encaminhados às instituições costumam ser consultados pelas famílias?
Muitas vezes, a conversa da família no seu cotidiano gira em torno das dificuldades enfrentadas por todos, criando um constrangimento para o idoso, uma sensação de ser um incômodo para todos
De um modo geral, eles relatam que foram comunicados, que estão sendo encaminhados. Muitas vezes, a conversa da família no seu cotidiano gira em torno das dificuldades enfrentadas por todos, criando um constrangimento para o idoso, uma sensação de ser um incômodo para todos. A partir daí, fica evidente que há poucas conversas em família com a participação dele na escolha pelo encaminhamento às ILPIs. O que se percebe é a construção de uma situação insustentável, em que a internação se apresenta como única alternativa. Alternativa essa apresentada algumas vezes pelo próprio idoso, na tentativa de minimizar a dificuldade criada para todos.
Há internos que, em vez de se sentirem abandonados e solitários, acabam gostando dessa nova vida?
Sim. Em muitos casos, a institucionalização parece devolver um pouco de alegria, pois eles se sentem menos isolados, têm amizades, são bem cuidados, alimentam-se adequadamente e possuem seus objetos próprios, representando uma alternativa de apoio e também de proteção e segurança. Um importante indicador para o bem-estar do idoso é a participação social. A presença do idoso em atividades em grupos contribui satisfatoriamente para melhoria da autoestima e da autonomia. O idoso não é um ser apenas passivo. Ele tem potencial para realizar diversas atividades e necessita de incentivo e respeito para vivenciar um envelhecimento feliz e saudável. A velhice não deve ser vista como o fim de um ciclo, mas como uma das fases naturais do curso de vida de qualquer pessoa, devendo ser vivenciada em sua plenitude. (PO)
Fonte: http://especiais.correiobraziliense.com.br
20 procuradores da República devem ser candidatos em 2018
Sem grandes liderança tradicionais com capacidade para aglutinar votos dos eleitores, uma nova leva de políticos está surgindo. O governo já identificou pelo menos 20 procuradores da República que estão dispostos a enfrentar as urnas para os mais diversos cargos em 2018. A preferência, no entanto, é para deputado federal.
Na avaliação de integrantes do Palácio do Planalto, se realmente esses procuradores saírem candidatos, delegados da polícia federal também poderão aderir à onda. A bandeira, óbvia, será a Operação Lava-Jato, que os tradicionais caciques da política querem enterrar para se livrarem da prisão.
O próprio presidente da República, Michel Temer, ressaltou, por diversas vezes, em rodas de políticos, que hoje não há nenhum nome forte para disputar a Presidência da República no ano que vem. Ele não descarta o surgimento de uma força jovem, desvinculada da imagem de políticos que tanto o eleitorado repudia.
Jovens e bem-sucedidos
Também está sendo observado um grupo de jovens bem formados e bem empregados se movimentando nas redes sociais a fim de se candidatarem em 2018. Eles têm se posicionado firmemente sobre temas com grande apelo popular, como o combate à corrupção e a eficiência dos gastos públicos.
Esse movimento, identificou o Planalto, é forte e irreversível. Há uma ansiedade da população pelo novo. O grande temor é que surjam aventureiros, como Fernando Collor de Mello em 1989. Mas será difícil sustentar um discurso vazio com as redes sociais tão a
http://www.correiobraziliense.com.br/
tivas.
O governo acredita que 2018 poderá ser o início de um verdadeiro movimento de renovação na política, sobretudo no Congresso. Líderes de partidos que hoje dão as cartas na política tendem a ser varridos do mapa. Tomara seja verdade.
A suruba política cantada em verso e prosa pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), que tanto envergonha o país, deve ser substituída por uma festa de salão menos perversa para a sociedade.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/
Coleta inusitada - Muçulmanos fazem 'vaquinha' para consertar cemitério judaico atacado
Plano era arrecadar cerca de R$ 60 mil, mas doações já passarem de R$ 260 mil. Polícia investiga crime, mas não diz se considera crime de ódio
O DIA
Nova York - A comunidade muçulmana dos Estados Unidos lançou, na tarde desta quarta-feira, uma campanha de arrecadação de fundos para reparar as mais de 170 lápides que foram destruídas no cemitério judaico Chesed Shel Emeth, localizado em St Louis, Missouri, durante um ato de vandalismo ocorrido no último final de semana. O objetivo, rapidamente, atingiu a expectativa inicial de U$20 mil dólares (cerca de R$ 60.000 reais), e ultrapassou a marca de U$ 85 mil dólares (aproximadamente R$ 260 mil).Dezenas de lápides do cemitério são danificadas Divulgação
À rede britânica BBC, as fundadoras da campanha, Linda Sarsour e Tarek El-Messidi, disseram que além de reconstruir as lápides, qualquer dinheiro arrecadado será utilizado para “apoiar centros de comunidade judaica vandalizados em todo o país”.
Na última segunda-feira, onze centros comunitários judaicos americanos receberam ameaças de bombas, por telefone. Também foram registradas ameaças direcionadas a 54 centros da comunidade judaica, em 27 estados e em uma província canadense, em janeiro deste ano, de acordo com a Associação JCC da América do Norte. Entretanto, nenhuma bomba foi encontrada.
Fonte: http://odia.ig.com.br
Por que um país que vive do turismo quer receber menos visitantes
ISTOCK/NORIMOTO É fácil entender o atrativo turístico de Palau
Como estratégia econômica, pode parecer pouco rentável. Mas o governo de Palau, na Oceania, quer que cada vez menos turistas visitem suas praias idílicas.
Seu presidente, Tommy Remengesau, acaba de apresentar um projeto de lei para permitir a construção de apenas hotéis cinco estrelas nesta parte da Micronésia.
Ou seja, a administração aposta na chegada de menos turistas, mas com maior poder aquisitivo. Menos pessoas que deixem mais dinheiro.
E, ao mesmo tempo, quer a garantia de que os investimentos contribuam para o desenvolvimento harmonioso desse pequeno país do Pacífico, composta por 250 ilhas.
"Caso haja necessidade de construir nova infraestrutura, como abrir estradas, os investidores teriam que fazer isso por conta própria", disse Remengesau.
"Em troca, daríamos os incentivos e isenções fiscais necessários", acrescentou o mandatário, segundo declarações à Rádio Nova Zelândia (RZN).
O turismo é responsável por mais de 85% do PIB de Palau
O curioso é que Palau depende majoritariamente do turismo, responsável por aproximadamente 85% do PIB da nação, que tem apenas 20 mil habitantes.
Mas nos últimos anos, a população do arquipélago vem se queixando de que o fluxo de visitantes tem saturado os locais mais populares, causando danos aos recifes de corais e perturbando a vida selvagem.
'Qualidade, não quantidade'
A ilha notou o aumento de visitantes especialmente da China. E com isso, já em 2015 o governo anunciou que reduziria pela metade o número de voos fretados que chegam do gigante asiático.AFP O maior número de turistas à ilha chega da China
Remengesau quer, porém, ir ainda mais longe. E sua aposta é converter o país num sinônimo de turismo de luxo.
O presidente disse que a lei privilegia "a qualidade acima da quantidade" e deixou claro que Palau quer atrair apenas pessoas dispostas a gastar muito.
Ele insiste que o objetivo final é que o desenvolvimento das ilhas ocorra, mas respeitando o meio ambiente e seus habitantes.
"Queremos controlar o crescimento ou que o crescimento nos controle?", questionou a um grupo de jornalistas locais, segundo a publicação Marianas Variety.
Fonte: http://www.bbc.com
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Alemanha devolve obra de arte roubada por nazistas a seus donos judeus
EFEBerlim20 fev 2017
A pintura "Uma tarde nos jardins de Tuileries", do pintor alemão Adolph von Menzel (1815-1905). EPA/Dresden State Art Collections/Karpinski/Handout
A ministra da Cultura da Alemanha, Monika Grütters, devolveu nesta segunda-feira uma nova obra de arte roubada pelos nazistas a seus legítimos donos judeus, neste caso um desenho do pintor Adolph von Menzel encontrado na valiosa coleção de Cornelius Gurlitt.
Gurlitt doou sua coleção ao morrer em 2014 ao Museu de Arte de Berna, mas este chegou a um acordo com as autoridades alemãs para garantir que as centenas de obras de arte supostamente saqueadas pelo regime nazista que faziam parte daquele tesouro fossem devolvidas a seus donos originais.
Hoje foi a vez de "Interior de uma igreja gótica", um desenho a lápis de Menzel datado de 1874 e que foi recolhido em Berlim pelos herdeiros de quem foi sua última proprietária legítima, Elsa Helene Cohen.
Segundo as investigações realizadas, o desenho pertenceu a Albert Martin Wolffson, conhecido advogado, político e colecionador de arte de Hamburgo. Elsa Helena, sua filha, o recebeu de herança, mas se viu obrigada a vendê-lo em 1938 para financiar sua fuga aos Estados Unidos, onde seus descendentes seguem vivendo na atualidade.
"Cada uma destas obras é uma peça do mosaico da verdade histórica sobre o qual a Alemanha é moralmente obrigada a trabalhar. É uma dívida com todas as pessoas perseguidas e, em muitos casos, assassinadas pelos nacional-socialistas", afirmou a ministra da Cultura em comunicado.
A Alemanha, segundo Grütters, deve fazer todo o possível para investigar o destino de perseguidos como Elsa Cohen, que foi forçada a se desfazer de suas obras de arte, e garantir que todos os bens saqueados retornem às mãos de seus herdeiros.
A equipe de trabalho encarregada de analisar a coleção Gurlitt identificou no final de 2015 como "arte roubada" o desenho "Interior de uma igreja gótica", mas a restituição da obra à família foi adiada até hoje pelo processo judicial aberto entre supostos herdeiros de Gurlitt.
Em dezembro do ano passado, a Audiência de Munique determinou finalmente a validade do testamento de Gurlitt, o que permitiu executar o acordo alcançado entre o Museu de Arte de Berna e o governo da Alemanha para a devolução das obras das quais exista comprovação de que foram confiscadas.
Na semana passada, o citado museu e o Bundeskunsthalle da cidade de Bonn anunciaram que será exibido ao público em novembro, pela primera vez, parte do tesouro de Gurlitt, que foi descoberto em 2012 dentro de uma investigação por fraude fiscal.
Cornelius era filho do marchand de arte Hildebrandt Gurlitt, um dos poucos que tiveram autorização do regime nazista para negociar obras da denominada "arte degenerada", retiradas de museus e galerias porque se considerava que transgrediam os princípios e valores do nazismo.
A exposição no museu de Berna se concentrará na "arte degenerada" e em obras do círculo familiar de Gurlitt, enquanto a do Bundeskunsthalle terá como eixo as peças desapropriadas pelos nazistas e quadros cuja origem ainda é incerta.
Fonte: http://www.efe.com
Peça de teatro na Polônia é acusada de blasfêmia e incitação ao ódio
EFEVarsóvia22 fev 2017
Fotografia ilustrativa com vista de artistas e acrobatas em uma apresentação teatral na Polônia. EFE/Wojciech Pacewicz
Menéame
Fotografia ilustrativa com vista de artistas e acrobatas em uma apresentação teatral na Polônia. EFE/Wojciech Pacewicz
Menéame
A promotoria de Varsóvia abriu nesta quarta-feira uma investigação sobre a peça de teatro "Maldição", do diretor croata Oliver Frljic, depois dos protestos que a consideraram uma ofensa aos valores católicos e uma incitação ao assassinato do líder do partido governante da Polônia, Jaroslaw Kaczynski.
Em uma das polêmicas cenas da obra, que é apresentada no teatro Powszechny de Varsóvia, uma cruz é serrada, e em outra aparece o papa João Paulo II, uma figura profundamente respeitada na Polônia, junto a um cartaz com a mensagem "O defensor dos pedófilos".
O episcopado local lamentou nesta quarta-feira o conteúdo de uma representação considerada "blasfêmica" e "ofensiva", que usa a desculpa da arte para "zombar" de símbolos importantes para a maioria dos poloneses.
Várias pessoas protestaram nesta semana contra o teatro Powszechny, apoiado pelos setores mais conservadores da sociedade, como a Fundação em Defesa da Democracia, que afirmou nesta quarta-feira que a peça "ultrapassa todos os limites do aceitável".
"Isto não é um teatro, é um bordel" e "Isto não é arte, é um lixo" são alguns dos lemas gritados pelos manifestantes em frente ao teatro.
O partido governante, o nacionalista e conservador Lei e Justiça, também criticou a peça e vários dirigentes da formação pediram abertamente que seja retirado o financiamento ao teatro Powszechny. Alguns integrantes do Lei e Justiça acreditam que a peça simula o assassinato do líder do partido, Jaroslaw Kaczynski.
Beata Kempa, chefe do gabinete da primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, se juntou à polêmica ao afirmar que "se houver evidências que a obra incita ao ódio, será necessário transmitir alto e claro que isso não é permitido no país".
Ao mesmo tempo, o instituto jurídico Ordo Iuris fez um protesto perante o Conselho da Europa para denunciar que a peça representa uma incitação ao ódio.
Para Ordo Iuris, a peça é "um ataque a valores protegidos pela Constituição polonesa, ao bom gosto e aos direitos dos católicos" e "uma interpretação razoável" da mesma "permite conectá-la a um chamado ao assassinato do líder do partido do governo".
A direção do teatro nega as acusações, principalmente a que se refere à simulação da morte de Kaczynski, e lembra que a peça explora a divisão entre Igreja e Estado e analisa a influência da religião na sociedade.
Fonte: www.efe.co
ONG que protege animais é isenta de exigências do Conselho Regional de Medicina Veterinária
22/02/2017 15:07:06
A quantidade de animais abandonados nas ruas das cidades em todo Brasil já é questão de saúde pública. Mas nem sempre o governo tem iniciativas e verbas para recolher e tratar os bichos. Por isso, o papel das ONGs é tão importante. Mas, no Sul do país, o trabalho de castração gratuita feito por médicos voluntários foi questionado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, que multou a ONG Amigos do Bem. O repórter Marcelo Magalhães mostra que o Conselho exigiu além da inscrição da instituição no CRMV, o pagamento de anuidade e a contratação de uma médica veterinária permanente. Porém, na Justiça Federal essas exigências foram derrubadas.
Fonte: http://www2.trf4.jus.br
STJ discutiu validade do contrato de convivência
A validade do contrato de convivência instituído pelas partes, regulando as relações patrimoniais de forma similar à comunhão universal, mas sem escritura pública, foi discutida pelo STJ. Para os ministros, o pacto de convivência é válido e produz efeitos jurídicos, desde que seja escrito. O assunto foi discutido no julgamento do REsp 1.459.597, relatado pela ministra Nancy Andrighi.
TRF4 mantém multa e cassação de CNH a motorista que se recusou a fazer o teste do bafômetro
TRF4 mantém multa e cassação de CNH a motorista que se recusou a fazer o teste do bafômetro
17/02/2017 17:47:48
17/02/2017 17:47:48
As autoridades policiais podem recolher a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de aplicar multa, de motorista que se recusar a fazer teste do bafômetro. Na última semana, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve um auto de infração aplicado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) a um condutor de Erechim (RS) que se negou a soprar no etilômetro alegando ter usado enxaguante bucal antes de dirigir. A decisão reformou entendimento do primeiro grau.
A autuação aconteceu em 2015 na BR 153, no trecho Erechim-Passo Fundo (RS). Após ser penalizado pelo órgão, o condutor ingressou com o processo na 1ª Vara Federal do município contra a União. Ele sustentou o direito de não produzir provas contra si mesmo, afirmando que a ação do órgão contraria a Constituição.
Já a União argumentou que a negativa de submissão ao teste de etilômetro implica, por si só, na aplicação das penalidades e medidas administrativas previstas no artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como a perda da licença para dirigir por um ano.
Em primeira instância, a Justiça Federal entendeu que não houve a realização de qualquer exame ou registro de alguma situação que indicasse sinais de embriaguez no condutor, considerando ser indispensável a apresentação de provas para embasar a infração. A União apelou ao tribunal.
O relator do acórdão na 4ª turma do TRF4, desembargador federal Cândido Alfredo Silva Leal Junior, deu provimento ao recurso. Segundo o magistrado, o direito à não-autoincriminação refere-se ao âmbito penal, uma vez que é nesta área que cabe às autoridades competentes comprovarem a autoria do delito. Além disso, a Lei 11.705/2008 fez alterações no CTB prevendo que "a simples recusa do condutor de submeter-se ao exame do etilômetro, independentemente de apresentar ou não sinais de embriaguez, constitui infração”, avaliou Leal Junior.
Tullimonstrum gregarium: monstro misterioso terá origem extraterrestre?
© Foto: myFossil
A criatura que tem o nome de monstro Tulli e lembra um alienígena pode não ter a ver com as espécies de peixes mas ser, sim, um invertebrado, comunicam cientistas no artigo publicado no jornal Paleontology.
"Durante o estudo deste tipo de fósseis misteriosos é importante considerar não só a sua anatomia, mas também o processo da sua formação e a semelhança com animais de hoje. Considerando todo isso na análise do monstro Tulli, há razões para acreditar que ele não pode ter sido um animal vertebrado", comunicou Sam Gales da Universidade Oxford no artigo publicado no Paleontology.
O assim chamado monstro Tulli foi descoberto pelo paleontologista amador Francis Tully durante as escavações realizadas em 1958 no estado norte-americano de Illinois. A estranha criatura foi batizada de Tullimonstrum gregarium.
O monstro lembra um ser alienígena, com um corpo alongado sem as barbatanas habituais dos peixes e com grandes olhos localizados não na cabeça mas no meio das "costas".
Anteriormente havia a opinião de que esta criatura seria um parente dos moluscos ou vermes, mas no ano passado os cientistas dos EUA chegaram à conclusão de que se trataria de um animal vertebrado próximo de peixes como a lampreia.
Após isso, foi publicado outro estudo em que os cientistas descreveram a semelhança entre o monstro Tulli e os vertebrados por causa da existência de pigmentos semelhantes aos dos animais e humanos nos seus órgãos da visão.
Mas agora, Gales e seus colegas acreditam que todas as semelhanças com vertebrados se produziram durante a formação dos fósseis.
Segundo comunicam os cientistas, os corpos dos animais marinhos muito raramente mantêm a sua forma original durante o processo de formação de fósseis. Todos as estranhas particularidades, como olhos no meio das “costas”, brânquias e sinais de vértebras podem ter surgido durante a queda do corpo para o fundo do oceano.
Todo isso faz manter as dúvidas sobre a origem do monstro Tulli.
Fonte: https://br.sputniknews.com
Xenofobia inaceitável
As declarações do candidato ultradireitista holandês, Geert Wilders, sobre os marroquinos ultrapassam todos os limites
Manifestantes e policiais rodeiam a Geert Wilders durante um ato eleitoral. KOEN VAN WEEL EFE
São absolutamente inaceitáveis as declarações do líder da extrema direita holandesa, Geert Wilders, que iniciou sua campanha eleitoral afirmando que na Holanda há “demasiada escória” marroquina. O fato de um racista e xenófobo confesso como Wilders encabeçar as pesquisas para as eleições gerais de março serve como prova de que o veneno populista foi inoculado em sociedades historicamente tolerantes, como a holandesa.
A obsessão marroquina no inapresentável discurso político de Wilders não pode pegar ninguém de surpresa. Em dezembro ele foi condenado pela justiça holandesa por insultos e discriminação contra os marroquinos em diferentes intervenções. Parece que o líder do Partido para a Liberdade (PVV) acredita ter encontrado um filão para eleições que servirão de importante termômetro da extrema direita na Europa a apenas um mês da realização das presidenciais da França, nas quais a Frente Nacional, de Marine Le Pen, aspira a ocupar o Palácio do Eliseu.
Com seus insultos, Wilders não só põe sobre a mesa seu escasso respeito às normas de convivência mais elementares que configuram o projeto europeu, do qual a Holanda é membro fundador, mas também uma assombrosa ignorância em termos de geopolítica para alguém que pretende governar um país ocidental membro da OTAN. Parece que o líder do PVV não conhece o crucial papel que o Marrocos está desempenhando na contenção do jihadismo, a principal ameaça para a Europa neste momento. E que nada sabe dos bem-sucedidos esforços levados a cabo por Mohamed VI e o clero alauita – predominante no Marrocos – para evitar que o jihadismo se infiltre tanto no país como nas comunidades marroquinas por toda a Europa. Wilders é um xenófobo que desconhece o que se passa a seu redor, mas que busca explorar a frustração de seus compatriotas. Esperemos que não tenha êxito.
Fonte: http://brasil.elpais.com
“O pão branco é uma bomba que estamos dando às pessoas”
Professor visitante de Harvard, Miguel Ángel Martínez-González alerta sobre as táticas agressivas de algumas empresas de alimentos
Demora-se menos de dois minutos para se dar conta de que o doutor espanhol Miguel Ángel Martínez-González ensina pelo exemplo. Ele sobe a pé as escadas da faculdade até o segundo andar, onde dá aula de bioestatística a futuros médicos, toma o café sem açúcar e, em um cardápio de restaurante que oferece como opções lentilhas, massa e carne, escolhe sem hesitar os grãos. Está há mais de duas décadas em busca de evidências científicas para respaldar as benesses atribuídas pela tradição à dieta mediterrânea.
O catedrático de Saúde Pública da Universidade de Navarra, e desde junho também professor visitante de Harvard, é um dos cérebros do relatório Predimed, o mais amplo realizado até agora sobre os efeitos da dieta mediterrânea, originária do sul da Europa: o acompanhamento de um coorte formado por 7.500 participantes recrutados em toda a Espanha durante uma década demonstrou que esta reduz em 66% os problemas circulatórios, em 30% os infartos e derrames e em 68% o risco de câncer de mama.
“O pão branco é um dos principais problemas que temos. Quando já se tem sobrepeso é uma bomba”
No corredor ao lado de sua sala no campus de Pamplona, onde é realizada esta entrevista, estão pregados em uma cortiça os trabalhos que seu departamento publicou recentemente em revistas científicas. “É o muro da autoestima”, brinca. O médico malaguenho, de 59 anos, colabora desde os anos noventa com diversas pesquisas da Escola de Saúde Pública de Harvard, referência mundial em nutrição. Dali tirou a inspiração e os conhecimentos para contribuir para criar não só o projeto Predimed —suas descobertas já estão incluídas nos guias nutricionais oficiais dos Estados Unidos— como também o SUN, um programa no qual mais de 22.000 pessoas, 50% delas profissionais de saúde, colocaram à disposição dos pesquisadores —de forma continuada desde 1999— dados sobre sua saúde e estilo de vida que serviram para dezenas de trabalhos de pesquisa. Também começou recentemente outro projeto, Predimed Plus, que tenta demonstrar por meio do acompanhamento de quase 7.000 pacientes obesos durante quatro anos que com a dieta mediterrânea melhorarão sua dieta, aumentarão sua atividade física e perderão peso.
MAIS INFORMAÇÕES
- Viagem às nossas profundezas: a chave está no intestino
- Nestlé reduzirá o açúcar dos chocolates em 40% sem afetar o sabor
- Coca-Cola e Pepsi pagam milhões para esconder seu vínculo com a obesidade
- Açúcares: como intoxicamos as crianças sem saber
- O pão integral prolonga a vida, mas o que você compra não é realmente integral
Já é um fato científico: a dieta mediterrânea é saudável. Então, por que há tanto sobrepeso nesses países? Muita gente diz que conhece e segue a dieta mediterrânea. Mas a realidade é que as gerações jovens incorporaram a dieta norte-americana. Come-se carne vermelha e processada demais. Não quero dizer que temos de nos tornar vegetarianos. Mas a evidência científica indica que, à medida que aumenta a porcentagem de proteínas vegetais sobre as animais, cai brutalmente a mortalidade cardiovascular e por câncer. A dieta mediterrânea, sobretudo o consumo de azeite de oliva extra-virgem, frutas secas, frutas, verduras e legumes, é a melhor opção. Depois, melhor comer peixe do que carne e, esta, preferencialmente de aves ou coelho. Também convém reduzir o consumo de açúcar e sal, e levar uma vida menos sedentária. Usar mais as escadas e menos o elevador.
Por que é tão difícil emagrecer?
Primeiro, porque é preciso ter muita força de vontade para perder quilos e não recuperá-los. Mas é que, além disso, certa indústria alimentícia exerce grande pressão para colocar muitos alimentos a nossa disposição a toda hora, a um custo muito baixo e em grandes quantidades. O que está mais acessível nas prateleiras dos supermercados? Alimentos ultraprocessados, com grande densidade energética, porque têm muita gordura, açúcar e sal, às vezes contra a natureza do produto, como acontece com o ketchup. O que ele tem a ver com molho de tomate? E é vendido e consumido em quantidades industriais. Além disso, as porções grandes e baratas incham as pessoas. Vivemos em uma cultura de sobrealimentação. As opções mais saudáveis deveriam estar mais disponíveis.
Por mais que a indústria queira tentar as pessoas, elas sabem que tudo isso não é muito saudável. Ninguém as obriga a comer.
“Algumas empresas alimentícias usaram táticas similares às usadas pela indústria do tabaco”
A maior parte das escolhas que fazemos não são muito racionais. O economista Richard H. Thaler, referência na teoria das finanças comportamentais, e Cass R. Sunstein, outro especialista em economia comportamental, explicam isso muito bem em um de meus livros favoritos, O empurrão para a escolha certa (Ed. Campus). As pessoas costumam optar pela decisão mais fácil, e há um certo tipo de indústria que lhes dá esse empurrãozinho. Por isso, acredito que é preciso tornar o saudável mais acessível, dar pistas de que se deve escolher para comer bem. São estratégias de saúde pública para construir uma sociedade mais saudável. De tal maneira que, como padrão, lhe ofereçam pão integral. O suco, sem açúcar. Thaler e Sustein chamam isso de paternalismo libertário. As pessoas devem ser livres para escolher, mas acredito que é preciso informar e proteger contra escolhas impensadas e prejudiciais. Sem forçar. Isso é o que ensino em medicina preventiva.
O Governo espanhol acaba de anunciar a criação de um imposto que penaliza o consumo de refrigerantes. O que o sr. acha?
Sou partidário de que se subvencione o azeite de oliva extra-virgem, as frutas e as verduras e que se sobretaxe o consumo de carne vermelha e processada, as trash foods e as bebidas açucaradas. Assim se lança uma mensagem clara do que é sadio ou não.
O sr. falava antes do pão. Faz parte da dieta mediterrânea?
Debatemos muito sobre esse tema. A conclusão a que chegamos é que o pão branco é um dos problemas mais graves que temos na Espanha. A grande maioria o consome e assim engorda. É preciso saber que é fundamentalmente um amido, e nosso corpo é super eficiente em transformar amido em açúcar. É como tomar glicose. Basta colocar um pouco de miolo na boca e na hora se sente um gosto doce. E por que a indústria se incomoda de tirar o grão integral? Porque as farinhas refinadas aguentam melhor. São muito úteis comercialmente, mas tira-se delas a parte mais nutritiva e que permite que os açúcares sejam absorvidos mais lentamente. Estamos dando às pessoas, com o pão branco, um combustível de rápida absorção. E isso, especialmente quando já se tem sobrepeso, certa resistência a insulina, é uma bomba. Seria preciso consumir menos e, preferencialmente, integral.
Proliferam agora os livros sobre as diversas teorias de que alimentos engordam mais ou menos. Que as gorduras não são tão ruins como se pensava e o açúcar é a razão da epidemia de obesidade e diabetes. O que é pior, o açúcar ou as gorduras?
O açúcar é um grande problema. É acrescentado em grandes quantidades aos refrigerantes, sucos e produtos engarrafados. As crianças se acostumam a esses sabores super doces e, claro, depois não querem comer uma pera. Mas, ao mesmo tempo, está demonstrado que a gordura saturada tem um efeito negativo sobre a doença cardiovascular. Tanto as gorduras como o açúcar podem ser problemáticos.
A indústria diz que não se pode demonizar alimentos, que é preciso comer de tudo.
Não se demonstrou cientificamente que comer uma ampla variedade de alimentos seja melhor do que restringir alguns. Mas o que interessa dizer para o produtor de carne bovina? Que não há que demonizar nenhum alimento. A indústria tem muito mais recursos do que as autoridades de saúde pública para lançar essas mensagens. Já aconteceu antes. Algumas empresas de alimentação usaram táticas similares às usadas pela indústria de tabaco. Como pagar cientistas para dizer que o tabaco não prejudicava a saúde tanto quanto se acreditava. Chegou-se a dizer que o câncer de pulmão inicial era resultado do desejo de fumar para acalmar a dor. Também se usou dinheiro para desprestigiar os epidemiologistas que trabalham em nutrição.
Comparar a indústria alimentícia à de cigarro não é um pouco exagerado?
Há dois anos publicou-se um relatório na PLoS Medicine com os documentos internos da indústria do açúcar nos anos cinquenta e sessenta. Ali se constata que se sabia perfeitamente que era a causa das cáries dentárias. Naqueles documentos internos se detalha como pagaram a cientistas para que semeassem a dúvida, sobretudo o que pudesse prejudicá-los. Os especialistas em marketing que aconselhavam as empresas açucareiras foram contratados depois pelas de tabaco, que imitaram essas estratégias. Em contrapartida, é preciso destacar que nos últimos anos houve movimentos responsáveis dentro da própria indústria alimentícia para retirar as gorduras trans [as mais prejudiciais] de seus produtos, usar adoçantes não calóricos e reduzir a quantidade de sal.
“Só na presença de uma dieta não saudável é que a genética se relaciona à obesidade. Sem dúvida, o papel dos pais é chave”
O sr. aceitou dinheiro da indústria?
Duas vezes. A primeira, em um momento em que nos negaram todos os fundos e a coorte SUN dedicada ao estudo dos hábitos alimentares correu risco de desaparecer. Aceitamos uma oferta da Danone para analisar os efeitos metabólicos do iogurte sobre a obesidade. Foram cerca de 40.000 euros em 2013 (cerca de 130 mil reais hoje). Concluímos que o consumo de iogurte reduzia o risco de obesidade, mas também dissemos que o consumo de frutas reduzia ainda mais. Depois de publicar o estudo, encerramos nossa colaboração com eles e lhes pedi que não me ligassem mais.
Foi publicado o que se quis, por que recusá-los?
É uma pressão muito sutil. Convidaram-me para um simpósio em Boston para falar de nossas descobertas sobre o iogurte. Não gosto de aparecer em um congresso de mãos dadas com uma indústria real. Considero que é melhor para todos os pesquisadores que sejam independentes.
Não recebeu dinheiro dos produtos de azeite de oliva?
Não. A segunda vez foi o Conselho Internacional de Frutas Secas quem nos pagou. Participamos de uma chamada pública competitiva para financiar o Predimed Plus porque distribuíamos frutas secas entre os participantes. Obtivemos um projeto de 50.000 euros (cerca de 164 mil reais) para dois anos, menos de 3% do dinheiro que recebemos nessa época. Agora, o total de nosso financiamento é público: fundos norte-americanos, espanhóis e europeus.
Há pesquisadores que aceitam dinheiro da indústria.
É um assunto delicado. Em 2013, nosso trabalho publicado no PLoS Medicineconcluía que era cinco vezes mais provável que os estudos realizados com financiamento de certa indústria concluíssem em favor dessas empresas. Também é interessante contrastar com qualquer estudo que tenha recebido dinheiro de empresas de alimentos com outros independentes e compará-los. Não se pode confiar apenas em pesquisas financiadas pelos interessados. Não se pode ser juiz e parte envolvida. Outra possibilidade seria a indústria aportar esse capital a um fundo anônimo e que não tivesse capacidade para decidir que projetos serão financiados. Ao mesmo tempo, as agências públicas teriam de incrementar seus investimentos em epidemiologia nutricional. A alimentação interessa a toda a população.
A obesidade já é uma epidemia de alcance global.
É a grande pandemia do século XXI, e vai provocar o fato insólito de que nas sociedades desenvolvidas retrocedamos em expectativa de vida. Nos Estados Unidos acabamos de saber que já aconteceu. Um macroestudo recente realizado em Israel mostra que até as pessoas cujo peso está dentro da normalidade, mas na parte superior, resvalando no sobrepeso, sem ser ainda obesos, têm um risco maior de mortalidade cardiovascular. A OMS associa a obesidade a 15 tipos de câncer. Isso tem um impacto na qualidade de vida. Por isso estamos fazendo o estudo Predimed Plus, para ver se com a dieta mediterrânea não ficamos apenas mais sadios, mas também mais magros.
A obesidade é genética?
É hereditária, porque os costumes podem passar de pais para filhos, mas o componente genético não explica a pandemia atual. Em Harvard foi feito um estudo muito interessante em 2012: pegaram 32 genes relacionados à obesidade e viram o que acontecia quando se tomava bebidas açucaradas. Se essas bebidas não eram consumidos, a genética não previa nada. É muito claro. Só na presença de uma dieta não saudável a genética se relaciona com obesidade. Sem dúvida, o papel dos pais é chave, e também o da escola, dos profissionais de saúde, da mídia e da cultura de entretenimento.
Até onde pode chegar a medicina preventiva?
Comecei a me formar como cardiologista, mas logo me dei conta de que gostava de atuar antes, na epidemiologia, nos grandes números. Nos anos noventa, a medicina preventiva era insignificante na Espanha. Foi ganhando prestígio graças à medicina baseada na evidência científica. Antes o médico se fiava em sua inspiração, em seu olho clínico, em sua experiência. Agora há pesquisas que afirmam que depois de estudar 10.000 pacientes isso é o que costuma acontecer. A linguagem da medicina mudou.
Costumava-se dizer que um bom médico era alguém mais velho, com experiência.
Era uma visão subjetiva. Agora há uma base mais objetiva, quantificada, rigorosa, científica, mas nunca deve faltar o afeto humano ao paciente e a atenção personalizada.
Não podemos acabar ficando obcecados com a prevenção?
As pessoas confundem a medicina preventiva com os tratamentos precoces e os exames. Mas o principal é o estilo de vida e a dieta. A vida é simples, pelo menos na teoria: não fumar, permanecer magro, fazer atividades físicas, comer de forma saudável e controlar a pressão arterial, o colesterol e a glicose. Se essas coisas estão sob controle, a mortalidade cardiovascular se reduz em 76%.
Hoje em dia, com um simples exame de sangue ou saliva, é possível prognosticar um câncer em uma pessoa totalmente saudável.
Essa medicina preventiva tem aplicações que são favas contadas. Mas muito pouca gente que pode se beneficiar atualmente. Não há recursos. Ao mesmo tempo, comer mais lentilhas e menos carne está ao alcance de toda a população agora mesmo.
Há um empenho em fazer com que as pessoas vivam muito mais anos.
A qualidade de vida é fundamental. E muito disso se perde com as doenças neurodegenerativas. Estamos pesquisando o efeito da dieta mediterrânea em demências como Alzheimer e Parkinson e começamos a ver que também é benéfico. Calculo que em um anos serão publicados os resultados. Acredito que será uma bomba.
Fonte: http://brasil.elpais.com
Assinar:
Postagens (Atom)