Chris Mahlangu, um imigrante ilegal do Zimbábue, confessou o assassinato de seu patrão, Eugene Terre’Blanche
Agência Efe
Chris Mahlangu (esquerda) e Patrick Ndlovo (direita) assistem ao seu julgamento nesta quarta (22/08) na África do Sul
O assassino confesso do líder racista sul-africano Eugene Terre’Blanche foi condenado nesta quarta-feira (22/08) à pena de prisão perpétua por uma corte na cidade de Ventersdorp, localizada no norte da África do Sul. O julgamento provocou protestos raciais que reuniram dezenas de pessoas favoráveis ou contra a condenação em frente à sede do tribunal, conforme informaram jornais internacionais.
O fundador do Movimento de Resistência Africana, grupo que prega a supremacia racial branca, foi esfaqueado em abril de 2010 em sua fazenda por dois de seus funcionários depois de ter se negado a pagar seus salários. Irritados com a posição do proprietário e com as condições precárias de trabalho, Chris Mahlangu, um imigrante ilegal do Zimbábue, e Patrick Ndlovo, que tinha apenas 15 anos, invadiram a sua casa durante a noite e o golpearam enquanto dormia.
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Apesar de terem fugido da cena do crime, Mahlangu e Ndolovo assumiram a culpa pelo assassinato e permaneceram presos desde abril de 2010 até os dias atuais. O coautor do crime, Patrick Ndlovo foi denunciado por homicídio, mas condenado a dois anos de prisão por invasão domiciliar, sendo libertado nesta quarta-feira (22/08) pela corte por já ter cumprido a sentença.
O tribunal, no entanto, rejeitou as alegações da defesa de que o zimbabuano havia agido em legítima defesa e determinou a condenação máxima para Mahlangu. Este, por sua vez, disse não se arrepender “por ter tirado um monstro do mundo”.Seus advogados disseram que Terre’Blanche teria abusado sexualmente do funcionário, informou o jornal britânico The Guardian.
Para a justiça sul-africana, o fato de Terre’Blanche ser um dos mais importantes militantes pela supremacia branca do país não foi significante no processo. John Horn, o juiz responsável pelo caso, considerou que o crime não foi motivado por questões raciais, mas sim de ordem trabalhista entre a vítima e os réus.
A prática e ideologia política do proprietário rural, no entanto, foram os fatores mais levados em conta pelos dois diferentes grupos que protestaram nesta quarta-feira (22/08) em frente ao tribunal. Pelo menos 100 pessoas cantaram músicas do apartheid em apoio a Mahlangu enquanto cerca de 20 manifestantes pediram pela condenação dos réus.
Os apoiadores de Terre’Blanche carregavam um boneco negro com uma corda amarrada no pescoço e um escrito: “Enforquem Mahlangu”.
Fonte: OPERA MUNDI
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