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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Movimentos de ódio e de oposição ao governo dos EUA ameaçam a segurança






Duas indianas se abraçam, durante memorial às seis vítimas do atirador, em Oak Creek

Os números servem como uma espécie de medidor do ódio e do radicalismo na terra da liberdade. Quando o primeiro afro-americano prestou juramento como presidente dos Estados Unidos, em janeiro de 2009, o país lidava com 179 milícias contrárias ao governo. Hoje, elas somam nada menos do que 1.018. No entanto, a pior ameaça envolve pessoas como Wade Michael Page, um skinhead que invadiu um templo sikh em Oak Creek (Wisconsin), no último dia 4, e fuzilou seis pessoas, antes de se matar. Descrito como um “neonazista frustrado”, Page visitava fóruns de grupos de extrema direita na internet e tocava em bandas que faziam menção à execução de negros, gays e judeus. Sua namorada, Misty Cook, foi fotografada usando uma camiseta com o símbolo do grupo neonazista Volksfront, do qual o assassino teria sido membro.

“A ameaça dos movimentos de ódio e de oposição ao governo é menor entre grupos já estabelecidos e maior entre indivíduos, pequenas células e facções dissidentes, difíceis de serem rastreados”, afirmou ao Correio Brian Levin, diretor do Centro para o Estudo do Ódio e do Extremismo da California State University-San Bernardino. Segundo ele, os chamados “monges do ódio” veem em Obama a representação da potencial extinção da cultura norte-americana.

ENTREVISTA ERIC SORRENSEN » 
"Temos o direito de organizar milícias"

Fundado em 20 de outubro de 1994, o movimento Volksfront logo conquistou membros na América do Norte, na Europa e na Austrália. Segundo a rede de tevê ABC News, Wade Michael Page, o atirador que matou seis pessoas em um templo sikh de Oak Creek (Wisconsin), no último dia 4, era um dos integrantes do grupo radical. Em entrevista exclusiva ao Correio, por e-mail, Eric Sorrensen — vice-presidente do Volksfront nos Estados Unidos — negou que Page fizesse parte da facção e rejeitou o conceito de “supremacista branco”. Segundo ele, o presidente Barack Obama é um “perigo” para o país não por sua raça, mas pela suposta ideologia. “É um tirano marxista”, afirmou. Sorrensen fez uma defesa veemente da posse de armas e pregou a necessidade de elas serem usadas como meio de proteção ante a “tirania do governo”.

Qual é a proposta do Volksfront e como o senhor vê o movimento supremacista branco após a eleição de Barack Obama?
Não somos supremacistas brancos. Nós acreditamos que o senhor Obama é um perigo para nosso país. Não porque ele é negro, mas pelo fato de ele ser um marxista-socialista radical e porque ele não vê a América como nossos pais viam. Obama se recusou a seguir nossa Constituição. Ele é um tirano marxista que se recusa a seguir as leis de nossa nação. Sua raça significa pouco para nós. George Bush era branco e fez grandes danos à nossa gente e à classe operária.

Como vê a ameaça apresentada pelos grupos de ódio e supremacistas brancos quanto ao risco de cometerem massacres como Wade Page fez em Wisconsin?
Nós sentimos que há um modo mais positivo de resolver os problemas em nosso país. A violência não é aceitável para nós, exceto em autodefesa. Infelizmente, algumas organizações brancas estão mais preocupadas com números do que com a qualidade e a integridade de seus membros. Pessoas como Wade são covardes e uma escória. Eles jamais beneficiarão qualquer movimento. De fato, fazem grande dano e desgraçam nossas crenças e nossa gente. Wade será lembrado para sempre por nós como uma desgraça para seu povo. Um covarde que atirou em mulheres pelas costas. Nós esperamos que a alma de Wade seja atormentada no inferno.

Fonte: CORREIO DE BRAZILIA

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