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domingo, 14 de maio de 2017

Churchill, Stalin e os vinhos do Cáucaso




A coletivização forçada da agricultura na União Soviética, na década de 30 do século passado tem sido apontada pelos críticos do comunismo, ao lado dos julgamentos políticos de 1937, como os grandes "crimes" de Stalin.

A versão, que mesmo fontes de esquerda costumam divulgar, é que a coletivização forçada provocou milhões de mortes pelo frio e pela fome e que Stalin por isso, poderia ser comparado a Hitler e suas políticas de extermínio.

Obviamente não é uma comparação séria. A política de Hitler, a par de sua pretensão em extinguir ou escravizar as raças não arianas, tinha como objetivo reduzir em um terço as populações da Polônia e Ucrânia para que sobrassem mais alimentos para os alemães.

Stalin, ao contrário, independentemente de que sua política tenha s

No seu livro de memórias, Winston Churchill, que a par de suas qualidades como governante, nunca escondeu seu anti-comunismo militante, relata o seu primeiro encontro com Stalin, em Moscou, no Kremlin, em 1942, durante a guerra, quando, para provocar o líder soviético, ironizou as dificuldades que os russos enfrentavam na sua política agrária, perguntando quanto ela estava custando.

A resposta de Stalin está registrada por Churchill em suas memórias.

"Dez milhões de pessoas. Foi assustador. Durou quatro anos. Era absolutamente necessário para a Rússia, para evitarmos os ciclos periódicos de fome, que a terra fosse arada com tratores. Precisávamos mecanizar nossa agricultura. Quando demos tratores aos camponeses, todos se estragaram em poucos meses. Só as fazendas coletivas, que tinham oficinas, conseguiam lidar com os tratores. Tivemos o maior cuidado de explicar isso aos camponeses. Mas não adianta discutir com eles. Depois que você diz tudo que pode a um camponês, ele diz que tem que ir em casa conversar com a mulher e consultar seu cão pastor. Depois de conversar com eles, ele volta e responde que não quer participar da fazenda coletiva e prefere ficar sem o trator. Foi tudo muito ruim e difícil, mas nós, não só aumentamos largamente o abastecimento de alimentos, como melhoramos consideravel mente a qualidade dos grãos."

Em suas memórias, Churchill diz que a reunião teve momentos tensos e outros mais descontraídos.

Os tensos ficaram por conta da reiterada exigência de Stalin que os aliados abrissem a segunda frente na Europa, enquanto que Churchill pretendia usar as forças inglesa e o apoio norte-americano para defender suas colônias na África e impedir o acesso dos alemães ao Canal de Suez.

Os aliados tinham prometido abrir a segunda frente, desembarcando tropas na Normandia, ainda em 1942, mas só foram honrar esse compromisso em junho de 1944, quando a Alemanha já estava praticamente derrotada pelo Exército Vermelho.

Os momentos descontraídos ficaram por conta das inúmeras garrafas de vinho do Cáucaso, que Stalin, Churchill, Molotov, o chanceler russo e Alexander Cadogan, vice-ministro do exterior, inglês, consumiram.

Segundo disse Cadogan, o encontro só terminou por volta das 3 horas da madruga, com seus participantes muito alegres e cordiais.

Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS



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