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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Rússia - Na trilha de Stalin, Putin é favorito para conquistar mais um mandato



Favorito destacado para conquistar mais um mandato presidencial na eleição de março, Vladimir Putin aposta na retomada econômica e mira no recorde do ex-ditador soviético, que se manteve no poder por quase 30 anos



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A recuperação econômica da Rússia, após uma longa e profunda recessão, está entre os principais temas do discurso do presidente Vladimir Putin na campanha para conquistar o quarto mandato, na eleição de 18 de março. Com mais de 80% das intenções de voto, ele se apresenta como o líder que garantiu a sobrevivência do país a desafios como a baixa das cotações do petróleo e as sanções de países ocidentais contra a anexação da península ucraniana da Crimeia. Putin está há 18 anos no comando do antigo império — quatro deles como primeiro-ministro. Se for reeleito, continuará até 2024 e se tornará o governante mais longevo desde Josef Stalin, que liderou a extinta União Soviética (URSS) de 1924 até a morte, em 1953.

“Criamos um novo país, restabelecemos uma Rússia forte e independente, aprendemos a defender firmemente os nossos interesses”, disse o presidente ao iniciar a campanha eleitoral, na semana passada. Pela primeira vez, ele vai às urnas como candidato independente, embora com o apoio do partido do governo, o Rússia Unida.

“Devemos defender tudo o que alcançamos, embora seja modesto. Vejo este como o nosso objetivo comum e, certamente, o meu dever pessoal e minha responsabilidade cívica, como chefe de Estado e candidato à presidência”, acrescentou, pregando a criação de uma “nova economia” para desenvolver a Sibéria, o extremo oriente e o Ártico. Ele também defende a recuperação de setores nos quais a antiga URSS era líder mundial, sobretudo ciência, medicina e tecnologia.



Sem adversários
Ao menos 23 candidatos “expressaram o desejo de participar” da disputa pelo Kremlin, segundo a presidente da Comissão Eleitoral Central, Ella Pamfilova. Entre eles estão os líderes do Partido Comunista, Gennadi Zyuganov, e do ultranacionalista Partido Liberal Democrata da Rússia, Vladimir Zhinrinovsky, além da popular jornalista liberal Ksenia Sobchak — filha de Anatoli Sobchak, ex-prefeito de São Petesburgo e mentor político de Putin. Nenhum dos rivais, porém, conta com mais de 10% das intenções de voto nas sondagens eleitorais.

O principal opositor de Putin na política russa, Alexei Navalni, dificilmente poderá disputar a eleição, em função de várias condenações judiciais, em particular por desvio de fundos. Ele acusa o governo de ter inventado os processos para barrar sua candidatura, e inspirou repetidas manifestações de protesto contra o Kremlin.


A campanha eleitoral foi oficialmente lançada com a publicação do decreto do Conselho da Federação Russa no jornal oficial Rossiskaia Gazeta. O documento também marcou a eleição para 18 de março, quarto aniversário da assinatura do tratado de anexação da Crimeia, concluída dois dias depois de um referendo considerado ilegal pela Ucrânia e pela comunidade internacional.


Essa anexação aumentou o prestígio de Putin, mas resultou na pior crise entre a Rússia e os países do Ocidente, que acusaram Moscou de ajudar militarmente os rebeldes separatistas do leste da Ucrânia, o que foi desmentido pelo Kremlin. A crise gerada pelas sanções do Ocidente, aliada à baixa do petróleo, mergulhou o país em uma profunda recessão, que atravessou 2015 e 2016. Nesses anos, registrou-se queda respectivamente, de 3,7% e de -0,8%, no Produto Interno Bruto (PIB).


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Recuperação

No entanto, contrariando previsões de analisas ocidentais, para os quais a Rússia não sobreviveria por muito tempo à pressão econômica, a indústria registrou aumento no volume da produção. Em primeiro lugar, porque as empresas driblaram as restrições por meio da substituição de importações e do desenvolvimento de novos setores. Assim, em 2017, segundo o serviço federal russo de estatísticas (Rosstat), o PIB acumulado de janeiro a setembro cresceu 1,6%. O setor agrícola ainda não se reergueu completamente das sanções internacionais, mas a expectativa é de que, com a recuperação plena da indústria e da agricultura, a Rússia será totalmente independente de outros países do ponto de vista econômico.

Para o professor Paulo Afonso Francisco de Carvalho, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol-UnB), a reação da economia russa se deve, mais do que a uma ação de governo, ao superciclo de commodities como o petróleo, do qual o país é o maior produtor mundial.

“A Rússia acabou lucrando mais com as sanções econômicas do que os países ocidentais pensavam. E vai continuar crescendo de qualquer jeito, como outros países, entre eles a China, em função do macrociclo de commodities como gás e petróleo. O momento é favorável. Todos estão crescendo”, explicou o professor.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE

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