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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Investigação sobre Fifa e CBF deixa a Globo mais envolvida no processo


Ex-governador Anthony Garotinho inicia série de denúncias contra as Organizações Globo, após condenação de Marin nos EUA.
Por Redação, com agências internacionais – de Nova York, NY/EUA, Rio de Janeiro e San Mateo, CA/EUA

Um dia após o júri norte-americano considerar culpado o brasileiro José Maria Marin, no julgamento em curso na Corte Federal de Nova York, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho iniciou, em seu blog, uma série com denúncias de corrupção sobre as Organizações Globo. Ao lado de Marin, o paraguaio Juan Angel Napout aguardava para conhecer a sentença, após os jurados se decidirem pela culpa de ambos em uma série de crimes. Outro cartola do futebol, o peruano Manuel Burga sai em liberdade.

Ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin foi condenado no tribunal federal do Brooklyn, em NY. Globo foi citada

O julgamento dos três dirigentes, todos eles ex-presidentes das Federações dos respetivos países e acusados pela justiça norte-americana de associação criminosa e lavagem de dinheiro associada à venda de direitos televisivos e de marketing de várias competições, começou em novembro. Na sexta-feira, Marin foi considerado culpado de seis das sete acusações; Napout foi condenado em três de cinco crimes. O júri disse que não tinha chegado a um veredicto no caso de Burga e o juiz ampliou o prazo para que se alcançasse uma decisão unânime, o que aconteceu há 48 horas.

Dúzias de acusados

Burga acabou por ser ilibado do crime de associação criminosa. Este é o dirigente que tinha sido acusado em tribunal por uma das testemunhas-chave de intimidação. O argentino Alejandro Burzaco disse que, enquanto depunha, Burga lhe dirigiu um gesto a imitar uma degolação.

Este julgamento decorre do mega-processo de investigação da justiça dos Estados Unidos que estourou em 2015 e levou à detenção de vários dirigentes sul-americanos e da Concacaf. A investigação estendeu-se à Suíça, onde foram detidos vários dos dirigentes à margem do congresso da FIFA. A acusação envolvia mais de quatro dezenas de pessoas e cerca de duas dezenas declararam-se como culpados. Alguns deles chegaram a acordo com a justiça norte-americana. Alguns dos acusados não foram ainda extraditados para os EUA para serem julgados.

“Não era segredo para ninguém que alguns líderes do futebol sul-americano eram corruptos”, escreveu o San Mateo Daily Journal, CA/USA, em sua edição desta quinta-feira. “Os dois homens condenados chegaram relativamente atrasadas à cena de suborno no futebol. Às vezes, no Tribunal, parecia que uma geração anterior, que durante muito tempo exercia influência sobre a FiFA, na América do Sul, também foi julgada”, acrescenta o diário californiano.
Globo citada

“Na verdade, Napout e Burga foram considerados como integrantes do ‘grupo dos seis’ buscando uma parcela de poder e subornos rotineiramente realizados por Julio Grondona, da Argentina, Ricardo Teixeira, do Brasil e Nicolas Leoz, do Paraguai. Grondona foi o vice-presidente sênior da Fifa – segundo ao comando de Joseph Blatter – e presidente do comitê de finanças quando morreu, em julho de 2014, com 82 anos. Ele é apontado como ‘co-conspirador número 1″ nas acusações do Departamento de Justiça”, segue o San Mateo.

“Teixeira e Leoz também foram indiciados, mas não foram extraditados. Ambos deixaram o comitê executivo da FIFA em abril de 2013. Tentaram, assim, evitar a interdição do Comitê de Ética, por causa de um escândalo anterior, conhecido como o caso da ISL. A ISL é uma empresa multinacional de marketing esportivo. Patrocinou o Grêmio Foot Ball Porto Alegrense no ano 2000, quando investiu milhões de dólares no clube, até que teve decretada sua falência, no começo de 2001.

A Fifa encara, ainda um outro problema de longo prazo. Trata-se de seus parceiros de transmissão da Copa do Mundo de 2026 e 2030. Embora não tenham sido acusadas ainda, formalmente, no caso norte-americano, a norte-americana Fox Sports, a Rede Globo, do Brasil e a mexicana Televisa foram mencionadas em depoimentos. Estas empresas, supostamente, uniram-se para subornar Grondona com US $ 15 milhões, para garantir acordos de dois torneios na América do Sul.
Propina

Este e outros possíveis crimes cometidos pela direção das Organizações Globo ganharam destaque, nesta manhã, nas denúncias de Garotinho. Ele denunciou, em sua página na internet, o que passou a chamar “a partir de agora, de Padrão Globo de Propina (PGP). 

“Numa dessa covardias contra mim, foram ilegalmente sequestrados oito pen drives, cujo registro da ocorrência foi feito na Delegacia da Polícia Federal de Campos; como comunicado ao Ministério Público Federal na cidade. Embora até hoje eles não tenham aparecido, consegui recuperar parte do conteúdo deles”, diz o político campista. 

“Em um dos pen drives está o depoimento de J. Hawilla, que gerou o FIFA Gate, que já levou para a cadeia o ex-presidente da CBF, José Maria Marin; e promete levar outros dirigentes da entidade que comanda o futebol brasileiro e de outras federações, confederações e da própria FIFA. 

“Como essa é uma longa história faremos diariamente postagens revelando não só o conteúdo da delação de J. Hawilla, mas também de outros dirigentes que já estão indiciados e/ou presos nos Estados Unidos. 
Capítulo 1: O desespero da família Marinho 

“Para situar o leitor sobre quem é J. Hawilla e suas ligações com o grupo Globo, e a importância do esquema mundial envolvendo eventos esportivos é importante saber que em 2003, o empresário fundou a TV Tem; uma cadeia de emissoras de televisão, afiliadas da Rede Globo no interior de São Paulo. Cobre 318 municípios, alcançando em termos de público 49% do interior paulista. J. Hawilla também, em 2009, junto com a família Marinho, comprou o jornal Diário de S. Paulo.

“O empresário também tem uma produtora chamada TV 7, que produz os programas Auto Esporte; Pequenas Empresas e Grandes Negócios, entre outros; todos exibidos pela Globo. Mas o grande negócio da vida de J. Hawilla é a Traffic Entertinements e Marketing. Foi através dessa empresa que ele se tornou a ponte de propina paga pelo Grupo Globo aos dirigentes da FIFA; da CBF, da CONCACAF (América Central) e outras entidades do futebol mundial.

“Sua ligação com a Globo é tão grande que a TV Tem de São José do Rio Preto, sua cidade natal, tem como sócio Paulo Daudt Marinho; filho de João Roberto Marinho, um dos três filhos que herdaram o império de Roberto Marinho. O próprio João Roberto é sócio de dois filhos de J. Hawilla, Stefano e Renata; na TV Tem de Sorocaba. 
Copa América

“Os crimes cometidos por J. Hawilla nos EUA são: extorsão, lavagem de dinheiro; conspiração por fraude eletrônica e obstrução à Justiça. A Promotoria de Justiça o acusa de ter intermediado subornos. Ele admitiu os crimes e para não ir para a cadeia delatou quem recebia propinas; e pagou meio bilhão de reais de multa (à Justiça norte-americana).

“O tiro de morte na Globo será dado por Ricardo Teixeira. Por enquanto, seu nome está na lista de investigados do Departamento de Justiça dos EUA. Quando ele for indiciado a situação se complicará de maneira definitiva para as Organizações Globo. 

“J. Hawilla contou que seu primeiro esquema foi feito há 26 anos. O então presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, o paraguaio Nicolas León, lhe pediu propina para assinar um contrato de direitos comerciais da Copa América. J. Hawilla pagou. Depois desse contrato, incluindo as edições da Copa América de 93, 95 e 97, Hawilla disse aos investigadores (norte-)americanos que a propina virou o próprio negócio da Traffic. Disse ainda que o ex-presidente da Associação de Futebol da Argentina, Júlio Grondona recebia propina, assim como Ricardo Teixeira. 
Delator

“Em outro momento ele cita o presidente afastado da CBF, Marco Polo Del Nero. Na documentação entregue por J. Hawilla fica difícil da Globo escapar. As iniciais MCP estão sempre à frente dos valores relacionados à propina paga aos dirigentes. A sigla MCP vem a ser Marcelo Campos Pinto, o todo-poderoso homem do esporte da Globo até dezembro do ano passado, quando estourou o FIFA GATE. 

“O Padrão Globo de Propina (PGP) está todo detalhado em três depoimentos. Além da documentação de J. Hawilla, a testemunha de acusação que virou delator, o argentino Alejandro Burzaco, disse que a TV Globo pagou US$ 15 milhões a Júlio Grondona, já para adquirir os direitos de transmissão das Copas de 2026 e 2030. Burzaco colocou a Globo ao lado da mexicana Televisa, que pagou a mesma quantia. 

“O caso é tão escabroso, que a (norte-)americana Fox; argentina Full Play e a Media Pro, da Espanha; já querem reconhecer o pagamento de propina para fechar um acordo e evitar a prisão de seus dirigentes.
Novos capítulos

A empresa de Burzaco, que de testemunha de acusação virou réu, a Torneos Y Competencias fechou um acordo de colaboração com os promotores do caso. Ele está em prisão domiciliar em Nova Iorque há dois anos; e fez um acordo de leniência com a Justiça dos EUA; comprometendo-se a pagar US$ 112 milhões de multa. 

“Ainda nos depoimentos, tanto Burzaco como J. Hawilla afirmam que Marcelo Campos Pinto (Globo) encontrou-se com Del Nero e Marin; quando acertaram com a benção do ex-diretor da Globo US$ 2 milhões de propina para serem divididos entre Ricardo Teixeira; Marin e Del Nero”, revela Garotinho. 

Ele promete seguir, em novos capítulos, com a denúncia às Organizações Globo. 

Fonte: CORREIO DO BRASIL

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