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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Um exemplo edificante - Apaixonado por plantas, morador plantou mais de 500 mudas de árvores na praça do bairro






O aposentado também cultiva temperos e ervas para chás no local
Dariele Gomes, Florianópolis
24/12/2017 14h28 - atualizado em 24/12/2017 às 14H28









O aposentado Leovaldo dos Santos, 77 anos, morador do Alto da Caieira do Saco dos Limões, na região central de Florianópolis, não é apenas mais um morador no bairro. Apaixonado por plantas e pelos nove filhos que teve com a mulher Dorvalina Lins dos Santos, 75 anos, Santos já plantou quase 500 mudas de árvores no Alto da Caieira, 300 no viveiro da comunidade e o restante nos canteiros das ruas. Ele diz que cuida das plantas e tem um carinho por elas assim como tem por pessoas.

Falante e com muitas histórias para contar, Santos diz que essa paixão nasceu em Mariópolis (PR), onde casou e teve os filhos. “Lá tínhamos uma boa condição de vida, oferecida pelo meu pai. Só no terreno que morávamos, eu e a mulher, tínhamos 500 pés de arvoredo, plantados por mim. Sempre gostei e não sei explicar de onde vem esse interesse. Me faz bem plantar e compartilhar a vida das plantas”, diz.Leovaldo dos Santos cuida e identifica as espécies no Alto da Caeira, em Florianópolis - Marco Santiago/ND


Santos mora há dez anos no Alto da Caieira. Os últimos quatro anos foram dedicados ao cultivo de plantas e ao cuidado com a comunidade. “Eu trabalho com reciclagem e para ganhar um dinheiro extra comecei a plantar mudinhas nas caixas de leite que chegavam para mim. No início até vendi algumas mudas, mas fiz muitas e não consegui vender. Aí veio a ideia de plantar e compartilhar com a comunidade”, conta.

Além de plantas, o aposentado gosta da cor azul. Mas não é por causa do Avaí. Ele diz que o azul lhe faz lembrar o céu. A cor está presente não só na casa de Santos, mas também nas placas de identificação das plantas, que ele mesmo confecciona. Basta um pedaço de madeira, uma tinta azul ou verde, e pronto, todas identificadas.

Na praça da comunidade, todas as mudas estão identificadas e bem cuidadas. Quem passa pelo local admira o capricho que Santos tem com o lugar. “A comunidade gosta muito. No início a garotada não cuidava, passava e quebrava um galho por má criação. Agora, já estão todos cientes de que é para o bem da comunidade”, diz Dorvalina.

Ajuda e retribuição

Outras pessoas da comunidade ajudam a cuidar da praça, repleta de verde e de plaquinhas de identificação. “Muitas pessoas ajudam. Além do meu filho, que é presidente da comunidade, contamos sempre com a ajuda do Vilmar e do Rui, pessoas que fazem a manutenção das plantas”, explica Leovaldo dos Santos.

Sobre os tipos de plantas, o aposentado não sabe dizer todas, mas destacas as que têm em mais quantidade. “Tem de tudo, desde flor, frutas e remédios. As que mais têm são grumixama, a ‘prima’ da pitanga, cerejeira, flor de hortência e amorinha”, diz.

Como tem muitas mudas, ele acaba doando a quem lhe pede. “Mesmo não tendo uma condição financeira muito boa, sei que fui procurado para servir os menos favorecidos do que eu, por isso ajudo como posso. Tenho três galpões de reciclagem aqui e ajudo a comunidade como posso. Às vezes nem preciso, mas compro algumas latinhas para ajudar o próximo a botar o pão na mesa”, afirma.

"Essa é minha missão aqui"

Na cozinha, enquanto prepara um café, Dorvalina Lins dos Santos diz que tem orgulho do marido e que ali na falta nada. “Tenho chás, temperos, cebola, batata-doce... Tudo plantado e cuidado por ele. A minha flor preferida entre as que ele plantou é a dama-da-noite. É à noite que ela solta um perfume gostoso”, conta.

Sobre o cuidado com o meio ambiente na comunidade, Leovaldo dos Santos diz que cumpre a sua missão na terra. “Já que trabalho com reciclagem, tiro do meio ambiente o que não serve mais para algumas pessoas e transformo em outras utilidades. Contribuo também compartilhando o verde, o chá, a flor. Tenho certeza que essa é a minha missão aqui”, afirma.

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