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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Extrema-direita húngara caça judeus e ciganos


Written By Jorge Magalhães 

Csanad Szegedi e Krisztina Morvai, membros do Jobbik, comemoram entrada do partido no Parlamento Europeu Bela Szandelszky / AP


BUDAPESTE - Em apenas dez anos, o Jobbik - Movimento para uma Hungria Melhor - se tornou um dos partidos de extrema-direita mais bem-sucedidos da Europa, junto com a Aurora Dourada na Grécia. É hoje a terceira força política na Hungria, com 43 deputados em uma câmara de 386 parlamentares. Três dos seus membros ocupam o Parlamento Europeu, mesmo sendo eurófobos, e uma de suas referências internacionais é o Irã. No entanto, a retórica antissemita do partido não é a que mais benefício lhe traz. A grande obsessão da legenda são os ciganos, que representam 10% dos 10 milhões de húngaros.

- A rejeição aos ciganos está mais ligada aos estereótipos que circulam na sociedade húngara, muito menos antissemita do que contrária aos ciganos” - explicou Péter Krekó, especialista em extrema-direita.
A crise econômica que abala a União Europeia é um impulso para o surgimento destes movimento, mas é somente parte da explicação. O Jobbik já estava ali, antes da crise.
- As raízes do crescimento do Jobbik também estão na crise política e institucional da União Europeia. Os partidos tradicionais têm perdido sua credibilidade. A base do Jobbik são jovens, homens, de classe média alta e muitos universitários - explica Krekó.
A popularidade do partido na Hungria aparece nas eleições. Em 2010, obteve 17% dos votos. Seu programa se baseia em propagar a segregação dos ciganos, definidos pelos partidários como uma comunidade incapaz de se integrar à sociedade, pessoas que vivem de subsídios, sem educação e estimuladas a conceber filhos de maneira irresponsável. O Jobbik culpa exclusivamente os ciganos por um tipo de delito, uma espécie de roubo com o uso de navalhas. Apesar desta ideia já existir antes da criação do partido, o discurso lhe dá visibilidade.
Tal pensamento surgiu na criação da Guarda Húngara, uma organização vinculada ao Jobbik, formada por civis uniformizados que se dedicava a patrulhar os povoados para aterrorizar os ciganos. Mesmo proibida em 2009, alguns de seus seguidores continuam atuando. O último incidente aconteceu em Miskolc, em outubro, quando 3 mil partidários passaram por bairros ciganos com tochas nas mãos.
Um dos perigos mais inquietantes dos movimentos extremistas é a sua capacidade de distorcer a política de um país. Isso porque, embora tenham pouco poder em relação ao número de deputados, tentam condicionar a agenda dos partidos maiores. Em 2014, a Hungria terá novas eleições. O Fidesz, partido conservador de Viktor Orbán, divide com Jobbik o discurso ultranacionalista e, como conta Krekó, “as críticas aos bancos e a ideia de que os políticos europeus conspiram contra a Hungria”.

Mas Fidesz não é antissemita. Orbán condena esta atitude em seus discursos e organiza atos para lembrar o Holocausto. Ele não mencionou o Jobbik quando falou com líderes judeus. No entanto, Fidesz não critica o enaltecimento, em todo país, do ditador Miklós Horthy, responsável pela deportação de cerca de meio milhão de húngaros para Auschwitz.

No ano passado, o governo incluiu no programa educativo dois autores identificados com ideais nazistas e concedeu um prêmio de jornalismo a um reconhecido antissemita, pedindo a devolução do prêmio depois. Estas contradições podem responder porque Fidesz, com a popularidade diminuída desde 2010, está preocupado com a força do Jobbik.

Font: COISAS JUDAICAS

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