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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Mercado Público - Cacau disse o óbvio, com o qual todos concordamos

Nosso Mercado

Pessoas ligadas ao trade turístico de Florianópolis estão acreditando que essa nova licitação imposta pela justiça para democratizar o uso de boxes no nosso Mercado Público é a última e mais concreta oportunidade de salvar o ex-festejado reduto, hoje entregue as moscas, abandonado pela população e sem qualquer cara de mercado. Novos comerciantes, novos ares, novos negócios e não apenas peixe, cahaça e tênis da China. Mercado que é mercado tem que ter frutos do mar, acougues com carnes nobres - de rãs a javalis - , comidas orgânicas, frutas, verduras, artesanatos, queijos, salames, bolinho de bacalhau, linguiça, farinha, caldo de cana, pastel na hora, comida boa e barata, de preferência produtos catarinenses. E com preços justos, controlados, para o nosso povo e não para explorar o turista. Sendo assim, o povo da terra estará de volta.

Fonte: CLIC RBS/Blog do Cacau Menezes



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Postei no blog do Cacau o seguinte comentário:



Só os administradores não haviam enxergado tais evidências, até que Dário Berger e sua equipe - tão execrado pelos ilhéus da oposição - vislumbrou a necessidade da mudança e lançou a licitação.

Pelo menos esta a cidade ficou a lhe dever, me parece.

Pena que não se possa fazer voltar ao Mercado a farinha, a cachaça, os tamancos de cortiça, os quais eram produzidos artesanalmente aqui na Ilha e adjacências, as louças de barro, os balaios de taquara e cipó são joão, porque a modernidade fê-los desaparecer.
Os engenhos (só em Ratones tínhamos 36, segundo um velho nativo morador daqui) foram demolidos e as peças (fusos, prensas, tipitis, coxos, cangas, etc...) vendidas para decoração.
A cortiça dos tamancos é árvore que poucos conhecem (daí a importação de "tênis da China); ninguém mais planta cana-de-açúcar e mandioca nas terras da Ilha, tomadas por vários centros urbanos, velhos distritos inchados com moradias de adventícios, até porque não se pode mais fazer coivaras (derrubadas de matas) e queimadas para controlar as pragas, eis que a mentalidade pró preservação ambiental não toleraria tamanhos atentados (e os laboratórios dos EUA e Europa precisam manter a dominação do mercado com seus produtos químicos - fungicidas e herbicidas, além dos adubos); os descendentes dos nativos não se disporiam mais aos sacrifícios da agricultura e da produção de farinha, açúcar e cachaça, etc..., etc...
Mas há o outro lado: o Estado (gênero), cada vez mais truculento e exigente, impõe tantas taxas e papéis aos que queiram fazer uma simples pesca de tarrafa ou caniço, que só as indústrias pesqueiras subsistirão; as "voadeiras" de fibra substituíram as embarcações que eram feitas de garapuvu e outras árvores nativas e a primeira espécie vegetal referida está a se multiplicar nas matas remanescentes, enquanto as lanchas cortam, com suas possantes hélices, as redes e espinhéis (você sabe o que é um espinhel?) dos pescadores que teimam em praticar a atividade pesqueira de forma artesanal; pouco também se corta de árvores para fazer canoas, baleeiras, mastros e remos de madeira, porque o alumínio e o plástico imperam em tais peças; carros de bois e carroças cederam lugar a outros veículos; pouquíssimo ainda sabem o que é um tolete, uma toleteira, um perapau, um paneiro, uma garatéia, uma verga, uma escota, etc...
A vida à açoriana caiu definitivamente de moda, foi escorraçada pelo turismo e pelos adventícios, o que fez o chimarrão prevalecer sobre o café sombreado. Por aqui não se acha mais a "flor do açúcar", o beiju, a farinha-seca da Ilha. Os dois últimos ainda vêm de fora, fabricados por indústrias.
Assim, o Mercado Público, nunca mais será nem uma imitação hilária do que foi no passado, onde ponteava o Café do Joca. Os "Docas", "Decas", "Manecas", "Bilecas", "Mariquinhas", que troteavam pelas estradas da Ilha, são apenas lembranças familiares; vieram os Washingtons, Karlas, Kennedys, Graces, Simones, Catlins, Andréias, Diegos....
O Óioió foi substituído por "Bá, tchê"! '" Então!!!" "Olha só!!!"
Os linguados foram substituídos pelos pangas (não do RS, mas do Vietnam),não se vê mais peixes-porcos no Mercado; estão na moda a merlusa, o côngrio-rosa, o atum; a tainha teima em aparecer a cada inverno, mas não se sabe até quando; sardinha só aquelas das latinhas.
O papa-terra (falo do palheiro) foi trocado pela maconha e a maresia (falo do cheiro, não do fenômeno marinho) é geral.
Enfim: tá tudo dominado, tolaço. Não adianta mais querer ser nostálgico.
Fui, istepô!





Um comentário:

Anônimo disse...

Falou tudo Herbert,,,,,,,só prátú ter uma idéia como anda a coisa:
" Em Governador Celso Ramos o prefeito está transformando o mercado
público de lá sabe em que,...?????

Garagem para o Corpo de Bombeiros, destruindo um patrimonio clutural e histórico de Ganchos do Meio.....pódeeeee......
Abraçõs
Gancheiro de Ratones