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domingo, 16 de setembro de 2012

Artistas plásticos protestam contra a tortura em Israel



GUILA FLINT

Direto de Tev Aviv


A prática de tortura pelas agências de segurança de Israel motivou o Comitê contra a Tortura no país a lançar uma exposição para chamar a atenção para a causa. Dezenas de artistas locais - israelenses e palestinos - participam da iniciativa. São esculturas, fotografias e pinturas que tentam denunciar a questão de uma forma diferente.

"Decidimos lançar essa exposição, na qual participam vários dos artistas mais importantes do país, para que a voz dos torturados se faça ouvir", disse o presidente do comitê, Ishai Menuchin, ao Terra. De acordo com ele, a organização recebe cerca de 300 queixas por ano, de vítimas de diversos tipos de tortura, a maioria delas palestinos.

O comitê atua não só contra a tortura nas prisões israelenses, mas também contra abusos cometidos pelas forças de segurança contra civis palestinos nos territórios ocupados. De acordo com Menuchin, "a situação melhorou desde 1999, quando a Suprema Corte de Justiça aceitou o recurso da nossa organização e proibiu as formas mais graves de tortura".

Até a decisão da Corte eram registrados milhares de casos de tortura por ano e, em alguns casos, prisioneiros morreram sob tortura nas cadeias israelenses. "Depois das restrições impostas aos serviços de segurança pela Suprema Corte, constatamos uma queda no número dos casos de tortura, e hoje em dia recebemos centenas de queixas por ano, em vez de milhares que havia antes de entrarmos com o recurso", afirmou Menuchin.


"Desde 1999 também não foram registrados casos de morte sob tortura nas prisões", acrescentou. A decisão da Suprema Corte proibiu a tortura mas concordou em manter uma brecha para "pressão física moderada" em casos de presos que representem um "perigo imediato para o público".

Arte contra tortura

O trabalho do artista David Reeb é uma pintura de acrílico sobre tela, denominada Algemas e Tempo, que tornou-se o símbolo da exposição. "Fiz esse trabalho pensando em um caso que me chocou em especial, de um palestino que morreu algemado na UTI de um hospital, depois de ser gravemente ferido durante uma rebelião de presos", disse Reeb ao Terra.

"No começo queria fazer uma representação mais gráfica, mas não consegui nem imaginar a situação na qual aquele homem se encontrava, então decidi pintar apenas as algemas e os números, simbolizando o tempo que se escoava até que seu coração parou de bater", disse o artista.

Já a obra da artista palestina Hannan Abu-Hussein é uma escultura representando o uniforme marrom vestido pelos prisioneiros nas cadeias israelenses. E a escultura da artista israelense Anat Bar El traz imagens de cachorros utilizados pelas tropas israelenses.

O fotógrafo Alex Levac apresenta uma fotografia de um civil palestino da Cisjordânia que foi alvejado por tropas israelenses que faziam treinamentos de tiro, durante a noite, na aldeia onde morava. "O caso desse palestino demonstra a violência arbitrária da ocupação", disse Levac, ganhador do principal prêmio outorgado pelo Estado, o Prêmio Israel. "Ele levou 6 tiros no peito e na barriga sem razão alguma, o próprio Exército admitiu que foi um erro", disse o fotógrafo.

Arte e informação

De acordo com Menuchin, os tipos de tortura utilizados nas cadeias são "tanto fisicos como psicológicos". Ele afirma que prisioneiros são obrigados a ficar sentados algemados e em posições incômodas por períodos longos, outros são impedidos de dormir durante dias. Também há casos de espancamento e de ameaças aos parentes de prisioneiros, para pressioná-los a admitir crimes.

"Desde 2001, encaminhamos 750 queixas sobre torturas ao Procurador Geral da Justiça, mas infelizmente nenhuma investigação foi iniciada", afirmou Menuchin. De acordo com ele, além do protesto contra a tortura, o objetivo da exposição também é informar o público israelense "sobre o que acontece nas salas de interrogatório". "Finalmente o público israelense deve ouvir a voz dos prisioneiros torturados", disse.

Fonte: COISAS JUDAICAS

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