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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tome ciência, não transgênicos



Efraim Rodrigues


O jogo da ciência é simples; faça de um jeito aqui, faça de outro ali e assim você consegue conhecer a diferença entre um jeito e outro.

Na semana passada foi publicado um artigo no periódico científico Food and Chemical Toxicology; na pesquisa, um grupo de ratos foi alimentado com uma dieta com 11% de milho geneticamente modificado R-tolerant NK603 (Monsanto Corp.), com e sem Roundup. Foi também testado um tratamento somente com Roundup, na dose de 1 ppb na água (equivalente a uma gota em 100 caixas de água de 1 mil litros – veja o artigo no blog http://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com.br).


Após dois anos, houve desequilíbrios hormonais associados a maior frequência de câncer, e 76% dos problemas encontrados foram associados a problemas renais. Os machos apresentaram quatro vezes mais tumores; as fêmeas apresentaram maior frequência de tumores mamários, também mais precocemente que a população de ratos controle, alimentada sem transgênicos e sem herbicida.

O artigo tem repercutido bastante entre tomadores de decisão. Na França considera-se o banimento de produtos transgênicos e nos Estados Unidos espera-se que esta pesquisa, entre as primeiras publicadas sem subsídios da Monsanto, estimule os eleitores a votarem por muito menos que o banimento: pela simples identificação dos produtos transgênicos. No dia 6 a Califórnia votará a Proposição 37, que possibilitará inclusive que pesquisadores e profissionais entusiastas destes produtos tenham uma dieta exclusivamente baseada neles.

Li as críticas ao artigo e elas não parecem fazer sentido. Não há problema algum em ter um grupo controle comparado aos três tratamentos. Tampouco há problema algum em usar a raça de ratos Sprague-Dawley, com tendência a desenvolver tumores, porque afinal o controle obviamente empregou a mesma raça, para não falar no fato de que o estudo apresentado pela própria Monsanto para autorização do produto empregou também esta mesma raça.

Este estudo ao menos clama pelo princípio da precaução. Não há como prever como novas moléculas, processos ou substâncias irão agir em nosso organismo ou no ambiente. Por isso, é melhor errar por excesso de zelo.

Demorou, até, que um pesquisador, independente dos interesses de quem produz transgênicos, testassse o efeito destes produtos por um período mais alongado, mostrando seus efeitos crônicos. Como voce pode ver, a simplória visão de ciência lá do início não é suficiente para um mundo onde gigantescos interesses determinam o que, quando e como seus produtos serão testados.

Fonte: GAZETA DO POVO

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