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domingo, 23 de junho de 2013

Quando o Ministério Público quer, descobre, com ou sem PEC 37!



Promotoria investiga fraudes em empresas de ônibus de São Paulo

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO



 

Empresas com prejuízo no balanço, mas com proprietários que fazem movimentações milionárias. Essa situação ocorre com companhias de ônibus de São Paulo, segundo o Ministério Público.

Uma investigação aponta que esse paradoxo é resultado de desvios de recursos pelos donos das empresas, troca de ônibus novos por velhos e venda de linhas que não poderiam ser negociadas porque são uma concessão da Prefeitura de São Paulo.

Relatórios do Coaf, órgão do Ministério da Fazenda que apura lavagem de dinheiro, encontrou "movimentações atípicas" em dinheiro vivo desses empresários.

Um relatório sigiloso obtido pela Folha cita que a empresa Happy Play, que não tem um único ônibus, mas integra consórcio, recebeu R$ 4,8 milhões em depósitos em dinheiro num único ano.

Por causa dessas movimentações, as empresas e seus donos tiveram seus bens bloqueados pela Justiça, mas depois a medida foi cassada.

Um empresário investigado comprou 11 imóveis em condições que o Ministério Público classifica de irreais: sete deles foram financiados pela incorporadora do empreendimento. Quem financia esse tipo de negócio, em geral, é banco, não a incorporadora.

Há ainda suspeitas de que os empresários criaram um cipoal de empresas para esconder patrimônio e evitar perdas em ações judiciais.

Nas manifestações do MPL (Movimento Passe Livre), os empresários eram chamados de "tubarões" do transporte.

O advogado das empresas, Paulo Iasz de Morais, diz que as acusações são infundadas.

O foco da apuração é o Consórcio Leste 4, que atua na zona leste, onde se concentra o serviço de pior qualidade na cidade, segundo a SPTrans, que gerencia o sistema público de transporte.

O consórcio ganhou em 2007 concessão de R$ 1,6 bilhão para transportar 500 mil passageiros por dia.

Três empresas do consórcio estão sob investigação: além da Happy Play, a Novo Horizonte e a Himalaia, rebatizada de Ambiental depois que o maior empresário de ônibus de São Paulo, José Ruas Paz, entrou como sócio.

É também na zona leste que ocorrem as pressões mais fortes das empresas por aumentos no valor da tarifa pago pela prefeitura. A alegação é que as linhas da região são deficitárias.
Uma das empresas, a Himalaia, cobra na Justiça R$ 14,5 milhões da prefeitura por supostos prejuízos.

Foi essa empresa que, segundo a investigação, vendeu linhas e 136 ônibus em 2011 e comprou o que um funcionário da SPTrans chamou de "cacarecos". A oferta teria sido anunciada no site de leilões Mercado Livre.

A existência de serviços de baixa qualidade nessa região não é ocasional, segundo o promotor Saad Mazloum, que iniciou essas investigações em 2008 a partir de reclamações de passageiros.

"As empresas dizem que não têm recursos para melhorar a qualidade, mas, pelas provas que juntei, não há dúvidas de que houve desvio para os empresários."

O promotor também achou repasse de dinheiro entre empresas do mesmo grupo que podem caracterizar desvios de recursos, segundo ele.

Fonte: FOLHA DE SP

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ATUALIZAÇÃO:






Os dados são de Marcos Aurélio Ruy e Van Martins, publicado em Outras Palavras. Segundo o artigo, os grandes donos das empresas de ônibus do país vão tão bem que alguns andam até de Ferrari. José Romano Neto, filho de Maria Setti Braga, dona de um império de transporte no ABC paulista, recentemente destruiu uma Ferrari que custa R$ 2 milhões. O mineiro Joaquim Constantino de Oliveira tem 6 mil ônibus e 24 empresas em cinco cidades e fatura R$ 800 milhões por ano. Outro mineiro, José Ruas Vaz, de Belo Horizonte, é dono de 3.400 ônibus e fatura R$ 600 
milhões ao ano. Em São Paulo, Joaquim Constantino é dono de 13% da frota e também da empresa aérea Gol. E quer controlar metade do transporte público de Brasília, um negócio que pode render R$ 8 bilhões em 10 anos. 
A família de Jacob Barata é dona de 25% da frota de ônibus do Rio de Janeiro e quer disputar a privatização de trens e barcas do estado. O transporte urbano no Rio é negócio de lucro certo superior a R$ 1 bilhão por ano.

Pergunte a qualquer um deles se dá para baixar o preço das tarifas e apresentarão várias planilhas dizendo que é impossível. Não faz muito tempo, em Florianópolis, durante uma greve dos motoristas, um empresário chegou a dizer na TV que o negócio dava prejuízo. Só não explicam como é que ficam cada vez mais ricos.


Postado por Cacau, às 18:44

Fonte: CLIC RBS/Blog do CACAU MENEZES

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