E agora: vamos continuar a restaurá-los com dinheiro público, como sempre foi feito?
Esta pergunta faço-a principalmente aos magistrados que sentenciaram pela improcedência de algumas ações populares que movi contra a ICAR, no sentido de anular convênios e promover a devolução de recursos públicos empregados no restauro dos templos.
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O grupo Opportunity confirmou ontem a compra, por R$ 54,8 milhões, de 42
imóveis comerciais que pertenciam à Venerável Ordem Terceira de São
Francisco (VOT), localizados no centro do Rio.
A maior parte deles está numa área tombada na rua da Carioca, onde são
ocupados por lojas como A Guitarra de Prata (de 1887) e o Bar Luiz (no
local desde 1927).
A ordem católica, criada em 1619, começou a se desfazer de parte de seus
numerosos imóveis na cidade para saldar dívidas bancárias, tributárias,
fiscais e previdenciárias.
"A operação era muito complexa juridicamente porque a ordem está numa
situação difícil, com dívidas muito grandes", disse Dório Ferman,
presidente do Opportunity.
"Nós nos juntamos aos frades e demos apoio para eles conseguirem pagar os débitos que eles tinham com o poder público."
Segundo o Opportunity, as dívidas da ordem relativas aos 42 imóveis somavam cerca de R$ 30 milhões.
Comerciantes que alugam os espaços demonstraram preocupação com a venda.
"Não sabemos o que está por trás", diz Roberto Cury, da Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências.
"Eles terão de respeitar o tombamento, mas não quer dizer que não possam
modificar internamente. Como há lojas que são contínuas, podem resolver
fazer um shopping ali."
O Opportunity reconhece a importância das lojas centenárias e afirma que não pretende desalojar os inquilinos.
"Nossa preocupação é ter o rendimento e melhorar a região, para poder
preservar e ganhar mais com os aluguéis. Vamos exigir dos inquilinos uma
boa manutenção. Eles deixaram degenerar muito", disse Ferman.
Também haverá um reajuste dos aluguéis -segundo o Opportunity, eles
estão na faixa entre R$ 7 mil e R$ 8 mil para lojas com cerca de 100 m²,
o que seria cerca de 50% abaixo do preço de mercado.
"Não é verdade. Há lojas ali pagando até R$ 10 mil, como o Bar Luiz.
Agora eles vão querer aproveitar e explorar, vão querer aumentar o
aluguel e quem não pagar vão despejar", disse Cury.
Os inquilinos dos 42 imóveis farão reunião na segunda para discutir como agir.
Procurada pela Folha, a VOT não se manifestou.
Fonte: FOLHA DE SP
Fonte: FOLHA DE SP
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