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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Nanicos na Venezuela propõem distribuir US$ 1 milhão por pessoa e "república cristã"



Além do presidente Hugo Chávez e de Henrique Capriles, outros cinco venezuelanos tentam conquistar a Presidência


Em poucas semanas, a Venezuela decidirá quem será seu presidente pelos próximos quatro anos. Em 7 de outubro, dois modelos de país se enfrentarão em uma disputa eleitoral qualificada como histórica e definitiva para o futuro do país latino-americano.

Dois candidatos disputam as preferências: o atual presidente Hugo Chávez que, com 14 anos de governo, dedicou a maior parte de sua gestão à inclusão social e a projetar o socialismo do século 21 como um modelo a ser seguido em toda a região, e Henrique Capriles, candidato da oposição que tenta alcançar a primeira posição com um projeto que ele define como o “Caminho em direção ao Progresso”.

Mas, atrás dos líderes nas pesquisas, existem outros quatro candidatos menos conhecidos que participam dessa histórica decisão dos venezuelanos. A seguir, um breve perfil deles, suas aspirações e propostas para chegar à Presidência.

"Candidata dos pobres" pediu "ajudinha" para falar de inflação


“Dê-me uma ajudinha, por favor!”. María Josefina Bolívar, de 37 anos, visivelmente nervosa em sua primeira entrevista na televisão, oferecida ao canal Globovisión, recorreu em desespero à entrevistadora para responder uma pergunta sobre a inflação na Venezuela – um dos temas-chave da oposição. “Como a senhora vai controlar a inflação?”, perguntou a jornalista, ao que Bolívar respondeu: “Bom, gerando emprego, vou controlar a inflação, bem, como posso explicar? (...) Me desculpe, me dê uma ajudinha aqui por favor”, pediu Bolívar.


Gustavo Borges/Opera Mundi
Bolívar protagonizou uma gafe ao falar na TV sobre a inflação na Venezuela. A candidata pediu uma "ajudinha" da repórter

Novo alvo de chacotas na Venezuela, Bolívar se dedica ao ramo de padarias desde os 13 e abriu com o marido um estabelecimento chamado “Miami”, em Maracaibo. Para inscrever a candidatura e registrar o Partido Democrático e Unido pela Paz e a Liberdade, Bolívar demorou quatro anos. O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) exige 950 mil assinaturas de cidadãos registrados. A padeira começou pelo Estado de Zulia, com o registro regional, e logo foi a Trujillo, Portuguesa, Vargas, Monagas e Amazonas buscando as firmas.

Bolívar afirma que quer ser presidente para ajudar as pessoas humildes. Ela chegou a trabalhar na primeira campanha de Chávez em 1998, mas agora quer lutar por seus próprios ideais. Seu programa de governo está baseado no conceito da democracia participativa e protagônica, dá ênfase à necessidade de restituir e fortalecer a institucionalidade democrática e a independência dos poderes públicos.



Tudo isso potencializado pelo “sistema de governo eletrônico”, um conceito criado por ela que permite aos cidadãos “propor soluções, participar no planejamento das mesmas, ser co-executor das soluções e, certamente e mais importante, ser controlador de tudo o que faz o Estado como o último e definitivo beneficiário de todas e cada uma das políticas públicas aplicadas”.

Educadora propõe doar U$ 1 milhão a cada venezuelano

Reina María Sequera de Peñaloza, de 49 anos, nasceu em Yacaruy e é licenciada em educação pela Universidade Nacional Simón Rodríguez. Atualmente, é secretária-geral da organização política Poder Trabalhista, com a qual se postula à Presidência da Venezuela.

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“Analisamos a grande quantidade de venezuelanos que está na chamada via independente, isto é, os indecisos, descontentes, incomodados ou como queiramos chamá-los, mas estão ali na via independente. Consideramos que era necessário que tivessem um candidato ou uma candidata na via independente, no centro, para uma revisão exaustiva sob o calor dos trabalhadores, que são os que vivem e padecem de todos os problemas, e reivindicar os aspectos que é preciso reivindicar, sair adiante com o cumprimento da palavra dos contratos que tenham a ver com os trabalhadores”, afirmou.

O programa de governo apresentado por Sequera se baseia no estabelecimento de um compromisso com todos os trabalhadores que ocupam cargos de gerentes, empregados e funcionários de toda a administração pública e institutos autônomos filiados ao governo, com o intuito de lhes dar estabilidade. Além disso, ela se comprometeu a avaliar e fortalecer todas as missões sociais, maior trunfo do governo chavista.

No entanto, a candidata guardou na manga uma proposta inusitada: entregar US$ 1 milhão a cada venezuelano. Segundo Sequera, o intuito é o de “erradicar a pobreza”, o que eliminaria gradativamente “a insegurança e a impunidade”.

“Nós defendemos que os excedentes do petróleo – das grandes riquezas que nos dá nosso país, a natureza, nossa bondade de terra que temos – é para todos os venezuelanos”, argumentou. Sequera planeja realizar um referendo para que a sociedade opine sobre a administração dos bens da nação. A candidata não descartou trabalhar com Chávez caso ele seja eleito.

Candidato quer levar “o Reino de Deus à Venezuela”

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O advogado Luis Reyes Castillo, de 53 anos, nascido no Estado de Yaracuy, é membro da Igreja Evangélica, participou da Assembleia Nacional Constituinte de 1999 e atualmente é do Movimento Cristão Social e Político Organização Renovadora e Autêntica (ORA).

O candidato diz que não crê no capitalismo ou no socialismo. Além disso, passou a maior parte da campanha denunciando supostas violações à lei eleitoral por parte de outros candidatos. Seu programa de governo propõe a construção de uma “república cristã inspirada na vida de Jesus Cristo”. Mas como esse novo país irá funcionar é ainda um pouco nebuloso.

Um tema que salta aos olhos é o do sistema penitenciário. Caso seja eleito, Reyes irá colocar nas mãos dos “irmãos e irmãs cristãos evangélicos” as prisões. “A única maneira possível de chegar a uma sociedade de amor, de paz (...) é através da formação cristã, humanista”, disse. O candidato quer criar uma nova constituinte para a república cristã venezuelana. “Convoco todos os homens e mulheres dessa pátria para que cruzemos o [rio] Jordão para alcançar a terra prometida, onde não apenas jorra leite e mel, mas também petróleo”.

Chirinos propõe trabalhadores no poder

Orlando Chirinos, candidato do Partido Socialismo e Liberdade, sustenta que seu projeto político – existente há mais de 40 anos – é a revolução socialista internacional e a construção do socialismo com democracia trabalhadora.

Sua principal proposta é que o petróleo seja 100% venezuelano e que a renda seja utilizada para elaborar um plano de obras públicas. Chirinos investiu contra Chávez por não considerá-lo de esquerda radical, mas também contra Capriles, por ser “o representante da direita e dos 40 anos do fracasso da AD (Ação Democrática) e do COPEI (Partido Social Cristão)”.

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Chirinos conversa com repórteres em frente ao CNE, órgão criticado por ele. Candidato se considera um político da esquerda radical

O candidato foi o único a se negar a assinar o acordo do CNE, em que os sete candidatos se comprometem a respeitar as diretrizes legais da campanha eleitoral, por não considerá-lo igualitário. “Há um claro oportunismo por parte das instituições e do CNE para falar somente das candidaturas de Chávez Frías e Capriles”, reclamou.

Militar quer proposta original do bolivarianismo

Yoel Acosta Chirinos, nascido no Estado de Falcón, é um militar e político venezuelano de 51 anos. Ele fundou o Movimento Bolivariano Revolucionário 200 e participou com Chávez da tentativa de golpe de Estado em 3 de fevereiro de 1992 contra o governo de Carlos Andrés Pérez. Posteriormente, Acosta passeou entre o chavismo e a oposição, e agora se inscreveu como candidato pelo partido Vanguarda Bicentenária Republicana.

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O programa de governo consiste na retomada da ideia original da Revolução Bolivariana. “Quando você olha para o horizonte estratégico atual, se dá conta de que a disputa não é entre candidatos, e sim entre projetos políticos", afirma.

"Pela direita, a democracia representativa encarnada em Capriles. Pela esquerda, a vez do socialismo do século 21 encarnada na figura de Hugo Chávez e, no meio, a democracia participativa e protagonista, que é o projeto central da Constituição de 99, produto de um processo constituinte celebrado aqui como nunca antes se fez, e no qual o povo aprovou a ideia da democracia participativa e protagonista”.

Acosta expressou durante sua campanha que gosta de Chávez, qualificando-o como companheiro. “Sempre fui coerente com o conceito de ser revolucionário. Creio que hoje estamos vivendo o momento propício para relançar, resgatar os valores que nos impulsionaram em fevereiro de 1992. Nunca antes aquele espírito havia tido tanta vigência como agora, porque é preciso voltar à proposta original do projeto bolivariano que tem agora uma intenção meramente espiritual”.

Fonte: OPERA MUNDI

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