Trinta placas, lembrando grandes operações da PF desenvolvidas no país, como Satihagara, Anaconda, Matusalém, Sanguessuga, Mãos Limpas, Voucher, Navalha, Mãos Limpas e Caixa de Pandora, foram fincadas nas areias da praia de Copacabana nesta quarta-feira (19). A ação fez parte do protesto organizado por agentes, escrivães e papiloscopistas, que estão em greve há 42 dias, exigindo a reestruturação da carreira e salarial.
Mobilizados na segunda mais longa greve da história - a última foi em 2004 e durou 60 dias - , cerca de 200 pessoas, entre policiais federais e seus familiares, participaram do ato de protesto, em frente ao Hotel Copacabana Palace, onde foi estendida uma bandeira de 25 metros de comprimento, com a inscrição SOS Polícia Federal. Cerca de mil balões, representando os quase mil dias de negociação, serão soltos.
Nesta terça-feira (19), o Sindicato dos Servidores do Departamento da Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ) e o Comando de Greve apresentaram à imprensa informações sobre a greve da categoria, durante coletiva no Hotel São Francisco, no Centro da cidade. O motivo seria as insinuações do Governo Federal de que a greve, iniciada no dia 7 de agosto, seria apenas de natureza salarial.Cerca de 200 pessoas, entre policiais federais e seus familiares, participaram do protesto
O presidente do Sindicato, Telmo Correa dos Reis, esclareceu os principais pontos que têm motivado os policiais federais a permanecer em greve. “Hoje o policial federal trabalha sem atribuição em lei. E o governo usa disso para não pagar a mais no salário. Nossa atividade exige nível superior em concurso público, mas ganhamos como nível médio em comparação a outras carreiras de estado. Na Abin (Agência Brasileira de Imprensa), por exemplo, a discrepância chega a 100%, embora tenham 10% das atribuições que exercemos, como analisar, coordenar e planejar", explicou.
Segundo ele, hoje não há plano de carreira e a categoria sequer consegue repor o efetivo com os concursos - a estimativa é que cerca de 200 policiais federais deixem os quadros da instituição a cada ano, em busca de melhores salários e condições de trabalho em outras áreas, inclusive no próprio serviço público. Telmo alertou para o sucateamento da PF, causado pela redução do efetivo e pelas terceirizações em postos estratégicos e constitucionalmente de atribuição dos policiais federais, como o controle de imigração. "O número de policiais está baixíssimo e deveria aumentar em pelo menos 5 mil. Estamos há seis anos sem reajuste ou correção e o aumento é apenas a consequência da valorização profissional”, explicou.
O presidente do Sindicato ainda criticou as ameaças do Governo Federal de colocar a Força Nacional para substituir os policiais federais durante eventos esportivos, como Copa 2014 e as Olimpíadas 2016. “Isso é atribuição exclusiva da Polícia Federal, inclusive, essa manobra violaria a Constituição. É uma responsabilidade de nível superior. Sem contar que todo mundo sabe que Exército, Marinha e Aeronáutica não estão preparados para isso”, disse Telmo Correa, que explicou que a PF não aceitou a proposta de aumento oferecida, pois o valor não atende às reivindicações.
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