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quinta-feira, 13 de março de 2014

Chefe do Congresso Judaico Europeu: fenômeno ucraniano é muito perigoso

Ucrânia, Rússia, voz da rússia, entrevista, romênia, traian basescu, viacheslav kantor

O presidente do Congresso Judaico Europeu Viacheslav Kantor, cidadão da Rússia, foi agraciado nesta semana com a mais alta condecoração nacional da Romênia – Grã Cruz da Ordem Nacional “Por méritos”.

O presidente da Romênia, Traian Basescu, foi quem entregou a condecoração a Kantor no palácio presidencial de Bucareste.
O chefe do Congresso Judaico Europeu foi condecorado pelo desenvolvimento da causa de tolerância, de reconciliação, do dialogo inter-religioso e dos direitos do homem na Europa, assim como pela luta contra a xenofobia e anti-semitismo. Depois da entrega da condecoração Stanislav Kantor concedeu uma entrevista exclusiva à Voz da Rússia.
– Contento-me muito, –disse– com esta condecoração, pois acho que a Europa não é uma terra alheia para os judeus. É o nosso lar. Vivemos na Europa milhares de anos e continuamos a viver hoje também. Não somos estranhos aqui. Queremos que aqui nos respeitem como cidadãos europeus. Por isso, os meus colegas do Congresso Judaico Europeu, incluindo os que pertencem à comunidade romena, assim como eu e a minha família, temos dado elevado respeito a este ato de alto reconhecimento. É ato de verdadeira amizade e de tolerância de verdade, e o evento, em que você também esteve presente, é um verdadeiro gesto de tolerância por parte da Romênia.
– O presidente da Romênia apontou no seu discurso que a Europa, que tinha vivido há 70 anos os acontecimentos trágicos do holocausto, agora depara novamente o crescimento da atividade dos partidos da direita e dos partidos nacionalistas.
– O presidente Basescu lembrou que semelhantes problemas existem também na Hungria, na Grécia e na França. Mas, existe também o dilema das “Eleições para o Parlamento Europeu”, marcadas para maio. O que é um problema gigantesco. Em princípios da década de 30 do século passado, a ultradireita da Alemanha declarava a disposição de adesão, quando necessário, com a ultra-esquerda. Se agora a extrema direita conseguir se unir com a extrema esquerda, então estará próxima do limiar de 20% no Parlamento Europeu. Como resultado disso, ficará em dúvida, tudo em prol do que foi criada a Europa Democrática Unida, pois se esta coalizão votar contra, nem sequer o orçamento da União Europeia será aprovado.
No caso de surgimento desta coalizão, o partido que vencer nas eleições para o Parlamento Europeu, será forçado a ceder uma parte de cadeiras na Comissão Europeia aos representantes das organizações da extrema direita e da extrema esquerda, o que equivale à introdução de extremistas nas estruturas dirigentes da União Europeia. Sabemos o quanto isto é perigoso não somente para os judeus, mas tambem para as minorias que não correspondem ao conceito de nação dominante. Porém hoje o mundo não pode viver sem a migração. A migração é a base do desenvolvimento da comunidade mundial, mas somente a migração controlada, realizada em conformidade com certas leis.
– Está preocupado com o desenrolar de acontecimentos na Ucrânia?
– A Ucrânia é mais um fenômeno altamente perigoso. Sim, a oposição ficou na Praça da Independência – no tal de Maidan – durante vários meses. Tudo decorria de acordo com um roteiro democrático. Mas no auge dos Jogos Olímpicos em Sochi no Maidan surgiu um dominador: as forças da extrema direita, forças absolutamente nacionalistas, ou, digamos francamente, neonazistas. Eles são minoria, talvez uns dois mil apenas em toda a Ucrânia. Mas estão armados, muito agressivos e o poder em vigor salta-lhes à vista. Este exemplo de conduta do poder e dos extremistas é muito característico para toda a Europa, mas é inadmissível para qualquer país que faz parte formalmente ou não da União Europeia.
– Como resolver a crise ucraniana?
– Eu exortaria todas as partes a proceder com o máximo de comedimento e a formar a sua posição exclusivamente na base de conversações. Estamos vendo que todos estão sobrecarregados tanto com a questão ucraniana, que nem sequer prestam atenção à realidade.
Agora será realizado referendo na Escócia, sem falar dos precedentes que ocorreram nos Bálcãs. O elemento primário em todas estas questões, que são muito dolorosas e estão submetidas a críticas de todos os lados, é a decisão da própria população da região. Se a população manifesta a sua opinião de uma maneira democrática, é preciso levá-la em consideração.
Na Ucrânia e na Crimeia é preciso encarar corajosamente as novas realidades. Se a maioria esmagadora da população da Crimeia se manifestar a favor de uma certa solução, a comunidade mundial deve atuar tendo em vista precisamente este fator.
– A comunidade mundial pode tomar decisões partindo das novas realidades?
– Será obrigada a tomar estas decisões. Nós todos estamos numa lancha comum e estamos sob a pressão de ameaças comuns. O meu ponto de vista é seguinte: a Aliança do Atlântico Norte e o diálogo normal entre a Rússia e os EUA são fatores que devem garantir, em primeiro lugar, uma segurança maior à comunidade internacional em geral. O que sentimos hoje é a falta deste diálogo e do entendimento mútuo normal.
– Existe chance de conseguir isso?
– Sim, existe. Esta chance chama-se “boa vontade”.

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/

Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2014_03_13/chefe-do-congresso-judaico-europeu-fenomeno-ucraniano-e-muito-perigoso-8681/

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