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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Lamentando por que?

Alguns metidos a humanistas estão a lamentar as mortes de dois vagabundos traficantes brasileiros, apanhados em flagrante na Indonésia.
E quanto aos que morrem em consequência do tráfico praticado pelos revendedores de drogas, incluindo policiais, que empenham-se em dar combate aos malacos?
Traficantes são pessoas sem o mínimo de escrúpulo, que não se preocupam com a saúde alheia e que elegeram o lucro como seu deus, acima de qualquer outro valor.
Portanto, lamentar o fuzilamento dos vagabundos é coisa de gente que não pensa nos vários lados da situação.
Tem que matar, sim. Eles matam-se entre si, pela disputa dos pontos de droga, inclusive, de forma rotineira.
Pena que por aqui a legislação não permite a pena de morte para gente da espécie.
Tenho até alguma pena da prima do caco que foi executado ontem. Ela provavelmente sabia da atividade arriscada do próprio primo e deve tê-lo alertado, sem sucesso. Ele mereceu as balas que levou na cara.  Correu risco calculado, onde a ganância falou mais alto. Perdeu e "foi pro saco".
Não se viu falar em erro judiciário, ou em qualquer outra circunstância que pudesse sugerir a prática de injustiça contra os fuzilados. Traficavam rotineiramente e foram apanhados com a boca na botija. Alvíssaras à Justiça da Indonésia e ao presidente daquele país, que não deu bola aos apelos da ONU e até da metida da Dilma.
Quem tem um parente dependente de droga sabe o martírio que enseja a si próprio e aos familiares. 
Dentre outras situações, os casos de jovens que são assassinados em decorrência da adição, principalmente porque não conseguiram pagar dívidas  com traficantes é enorme. A morte deles já é encarada como coisa normal, há muito tempo. Por que não passarmos a ver a morte dos traficantes com a mesma naturalidade, ao invés de ficarmos a lamentá-la, como se a sociedade estivesse a perder gente com futuro promissor e útil à coletividade?
O que Dilma e outros políticos deveriam lamentar é a morte de gente, aos montões, por falta de leitos e de outros recursos na saúde pública, por exemplo. Gente que paga tributos e não recebe, em troca, a devida atenção. Não de traficantes, que não pagam impostos e ainda criam uma verdadeira multidão de doentes, os quais, quando não morrem, acabam demandando atenção do sistema único de saúde, ou seja, desfrutando dos parcos recursos destinados ao SUS, fruto da arrecadação compulsória feita em cima de gente que trabalha, leva vida decente e colabora para o bolo da receita.
Traficante só dá dinheiro para fabricante de armas e munições, ou para os barões da droga, ou ainda para os laboratórios que produzem remédios, coquetéis para tratamento de aidéticos, etc.... Estarão a nossa presidente e os que a apoiam em defesa da vida dos traficantes, lá no fundo, preocupados com aqueles  poderosos segmentos? Sempre há uma possibilidade. 
É certo que boa parte dos que se drogam tem parcela considerável de responsabilidade pela própria desgraça. Irresponsáveis, inconsequentes, exibicionistas, folgados que nada querem com o trabalho e vivem do trabalho alheio, alguns covardes que não conseguem encarar adversidades senão estando "chapados" (falo inclusive dos alcoolistas), que seguem modismos, sem apreço à própria saúde, à saúde dos familiares (cujas angústias acabam aumentando em razão de vê-los dependentes), eles próprios atraem desgraças incontáveis, independentemente da atividade dos traficantes ou dos vendedores de bebidas. A maioria bebe, ou consome cocaína, ou ecstasy, ou ketamina, porque só pensa em si e desconsidera os reflexos no âmbito familiar, de trabalho, social, enfim. São tão egoístas quanto os traficantes. Viram, em regra, pesos mortos para as suas famílias e para a sociedade. 
Mas a maioria deixa-se levar ao mundo das drogas e do álcool por mera inexperiência e espírito de aventura. E aí a disponibilidade  de drogas (incluindo álcool) é fundamental. E não me venham dizer que os que vendem bebida alcoólica são menos criminosos do que traficantes de cocaína, ecstasy, ketamina, etc...Considero-os tão perniciosos quanto os que vedem crack no varejo. Uma "cachacinha", barata como uma "pedra"de crack, é também terrivelmente viciante. Talvez não provoque a mesma "fissura" e suas consequências, mas os reflexos do alcoolismo são muito nefastas e, no entanto, os legisladores não reprimem a comercialização das "bebidas espirituosas". 

Últimas cogitações: 

- Estava esquizofrênico quando praticou o tráfico? 
- Ou veio a doença a manifestar-se na cadeia? 
- Esquizofrênico pode entender o caráter delituoso do tráfico?
- A eventual superveniência da doença, pode, juridicamente pensando, provocar a eliminação do dolo de um traficante?

Com a palavra os psicólogos e psiquiatras.

2 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Discordo do fuzilamento desses dois vermes. Por que não adotar a prática da maldita igreja romana, queimando vivos esses vermes na fogueira tal como era feito no medievo?
Eles são um claro exemplo do CAPITALISMO em que o lucro justifica tudo.

I.A.S. disse...

É verdade, caro Jorge.
Mas, já que o mundo está dominado pelo capitalismo, acho que saem mais barato, para qualquer estado, as balas do que lenha para fogueiras.
Forte abraço.