Dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira indicam que Nordeste teve, entre 1980 e 2010, o maior avanço na esperança de vida ao nascer. Estados do Sul ainda ocupam a primeira posição
Maternidade: o contato físico com a mãe após o nascimento evita um stress desnecessário ao recém-nascido(Thinkstock)
O Brasil obteve, nos últimos 30 anos, conquistas que foram decisivas para reduzir a mortalidade de recém-nascidos, como revelam os dados apresentados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os anos de 1980 e 2010, o país passou de 69,1 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos para um índice de 16,8 – uma variação de 52,4%. As Tábuas Abreviadas de Mortalidade por Sexo e Idade agrupam dados das regiões brasileiras e, com o detalhamento dos dados do Ministério da Saúde, conseguem corrigir distorções provocadas pela subnotificação de registros de óbito. O estudo atribui a queda na mortalidade de recém-nascidos a um conjunto de fatores, entre eles o aumento da escolaridade feminina, as melhorias nos níveis de saneamento básico, queda na desnutrição infanto-juvenil e maior acesso aos serviços de saúde.
Em 2010, de acordo com o IBGE, a esperança de vida dos brasileiros alcançou 73,76 anos (ou seja, 73 anos, nove meses e três dias). O número expressa a estimativa de anos de vida de um recém-nascido, consideradas as taxas de mortalidade daquele período. O estudo compara a expectativa de vida de 1980 no Brasil, que era de 62,65 anos, com a de 2010, e conclui que ao longo de um período de 30 anos, a esperança de vida ao nascer cresceu, anualmente, com uma média de quatro meses e 15 dias. A esperança de vida ao nascer é maior entre as mulheres: 77,38 anos, em comparação a 70,21 dos homens.
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O estudo destaca uma mudança significativa registrada nas regiões Norte e Nordeste. O Nordeste tinha esperança de vida ao nascer mais baixa entre as regiões em 1990, de 58,25 anos. Em 30 anos, os estados dessa parte do Brasil tiveram um incremento de 12,95 anos, chegando, em 2010, a 71,20 anos. O resultado revelado pelas Tábuas de Mortalidade ficou ligeiramente acima da região Norte, que anteriormente ficava à frente do Nordeste – que foi de 60,75, em 1980, para 70,76, em 2010. A análise dos pesquisadores é de que a inversão se deu principalmente ao aumento de 14,14 anos na esperança de vida das mulheres nordestinas, que passou de 61,27 anos para 75,41. As brasileiras da região Norte tiveram uma variação, no mesmo período, de 63,74 para 74,36 – um aumento de 10,62 anos.
Sul – Os dados de mortalidade são, em geral, muito melhores na região Sul. Desde 1980, os estados dessa parte do Brasil permanecem em primeiro lugar na esperança de vida ao nascer, passando de 66,01 naquele ano para 75,84 anos em 2010. Já no Sudeste a esperança de vida ao nascer passou de 64,82 para 75,40 anos. No Centro-Oeste, a variação foi de 62,85 para 73,64 anos.
Entre os estados, a pior situação encontrada foi no Maranhão, onde a esperança de vida registrada em 2010 foi de 68,69 anos. Os dados referentes a 1980 colocavam Alagoas como a unidade da federação com pior do país nesse quesito, com 55,60 anos. Os alagoanos em 2010, no entanto, atingiram o patamar de 69,20 anos.
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