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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Apresentador de TV russo propõe que corações de LGBTs mortos sejam queimados



“Doação de sangue e esperma deveriam ser proibidas para eles (homossexuais)”, disse o apresentador | Foto: Reprodução/ Youtube

Do Opera Mundi

“Eu acho que impor multas aos gays por propaganda homossexual para menores não é suficiente. Eles deveriam ser proibidos de doar sangue, esperma. E seus corações, em caso de acidente de automóvel, deveriam ser enterrados no solo ou queimados, como inadequados para a continuação da vida”. Foi com estas palavras que Dmitry Kiselev, apresentador do canal estatal russo Rossyia 1, o segundo mais visto do país, se referiu em abril do ano passado às minorias sexuais, em cadeia nacional. Quando termina a frase, a plateia aplaude Kiselev.

O vídeo viralizou neste último fim-de-semana na Rússia e foi reproduzido por milhões de pessoas nas redes sociais do país e entre organizações LGBT do mundo inteiro.

Nos canais russos do YouTube, as palavras de apoio à declaração de Kiselev são uma clara maioria. “Muito bem, Kiselev. Eles devem ser destruídos. (…) Temos que proteger a maioria normal da minoria pervertida (…) Quero que meus filhos e netos tenham uma vida saudável física e psicologicamente, como ordenou deus todo-poderoso”, comentou o usuário Ilya Terechin.

Em entrevista ao jornal russo Izvestia publicada neste domingo (11), Dmitry Kiselev tentou se explicar. “As minhas palavras sobre os órgãos dos homossexuais foram uma provocação saudável”. Segundo o apresentador, ele queria apenas levantar a discussão na Duma (câmara baixa do Parlamento russo) sobre a doação de orgãos e sangue por homossexuais. “Não sou homofóbico. Tenho muitos amigos homossexuais. Mas isso (impedir que gays sejam doadores) é uma prática mundial, em quase todos os lugares… Estados Unidos, Europa, Japão, países árabes, menos na Rússia”.

Kiselev sugere na entrevista que gays sejam proibidos de ser doadores e propõe que haja uma punição caso mintam. O apresentador de tv russo diz ainda que “os médicos não podem garantir a segurança da doação, então os gays não podem ser doadores”. Segundo ele, os estudos mais sofisticados não conseguem provar a ausência do vírus da AIDS no sangue e no sêmen e afirmou ainda que os médicos russos precisam adotar esta proibição de doação por parte das minorias sexuais.

“Eu só sou contrário ao fato que os representantes de um certo grupo queiram impor algo diferente. As tradições russas dizem que a cultura íntima é… íntima. Não deve ser trazida à praça. Por isso sou contra as paradas gays. Vá para clubes com portas rosas. Eles não são proibidos na Rússia”, declarou Kiselev.

O apresentador disse ainda que, segundo Freud, as crianças são bissexuais e que por isso a propaganda homossexual deve ser proibida na Rússia. E concluiu: “Os corações dos que morrerem deve ser cremados ou enterrados. Não como um ritual. Somente um pequeno caixão ou no crematório. E que descansem em paz”.

A explicação de Dmitry Kiselev não convenceu a todos. Um jovem gay que preferiu não ser identificado porque trabalha no mesmo canal do apresentador disse à reportagem que o problema deste tipo de declaração é a falta de discernimento daqueles que a assistem. “Nem todo mundo vai achar que isso é uma provocação política, um debate. Várias pessoas vão se sentir encorajadas a agredir um gay depois de ver esta declaração”, lamenta.

Opinião pública

Pesquisas recentes do Centro de Opinião Pública Levada indicam que 85% dos adultos russos são veementemente contrários à lei de casamento igualitário. Apenas 5% são favoráveis a união entre pessoas do mesmo sexo, número que caiu em nove pontos percentuais em apenas três anos. A mesma pesquisa mostra ainda que 16% dos entrevistados acreditam que os homossexuais devam ser isolados da sociedade, 22% pensam que eles devem receber tratamento compulsório e 5% acham que os gays devem ser exterminados.

Em entrevista a Opera Mundi, o jornalista e escritor Dmitry Kuzmin, importante ativista gay da Rússia, disse que esta campanha antigay do país é “apenas uma cortina de fumaça”. Segundo ele, “os políticos buscam um inimigo nacional e a comunidade LGBT funciona melhor para este fim do que as minorias étnicas”, já que a opinião pública russa é praticamente unânime a respeito dos homossexuais. “Eles (Putin e aliados) sabem que a economia russa vai piorar em breve e precisam que as pessoas comuns tenham ódio a um grupo qualquer que seja invisível politicamente. Esta estratégia já foi usada nos anos 30 por Hitler”.

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