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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O vinho que Cabral trouxe para o Brasil


Apresentada pelo enólogo Pedro Baptista, a safra 2010 do mítico Pêra-Manca se mostra poderosa como as melhores da história recente do rótulo – e digna de seus R$ 996,60

CELSO MASSON
29/10/2013 11h57 - Atualizado em 29/10/2013 12h38


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Anúncio publicitário que inspirou o rótulo atual do Pêra-Manca (Foto: Divulgação)
A origem do vinho Pêra-Manca perde-se na escuridão medieval. Seus vestígios remontam aos idos de 1300, quando uma aparição de Nossa Senhora a um pastor teria fixado nos arredores de Évora, no Alentejo, um local de peregrinação religiosa, mais tarde sede de uma igreja e de um convento da Ordem de São Jerónimo. A mesma história reza que os frades mantiveram ali vinhedos nos séculos XV e XVI, onde produziam o vinho Pêra-Manca, o mesmo que acompanhou navegantes portugueses a bordo de suas naus em direção às Índias na era dos descobrimentos. Diz a lenda que até mesmo Pedro Álvares Cabral trouxe tonéis de Pêra-Manca nas caravelas que desembarcaram na costa brasileira. Acredite-se ou não em tudo isso, é certo que há uma longa história para ser sorvida em cada taça desse vinho de exceção feito desde 1990 pela Fundação Eugénio de Almeida – e ninguém melhor para contá-la que seu atual enólogo, Pedro Baptista, natural de Évora. Ele esteve no Brasil a convite da Adega Alentejana, a importadora oficial dos vinhos e do azeite da Fundação (que incluem os rótulos EA e Cartuxa), e apresentou uma seleção de vinhos harmonizados com pratos do Rancho Português, o mais novo restaurante de São Paulo especializado na cozinha lusitana.
Antes de detalhar o que Pedro tem a dizer sobre a safra de 2010, uma curiosidade quanto ao nome: Pêra-Manca deriva de pedra manca (ou oscilante), uma formação granítica de blocos arredondados em desequilíbrio sobre a rocha firme. Trata-se, portanto, de uma toponímia e não do nome da fruta, como se pode pensar.
Garrafa da safra 2010 do vinho português Pêra-Manca, importado pela Adega Alentejana (Foto: Divulgação)
"O Pêra-Manca Tinto 2010 foi elaborado com 55% da casta Aragonez e 45% casta Trincadeira, plantadas numa das vinhas mais velhas da Fundação Eugénio de Almeida", diz o enólogo. Depois de vinificado na nova Adega Cartuxa, na Herdade dos Pinheiros, o vinho estagiou em tonéis de carvalho francês por 18 meses antes de ser engarrafado e repousar por mais oito meses nas caves subterrâneas do Convento da Cartuxa, em Évora. Com 14,5% de álcool e coloração granada forte, tem aroma intenso de frutas vermelhas, pimenta rosa e ameixa seca. Concentrado e fresco na boca, tem um final longo em se que destacam notas de chocolate amargo. "As condições de umidade e temperatura durante a primavera e o inverno de 2010 permitiram à vinha uma boa expressão vegetativa", afirma Pedro, orgulhoso de ter produzido mais uma edição do Pêra-Manca (a 11ª em 23 anos). "Um vinho que nos honra", diz.
Onde encontrar
Adega Alentejana, tel. 5094-5790, adegaalentejana.com.br. Preço: R$ 996,60

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