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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Restauro incomum



Um templo chinês do século XVIII foi "restaurado" por funcionários (sem a autorização do governo) de forma incomum. Os antigos afrescos, que contavam a história do budismo, foram substituídos por novas pinturas com cores brilhantes, livremente inspiradas nos desenhos anteriores.

Reprodução | Blog Wujiaofeng
Imagem do afresco original antes da restauração

Reprodução | Blog Wujiaofeng
Imagem da pintura depois da restauração

Mesmo estando mal conservadas e danificadas, as imagens originais agradavam muito mais aos observadores do que as suas novas versões. A “restauração” na cidade de Chaoyang foi muito criticada por especialistas e sua notícia correu o país, chocando a população chinesa e muitos ao redor do mundo.

O fundador do Centro de Patrimônio Cultural de Beijing, He Shuzhong, avaliou as mudanças realizadas e disse que a maior parte das pinturas está “excessivamente restaurada”.

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Já o arqueologista do Escritório de Relíquias Culturais da China, Li Zhanyang, foi mais direto: chamou o governo local de “mal educado, desarrazoado e sem conhecimento da lei” pela obra. “Eles usaram o nome de ‘restauração’ para um novo projeto”, afirmou ele que alertou para o fato de que acontecimentos semelhantes acontecem todos os anos no país.

O caso veio à tona quando um internauta postou, em seu blog, algumas das fotos da “restauração”, comparando-as com os afrescos originais. “O ultimo traço de história dentro do templo foi apagado”, escreveue. O templo remonta aos tempos da Dinastia Qing (1644 – 1911).

A informação foi reproduzida pela mídia local, chegando ao conhecimento do governo - que respondeu às acusações de descuido com a demissão de dois funcionários envolvidos no caso.

Reprodução | Blog Wujiaofeng
Imagem do afresco original antes da restauração

Reprodução | Blog Wujiaofeng
Imagem da pintura da restauração

Segundo jornais locais, a abade do templo havia entrado com pedido de permissão para a obra de revitalização, que foi negado pela administração provincial, apesar da insistência das autoridades municipais. Como consequência, o trabalho foi realizado por uma companhia não qualificada, que prezou a rapidez do processo e não seus detalhes.


A restauração é um processo de pesquisa científica e exige funcionários qualificados e mais tempo de trabalho. Não é a primeira vez que uma obra história é danificada por tentativas mal sucedidas de “restauração”.

Uma nova Cecília Giménez?

Cecilia Giménez, a espanhola de 81 anos conquistou as redes sociais no ano passado com sua restauração frustrada de um afresco de Jesus Cristo em uma igreja da cidade espanhola de Borja. A nova imagem que substitui o “Ecce Homo” do artista Elías García Martínez logo se tornou um hit internacional, atraindo dezenas de turistas ao local.

Reprodução | Facebook
A senhora, frequentadora da igreja de sua cidade, resolveu restaurar a obra do início do século XIX “com boas intenções” ao ver que estava danificada. Ela obteve a autorização do padre, mas não das autoridades espanholas.

Apesar do escândalo e da repercussão negativa entre a impressa espanhola, muitos especialistas apontaram que o “erro” de Cecília chamou a atenção para uma pintura há muito esquecida. “Se Cecília não tivesse feito isso, a obra continuaria anônima, até porque aquele é um Cristo como qualquer outro entre milhões estampados em calendários”, disse Denis Molino, curador assistente do Maso (Museu de Arte de São Paulo), a Opera Mundi.

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