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O Canadá praticava juntamente com os EUA a espionagem contra a direção do ministério de minas e energia do Brasil. Este desmascaramento foi feito pela companhia de televisão brasileira Globo. Na reportagem, transmitida no quadro do programa Fantástico, foram apresentados documentos que revelam que o Centro Canadense de Segurança de Comunicacoes monitorava juntamente com os americanos os telefonemas e a correspondência eletrônica da direção deste ministério brasileiro.
Segundo foi prometido anteriormente, Edward Snowden e Glenn Greenwald continuam a publicar documentos secretos que lançam luz sobre a espionagem eletrônica, promovida pela Agência de Segurança Nacional dos EUA. Agora a eles aderiram os colegas do Canadá. A sua atividade conjunta permitiu criar o programa de computador especializado Olympia, que, textualmente, monitorava todo o sistema de comunicação do Ministério de Minas e Energia do Brasil. Ficou ameaçado todo o arquivo de dados sobre os recursos energéticos do Brasil. E isso se deu embora o mencionado ministério possua o sistema mais potente de proteção dos seus servidores.
A espionagem "visava evidentemente objetivos econômicos", porquanto o Ministério de Minas e Energia do Brasil lida com a informação confidencial de caráter estratégico que diz respeito a recursos naturais e à sua exploração, - constata-se na reportagem televisionada da Globo. A categoria de dados secretos inclui muitas informações sobre as licitações internacionais para a exploração de jazidas de petróleo e de outros minérios.
Mas o que é o Canadá tem a ver com tudo isso? - talvez perguntem alguns dos nossos ouvintes. A resposta é simples. O Canadá ocupa posições de liderança na exploração de minérios praticamente no mundo inteiro. 75% das maiores companhias mineiras são propriedade do Canadá. E o Brasil é considerado sério concorrente no mercado energético. Compreende-se a razão que fez os serviços secretos do Canadá cooperar com a Agência de Segurança Nacional dos EUA.
O especialista em segurança informativa Paulo Pagliusi está abalado com a profundidade de penetração de espiões eletrônicos.
"Eu fiquei assombrado com o potencial, o poderio das ferramentas utilizadas. O Ministério de Minas e Energia foi totalmente dissecado".
O ministro de minas e energia do Brasil Edison Lobão não pôde conter os sentimentos de repulsa e de indignação com a espionagem praticada contra os seus colegas brasileiros por canadenses, considerados até agora parceiros perfeitamente leais.
"A invasão dos sistemas de comunicação e de armazenamento de dados do Ministério de Minas e Energia é grave, na medida em que sugere a tentativa de obtenção de informações estratégicas relacionadas com as áreas de atribuição da pasta, e merece o nosso repúdio. (...) A presidenta Dilma Rousseff já manifestou, com clareza, a indignação do seu governo e de todo o povo brasileiro com a espionagem praticada contra o Brasil. Trata-se de uma prática que fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre os países."
Convém apontar mais uma vez que os alvos da espionagem eram não somente a chefe do Brasil mas também a maior companhia brasileira Petrobras. O canal de televisão Globo ressalta à parte que parte este fim foram utilizados os canais de comunicação do Ministério de minas e de energia. Foram violados as chaves criptográficas complicadíssimas dos servidores do Ministério de energia. E embora o conteúdo dos documentos não fosse revelado, pode-se afirmar que os agentes americanos e canadenses conhecem todos os funcionários públicos que travaram conversações, os locais e os temas destas negociações. Além disso, os documentos interceptados contêm instruções para as ulteriores operações dos oficiais da Agência Nacional de Segurança e da sua filial canadense.
As reportagens do Fantástico põem a nu coisas realmente fantásticas – países, tidos como parceiros estratégicos, tornam-se, de repente, inimigos secretos ou espiões. Agora o Brasil tem mais um inimigo, - situado bem longe no norte, no Canadá.
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