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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Imigrantes africanos fazem greve em Israel contra campo de detenção


Guila Flint
De Tel Aviv, para a BBC Brasil



ONU diz que campos de detenção para refugiados em Israel são 'prisões'

Dez mil refugiados do Sudão e da Eritreia se manifestaram nesta segunda-feira em frente à embaixada americana em Tel Aviv, pedindo que os Estados Unidos intervenham junto ao governo israelense para parar a detenção em massa de imigrantes.

Eles também protestaram em frente à representação do Alto Comissariado para Refugiados da ONU, onde foram recebidos pela chefe do escritório, Walpurga Englbrecht.

Cerca de 50 mil imigrantes africanos em Israel decretaram greve geral a partir do domingo, exigindo que o país os reconheça como refugiados e liberte centenas de pessoas que foram presas e enviadas para campos de detenção no deserto do Negev, no sul do país.

Englbrecht criticou o tratamento dado por Israel aos refugiados.

"As novas politicas e leis de Israel não são compativeis com o espirito da convenção sobre refugiados de 1951", afirmou em um comunicado.

De acordo com o Comissariado da ONU, o campo de detenção de Holot, classificado pelas autoridades israelenses como um "campo aberto", é uma prisão para todos os efeitos.

"Trata-se de um campo de detenção do qual não há saída", afirma o comunicado.
'Infiltrados'

Greve de refugiados desfalcou empresas privadas e departamentos da prefeitura

Segundo Filmon (que não quis revelar o sobrenome), um dos oradores eritreus no protesto em Tel Aviv, "nós, os requisitantes de asilo e refugiados africanos em Israel, fugimos de perseguição, serviço militar forçado, ditadura, guerras civis e genocídio. Em vez de nos tratar como refugiados, o governo de Israel nos trata como criminosos".

Para o ministro do Interior de Israel, Gidon Saar, os africanos não são refugiados mas sim "infiltrados que vieram em busca de trabalho".

"Nos próximos dias pretendemos convidar os infiltrados a se deslocarem para o campo de detenção aberto de Holot", declarou o ministro.

A partir deste domingo, quando os refugiados africanos decretaram greve geral, restaurantes, hoteis e o departamento de limpeza da prefeitura de Tel Aviv ficaram sem seus funcionários.

O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, diz que Israel deve acolher os refugiados e dar-lhes permissão de trabalho "para que eles possam se sustentar de maneira digna".

A prefeitura emprega os refugiados no departamento de limpeza desafiando as decisões do governo que proíbem os africanos de trabalharem.

Dezenas de donos de restaurantes manifestaram seu apoio aos protestos dos refugiados e o movimento também conta com a ajuda de ativistas de direitos humanos israelenses.

"Não posso suportar essa caçada humana que a policia da Imigração vem realizando nas ruas de Tel Aviv", disse uma das ativistas, Orly Feldheim, à BBC Brasil.

"Os refugiados devem ser tratados de maneira digna e humana, e antes de tudo as autoridades devem cumprir a lei internacional e examinar individualmente a situação de cada um deles."
Ajuda local

Ativistas israelenses ajudam africanos a organizar protestos

O refugiado africano Basso, de 30 anos, é um dos organizadores dos protestos e chegou em Israel há dois anos. Ele veio das montanhas de Nuba no Sudão, onde era combatente das forças rebeldes, e entrou a pé em Israel depois de atravessar o deserto do Sinai.

"Se eu voltar para o Sudão com certeza serei preso já no aeroporto, e depois o que me espera é prisão perpétua ou pena de morte", disse à BBC Brasil.

"O governo de Israel deve entender que não somos criminosos, somos refugiados, o que pedimos é abrigo até que possamos voltar a nossos países", afirmou.

De acordo com ele, os ativistas israelenses ajudam os africanos na organização dos protestos, no diálogo com as autoridades para pedir autorização para realizar as passeatas, além de logistica e arrecadação de fundos.

"Sem eles (os ativistas israelenses) não conseguiriamos fazer nada", disse.

No entanto, ele não está otimista sobre as chances de que Israel acate a proposta de asilo aos refugiados.

"Não acredito que conseguiremos convencer o governo israelense a mudar de atitude, o que nos resta é pedir a intervenção da comunidade internacional", acrescentou.

Fonte: BBC BR

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