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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Para igreja, única salvação da mulher é nascer com pênis


por Concí Sales a propósito de


Igreja de Roma é detentora
de um poder falocrático

O que está por trás do ódio sistemático e perseguição aos gays, motivada historicamente e perpetrada pelo catolicismo, é a misoginia.

Portadores de uma revelação androcêntrica de um Deus Patriarcal e detentor de um poder falocrático, os padres de Roma criaram a partir das suas visões excludentes do feminino uma cultura sexista, machista e fundamentalmente misógina.

Não há teólogas, não há sacerdotisas, não há purpuradas nem papisas - salvo a exceção macabra e dantesca da legendária Joana. Portanto, para a Igreja, a mulher simplesmente não existe. 

Pior pra nós, pois o discurso fóbico contra as mulheres revela, além do medo, a total inabilidade, a incompetência, a incapacidade de compreender, auxiliar e colaborar para o fim da opressão contra o sexo feminino. 

Uma mulher corajosa como Utha Ranke-Heinemann, sobrinha de um cardeal, que publica uma obra esplêndida como o livro "Eunucos Pelo Reino de Deus", é simplesmente demitida e silenciada. Seu crime, revelar a misoginia e o pavor da Igreja Católica contra as mulheres, consideradas seres inferiores, anuladas pela corporalidade, punidas com a submissão ao homem, e "redimidas" somente pela maternidade. 

A única alternativa à condição feminina é a virgindade, a situação incômoda de esposa casta refém do confessor sádico sempre a castrar sua sexualidade ou, como dizia Santo Agostinho, ressuscitar como homem. Afinal, todos ressuscitarão à perfeita imagem "do Homem", isto é, de Jesus Cristo. 

Logo, todos nasceremos de novo com pênis, e na idade de 33 anos. É o que os homens da Idade Média desejavam, e os tiranos eclesiásticos de hoje inconscientemente almejam: um mundo onde não haja mais mulheres, queimadas na fogueira como bruxas e hoje condenadas à inferioridade da condição de leigas, excluídas do sacerdócio e totalmente dependentes do homem para controle do seu próprio corpo, que, como bem definiu Bento XVI, nem é propriedade


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