Pois bem: recém faleceu e foi homenageado o ex-Ministro do STF Carlos Alberto Menezes Direito, nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal e de destacada atuação em processos polêmicos (onde a ciência e a falsa moral das religiões cristãs travavam duelos paralelos), como foi o caso das células-tronco.
Apesar do Brasil ser um "Estado laico" (leigo, separado dos cultos) há quem sustente que a ingerência do Vaticano em nosso País chega ao cúmulo de interferir nas escolhas e nomeações de ministros do Supremo Tribunal Federal.
Vejam a matéria que segue transcrita, sobre a nomeação do falecido ministro:
Escolha de Menezes Direito teve apoio do representante do Vaticano no País
Flávio Pinheiro e Felipe Recondo
Católico praticante, Direito também teve o apoio explícito do ex-presidente do STF - atual ministro da Defesa - Nelson Jobim, além de outros ministros do tribunal, como Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Eros Grau e Sepúlveda Pertence. Foi na vaga de Pertence, aposentado em 15 de agosto, que Direito ingressou.
Por ele ser católico praticante e haver uma série de assuntos polêmicos de interesse direto da Igreja na pauta do debate político-jurídico, o Vaticano mobilizou o núncio em seu apoio.
Foi por intermédio do advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, que tem um irmão na hierarquia da Igreja, que d. Baldisseri conseguiu falar com Jobim e com o ministro da Justiça, Tarso Genro. O advogado trabalhista Roberto Caldas era o preferido de Genro para substituir Pertence no STF, mas o ministro teve de ouvir, e levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os apelos do Vaticano.
Baldisseri via na composição do STF um excesso de ministros liberais indicados pelo presidente. Desde a posse, em 2003, Lula já indicou 7 dos 11 ministros que compõem o Supremo (Direito, Grau, Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski). Direito diz que é católico praticante, mas não deixará sua fé interferir nas decisões jurídicas.
O núncio pregou, nas conversas de bastidor, em Brasília, um equilíbrio de forças para a Igreja contrabalançar os debates em curso sobre descriminação do aborto, interrupção de gravidez de feto anencéfalo e pesquisas com células-tronco embrionárias. No Congresso, ao ser sabatinado, Direito disse que, como juiz, "jamais deixará de cumprir o que o Parlamento editar".
O Vaticano encarou o novo ministro como um bom substituto para a voz do ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles, católico fervoroso, substituído pelo discreto Antonio Fernando de Souza. O procurador-geral não vota, mas tem assento no plenário do STF, onde defende os pareceres do Ministério Público Federal.
Embora tenha falado com o núncio, Jobim levou, nas conversas com o Planalto, a defesa da indicação de Direito para outro campo: teria dado provas, no período em que esteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ), de que é um dos juristas mais preparados do País e "o Supremo precisa desse capital". O ministro Marco Aurélio Mello defendia a escolha pelo mesmo motivo.
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Como se vê, são profundas e preocupantes as ingerências da ICAR/Vaticano na administração pública brasileira, permeando até os atos de nomeação de ministros da mais alta corte de Justiça do País e de ocupantes de cargos de semelhante relevo.
Obviamente, quem é nomeado por influência da CNBB ou por intervenção direta do Núncio Apostólico, tende a ser eternamente grato aos seus apoiadores e, no desempenho da função, a adotar posições/decisões simpáticas às hierarquias da ICAR.
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