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sexta-feira, 19 de março de 2010

Pedofilia e ICAR

19/03/2010 - 11h50

Igreja ignorou alertas sobre padre pedófilo na Alemanha, diz médico

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colaboração para a Folha Online

A arquidiocese alemã liderada pelo papa Bento 16, então cardeal Joseph Ratzinger, ignorou repetidos alertas de um psiquiatra, no começo dos anos 1980, de que um padre acusado de abusar sexualmente de meninos não deveria mais trabalhar com crianças, afirmou o médico ao jornal "New York Times", em entrevista por telefone publicada nesta sexta-feira.

Na década em questão, Bento 16 era arcebispo das cidades de Munique e Freising. Ele envolveu-se na decisão de enviar um padre acusado de pedofilia para tratamento em Munique. O padre já tinha sido transferido da diocese de Essen (Alemanha), após reclamações de pais.

Mesmo após sua condenação, em 1986, o padre continuou trabalhando com coroinhas por muitos anos e só foi suspenso na última segunda-feira (15).

"Eu disse "pelo amor de Deus, ele precisa desesperadamente ser afastado do trabalho com crianças"", disse o psiquiatra Werner Huth, segundo o jornal norte-americano. "Estava muito descontente com a história toda."

O médico estava tão preocupado que impôs três condições para tratar do padre, identificado como reverendo Peter Hullermann, hoje com 62 anos. As condições eram que ele fosse mantido afastado de jovens e álcool, e supervisionado por outro padre o tempo todo, informa o "New York Times".

Os alertas do psiquiatra teriam sido tanto orais quanto escritos, mas mesmo assim a Igreja permitiu que o padre voltasse ao trabalho na paróquia, interagindo com crianças e adultos, imediatamente após ter começado seu tratamento. Menos de cinco anos depois, Hullermann foi, então, acusado de abusar de outros meninos e, em 1986, foi condenado na Bavária por abuso sexual, segundo o jornal.

Na entrevista, o médico disse não saber se Ratzinger tomou conhecimento dos alertas à época, pois seu principal contato era com o bispo Heinrich Graf von Soden-Fraunhofen, que morreu em 2000.

O "New York Times" afirma que não conseguiu entrar em contato com a arquidiocese de Munique para comentar a denúncia.

Crise na Igreja

Na Alemanha, as denúncias de abuso físico ou sexual contra padres católicos chegam a pelo menos 300 e teriam ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980 em escolas jesuítas locais.

O caso envolveu até mesmo o sacerdote Georg Ratzinger, irmão do papa Bento 16, que liderava os rapazes do coro da catedral de Regensburg. O sacerdote negou saber dos casos de abusos e foi inocentado pelo Vaticano.

Outros casos já foram denunciados em estabelecimentos protestantes e laicos.

Na Holanda, a Igreja Católica recebeu 350 denúncias de pessoas que afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de membros do clero entre os anos 50, 60 e 70.

A Igreja Católica da Irlanda foi criticada por ocultar, segundo relatório de uma investigação oficial publicado em novembro passado, os abusos sexuais cometidos por padres da região de Dublin envolvendo centenas de crianças durante várias décadas.

O documento, de mais de 700 páginas, fala sobre a atitude da hierarquia católica no arcebispado de Dublin entre os anos 1975 a 2004. Acusa, principalmente, quatro arcebispos por não terem denunciado à polícia que sabiam dos abusos sexuais, cometidos a partir dos anos 60.

Na semana passada, na Áustria, a imprensa local noticiou supostos casos de abusos cometidos em dois institutos religiosos nas décadas de 1970 e 1980.

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