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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O trilema de Colombo





Por Marcos Bayer 

 O governo atual é fruto de um fantástico trilema, onde vários opinam. Desde doutores em fenomenologia até vaqueiros serranos.
Atordoado, Colombo expressa na face suas três angustias existenciais.
A primeira, a mais barata, custa aproximadamente R$ 100 milhões anuais e é denominada propaganda (ou comunicação para os mais alinhados).
Afora alguns acertos contábeis, nesta verba governamental, podemos assistir ao estado modelo. São estradas novas, sinalizadas e bem guardadas. Escolas maravilhosas, alunos bem vestidos, alimentados, professores bem pagos, equipamentos de ultima geração. Hospitais eficientes, salas cirúrgicas profiláticas, atendimento ambulatorial impecável. Policiamento ostensivo, viaturas novas, cadeias com lotação adequada e o sistema prisional controlado dentro de padrões internacionais. Isto é possível ver diariamente na televisão.
A segunda angústia, a real e mais cara, custa aproximadamente 13 bilhões de reais anuais. Nela estão funcionários desocupados, outros tantos mal remunerados, pequenas castas privilegiadas, crimes ambientais (1.600) represados na FATMA, hospitais em decomposição, escolas mal conservadas, cadeias superlotadas, sistema prisional estrangulado onde a comida aos presos era servida em carrinho de mão com pás de pedreiro, dizia o relatório do Juiz nipo-brasileiro. Aqui estão os professores, mais angustiados do que o governador, responsáveis pela formação do homem catarinense, vivendo de promessas antigas, sinceras e mentirosas. Aqui estão quatro estações elevatórias de tratamento de esgoto da CASAN lançando tudo in natura, no mar, conforme denúncia da própria FATMA.
A terceira angústia, espiritual e psíquica, custa-lhe a existência. Colombo nasceu em Lages, terra de Nereu Ramos. Homem de personalidade forte, partidário, passou pela Presidência da República e empossou seu sucessor Juscelino Kubitschek, em 1956.
Entrou na política pela mão da UDN que funcionava dentro da ARENA, depois PDS, então PFL, depois DEM e finalmente PSD, o mesmo do Nereu, na sigla pelo menos, criado para dar suporte político ao PT.
Colombo reclama de uma herança recebida e, simultaneamente, lembra que a herança é ele também. Foi a tal herança que o levou ao Senado em 2006. Com ajuda de especialistas formados no exterior, identificou uma estrutura administrativa denominada “hanging jobs” ou “cabides de empregos” e que foi criada pela herança por toda Santa Catarina.
Colombo é lento, diz que é preciso refletir para não cometer grave erro na decisão política. Na verdade ele precisa processar a tomada de decisão dentro destes três lados do prisma. Precisa saber se está no mundo da propaganda, no mundo real ou no mundo político.

Por isto leva certo tempo...

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