O diretor grego de clássicos como "Z" e "Desaparecido" questiona as intenções de banqueiros durante a crise financeira
ALEX XAVIER
07/10/2013 18h11
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O cinema de contestação do diretor franco-grego Costa-Gavras, de 80 anos, não está mais focado em governos autoritários, como nos clássicos Z (1969), Sessão especial de justiça(1975) e Desaparecido (1982). Já faz tempo que seu interesse é expor feridas da mídia (O quarto poder), da igreja (Amém) e das grandes corporações (O corte). Dessa vez, sua luta contra os abusos do capitalismo chega às instituições financeiras. A partir do livro homônimo de Stéphane Osmont, ele apresenta os bastidores de uma crise econômica sob o ponto de vista de inescrupulosos banqueiros e especuladores.
Quando o presidente de um dos maiores bancos europeus é afastado por problemas de saúde, o jovem Marc Tourneuil (Gad Elmaleh), seu pupilo, assume o posto. Diretores e acionistas querem manipulá-lo para tomar o controle. Ele, contudo, também sonha com o poder. Mais acostumado a comédias leves, como Amar não tem preço, Elmaleh aqui se sai bem como o frio protagonista, carregando na ironia pretendida por Costa-Gravas. Ainda que o economês soe confuso e as tramas paralelas sejam mal desenvolvidas, o cineasta consegue passar seu recado. Principalmente, no ótimo e categórico discurso final. O irlandês Gabriel Byrne (Eu, Anna) faz um ardiloso investidor americano.
O CAPITAL *** (Le capital, França, 2012). Gênero: drama. Duração: 113 min.
Fonte: ÉPOCA
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