HAROLDO CASTRO
10/10/2013 10h00
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Fechado ao turismo durante décadas, a região do lago Inle, a 400 km ao norte de Yangon, é um dos recantos mais fotogênicos de Mianmar, cenário de costumes singulares praticados até hoje.
A tradição mais inusitada é o fato que os homens da etnia Intha usam suas pernas – e não suas mãos – para remar. O longo remo de dois metros se encaixa entre a dobra do joelho e o dorso do pé; o movimento circular do fêmur define a direção. Todos os pescadores parecem malabaristas: uma perna está apoiada na pontinha da canoa, enquanto a outra está no ar, segurando o remo e fazendo a embarcação seguir seu rumo. Um tremendo equilíbrio!
A tradição mais inusitada é o fato que os homens da etnia Intha usam suas pernas – e não suas mãos – para remar. O longo remo de dois metros se encaixa entre a dobra do joelho e o dorso do pé; o movimento circular do fêmur define a direção. Todos os pescadores parecem malabaristas: uma perna está apoiada na pontinha da canoa, enquanto a outra está no ar, segurando o remo e fazendo a embarcação seguir seu rumo. Um tremendo equilíbrio!
Outra pesca artesanal é realizada com uma enorme rede em forma de um cone. Quando o pescador confia que há um cardume embaixo de sua canoa, ele enfia o cesto na água até chegar ao fundo – o lago tem apenas dois a três metros de profundidade –, agita o interior e fecha a saída do cesto. Se tudo der certo, quando ele trouxer o cone de volta à superfície, aparecerá algum peixe.
Sempre mostrando seus dotes de equilibristas, os pescadores Intha também se dedicam a outro serviço: recolher algas do fundo do lago. Com longos pedaços de bambu, eles trazem à tona pesadas porções de algas nativas.
Estas algas, depois de secas, servirão para criar a base de ilhas flutuantes retangulares de um metro de largura por 10 a 15 metros de comprimento. Ao final de um período de oito meses de elaboração, as ilhotas estarão prontas para servir como canteiros flutuantes onde os Intha plantarão alho, gengibre, flores, verduras e, principalmente, tomates. Tudo orgânico e hidropônico.
Existem cerca de 20 vilarejos ao redor do lago. Aqui não há ruas esburacadas e poeirentas; usa-se um sistema de canais para chegar a qualquer casa, uma vez que todas são construídas sobre palafitas.
Fico encantado com o charme desta Veneza rural. Retorno atônito ao hotel. Nunca vi tanta coisa diferente em apenas um só dia. O gerente Win Oo Tan nota minha admiração e conversamos sobre o potencial turístico. “Mianmar manteve-se como um segredo durante décadas. Com a abertura política, o visitante ocidental descobre um país com atrativos que não existem em nenhuma outra parte do mundo”, afirma Tan.
Tan explica em bom inglês que Mianmar está mudando. “Em 2011 recebemos 74 mil turistas no lago. Em 2012, o número dobrou. Estamos com 100% de reservas confirmadas para a próxima temporada.” Hoje, graças à facilidade para obter um visto para Mianmar, o país é um destino chique para viajantes descolados.
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