Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mianmar: Lago Inle e seus pescadores que remam com a perna


HAROLDO CASTRO
10/10/2013 10h00
 
 
Kindle
 Share 
No pôr-do-sol, um pescador da etnia Intha joga sua rede no lago Inle. Equilibrado em um só pé, ele rema com a outra perna (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
Fechado ao turismo durante décadas, a região do lago Inle, a 400 km ao norte de Yangon, é um dos recantos mais fotogênicos de Mianmar, cenário de costumes singulares praticados até hoje.

A tradição mais inusitada é o fato que os homens da etnia Intha usam suas pernas – e não suas mãos – para remar. O longo remo de dois metros se encaixa entre a dobra do joelho e o dorso do pé; o movimento circular do fêmur define a direção. Todos os pescadores parecem malabaristas: uma perna está apoiada na pontinha da canoa, enquanto a outra está no ar, segurando o remo e fazendo a embarcação seguir seu rumo. Um tremendo equilíbrio!
 
Cercado por montanhas, o lago Inle é a principal fonte de recursos para os pescadores que remam com a perna (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
Outra pesca artesanal é realizada com uma enorme rede em forma de um cone. Quando o pescador confia que há um cardume embaixo de sua canoa, ele enfia o cesto na água até chegar ao fundo – o lago tem apenas dois a três metros de profundidade –, agita o interior e fecha a saída do cesto. Se tudo der certo, quando ele trouxer o cone de volta à superfície, aparecerá algum peixe.
 
Existem diversas maneiras de pescar no lago Inle: uma das maneiras é usar uma rede cônica (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
Pescadores trazem à tona pesadas porções de algas nativas, que serão usadas nas ilhas flutuantes que servem como canteiros agrícolas (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
Sempre mostrando seus dotes de equilibristas, os pescadores Intha também se dedicam a outro serviço: recolher algas do fundo do lago. Com longos pedaços de bambu, eles trazem à tona pesadas porções de algas nativas.
Estas algas, depois de secas, servirão para criar a base de ilhas flutuantes retangulares de um metro de largura por 10 a 15 metros de comprimento. Ao final de um período de oito meses de elaboração, as ilhotas estarão prontas para servir como canteiros flutuantes onde os Intha plantarão alho, gengibre, flores, verduras e, principalmente, tomates. Tudo orgânico e hidropônico.
 
Uma agricultora Intha, em sua canoa, cuida da plantação de tomate que cresce em uma ilha flutuante às margens do lago Inle (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)

Existem cerca de 20 vilarejos ao redor do lago. Aqui não há ruas esburacadas e poeirentas; usa-se um sistema de canais para chegar a qualquer casa, uma vez que todas são construídas sobre palafitas.
Fico encantado com o charme desta Veneza rural. Retorno atônito ao hotel. Nunca vi tanta coisa diferente em apenas um só dia. O gerente Win Oo Tan nota minha admiração e conversamos sobre o potencial turístico. “Mianmar manteve-se como um segredo durante décadas. Com a abertura política, o visitante ocidental descobre um país com atrativos que não existem em nenhuma outra parte do mundo”, afirma Tan.
Tan explica em bom inglês que Mianmar está mudando. “Em 2011 recebemos 74 mil turistas no lago. Em 2012, o número dobrou. Estamos com 100% de reservas confirmadas para a próxima temporada.” Hoje, graças à facilidade para obter um visto para Mianmar, o país é um destino chique para viajantes descolados.
 
Os vilarejos do lago Inle, no Estado Shan, formam uma espécie de Veneza rural e todas as casas são construídas sobre palafitas (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
Uma menina navega, com um remo na mão, na ponta de uma canoa em um dos canais de um vilarejo flutuante do lago Inle (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
Flores de lótus brotam das águas tranquilas. O lago está situado em um vale a 880 metros de altitude e é o segundo maior de Mianmar (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)

Nenhum comentário: