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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dois rabinos são acusados de sequestrar maridos por dinheiro nos EUA


 

Nos bairros de judeus ultra-ortodoxos do Brooklyn, em Nova York, Mendel Epstein ficou conhecido como o rabino que resolve o problema de mulheres que enfrentam dificuldade em divorciar-se. Entre os judeus ortodoxos, o divórcio requer a permissão do marido, autorização essa conhecida como "get", e não faltam histórias sobre mulheres cujos maridos se negam a dá-la.

Embora sejam comuns os casos de rabinos que tomam medidas drásticas, como impedir que maridos renitentes tenham acesso à sinagoga, Epstein, de 68 anos, teria ido muito mais longe, de acordo com as autoridades.

De acordo com acusações criminais federais reveladas na manhã de quinta-feira, Epstein cobrava valores altos para orquestrar o sequestro e a tortura de maridos relutantes. As mulheres ansiosas pelo divórcio pagavam até US$10 mil por um decreto rabínico autorizando a violência e US$50 mil para Epstein contratar outros homens para cuidar do serviço.

Epstein, outro rabino --Martin Wolmark, que dirige uma yeshiva (escola religiosa judaica)-- e vários homens que integravam o que as autoridades descrevem como a "equipe de sequestro", compareceram ao Tribunal Distrital dos EUA em Trenton, Nova Jersey, depois de uma operação sigilosa em que uma agente federal disfarçada se fez passar por judia ortodoxa em busca dos serviços de Epstein.

Paul Fishman, o promotor público de Nova Jersey, disse em entrevista que investigadores encontraram provas relativas a duas dúzias de vítimas. Muitas destas são homens do Brooklyn que foram sequestrados e levados a Nova Jersey.

No tribunal, o promotor principal do julgamento, R. Joseph Gribko, explicou como eram realizados os sequestros. "Espancavam os maridos, os amarravam, davam choques elétricos com pistolas Taser até conseguirem o que queriam."

Gribko disse que os réus foram motivados por dinheiro, não pela fé. "Não é uma questão de religião", ele disse à corte. "Esses réus conspiraram num esforço criminoso para ganhar dinheiro."

Outro rabino contou que Epstein ganhava a vida comparecendo diante das cortes rabínicas, conhecidas como "beit din", onde defendia uma esposa que buscava o fim do casamento. Ele demonstrava interesse especial pelas restrições sofridas pelas esposas, falando dos direitos das mulheres em termos raramente ouvidos em sua comunidade profundamente conservadora.

Quando dois agentes secretos do FBI pediram ajuda ao rabino --uma agente se fez passar por uma mulher que queria o divórcio, e o outro, pelo irmão dela--, ele explicou como Epstein poderia ajudá-los.

"Vocês precisam de rabinos especiais que acompanhem esta questão até o final", disse o rabino Martin Wolmark, figura respeitada que dirige uma yeshiva em Monsey, Nova York, em telefonema gravado em 7 de agosto. Ele teria descrito Epstein como "agente contratado" que poderia ajudar.

Na quinta-feira, depois de comparecerem a um tribunal em Trenton e serem acusados de conspiração para promover sequestros, os dez réus tiveram recusado seu pedido de aguardar o julgamento em liberdade sob fiança.

O advogado de Epstein, Juda J. Epstein, se negou a dar declarações.

Uma vizinha de Epstein, Rose Davis, que vive em frente à sua casa em Kensington, no Brooklyn, o descreveu como uma figura conhecida e respeitada. Davis disse que duvida das acusações e sugere que possam ter sido fabricadas por inimigos que Epstein teria feito graças a seu trabalho como especialista em divórcios. "Sempre há alguém que sai perdendo", comentou, aludindo aos processos de divórcio.

Tradução de Clara Allain

Fonte: COISAS JUDAICAS

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