Para começar, confesso que não consigo livrar-me do preconceito contra os tatuados. Não tenho a capacidade de ver com simpatia os indivíduos que - exercendo uma liberdade perfeitamente admissível e inatacável, pois, afinal, o corpo vilipendiado é seu - danificam a própria pele, não raro de modo irreversível. Quanto à minha limitação, juro que venho tentando mudar.
Pois bem: admitida a minha tendência à parcialidade, no particular, quando assisti à recente partida entre o Brasil e Chile, na qual atuou o meio-campista referido na manchete desta postagem, não consegui conter a repulsa pelo comportamento irresponsável do futebolista em questão. Ele entrava nas disputas com uma espécie de instinto predatório, mostrando querer lesionar os companheiros de profissão, ou, quando menos, com uma leviandade e imprudência digna de nota.
Claro que não é o único, nem o mais louco. Há muitos outros no mundo do futebol, que, sem o mínimo de ética (ciência do dever, no caso do dever de respeitar a integridade dos companheiros - ou preferem "fair play"?), prestam-se ao papel de algozes e, não raro, incorrem em crimes de lesões corporais graves, aleijando companheiros e marcando definitivamente a vida profissional das vítimas, as quais ficam impossibilitadas de exercer a arte.
Há quem entenda que o direito de dar botinadas, "carrrinhos" rasteiras, "voadoras", cabeçadas, joelhaços, cotovelaços e até de tornar o companheiro de profissão um aleijado, é decorrente do "consentimento do ofendido" (figura jurídica para mim muito esdrúxula, usada para alegar excludente de punibilidade), o qual, ao aderir à prática do esporte (onde implícito certo grau de violência nas disputas), sabe estar sujeito a ocorrências sinistras. E não é só no futebol que isto acontece, obviamente, havendo muitos outros nos quais os riscos são até bem maiores e frequentes.
Era comum dizer-se que "futebol é pra homens", embora há muito tempo o esporte bretão também seja praticado por mulheres e outros indivíduos de gênero "neutro" ou ambivalente. E, forçoso admitir que, entre as "fêmeas", as demonstrações de irresponsabilidade também acontecem, com muita frequência.
Mas, tal raciocínio típico de brutos - no sentido de incivilizados - não pode servir para justificar atitudes arrogantes, extremamente violentas, contra colegas de profissão, até porque, aquele que hoje se porta como algoz, amanhã poderá ser a vítima. O físico avantajado, a manha (disfarçado o ato truculento de virilidade) para causar danos a outrem, não o colocam a salvo da sanha destruidora de outro mais forte e/ou mais "esperto".
Voltando ao chileno, vejo nos jornais de hoje que foi flagrado, após um acidente automobilístico sem maiores danos, senão materiais, que estava dirigindo alcoolizado. Tal irresponsabilidade demonstra que não é inconsequente apenas quando pratica o futebol. Tem uma falha de caráter que não lhe permite vislumbrar o perigo para si e para os outros, no seu dia a dia.
Dizem que declarou-se arrependido, pediu perdão e até chorou. Aquele outro jogador/bandido que deu um joelhaço na coluna do Neymar e o afastou da Copa também aparentou arrependimento, mas acho que ninguém acreditou nele.
Tomara que o bruto Vidal esteja sendo honesto, embora eu, sinceramente, tenha dúvidas. Parecem-me lágrimas de crocodilo, talvez ditadas pelo seu patrocinador (pois sua imagem saiu bem arranhada do incidente), ou por uma bronca da esposa, que viu-se correndo riscos também.
Remanescem, na minha cachola, sérias dúvidas se o futebolista Vidal é viril, desleal - muito próximo de aloprado -, ou se costuma viver e jogar "doidão"? Só o tempo dirá.
Bem que as entidades voltadas para a organização do futebol, a nível mundial, poderiam conceber cursos (de frequência obrigatória pelos atletas e técnicos, pois estes, muitas vezes encorajam certas "virilidades") de formação ética (ciência do dever e não do corporativismo), no afã de melhorar as relações entre os atletas e minimizar a ocorrência de danos pessoais irreversíveis e lamentáveis.
Os futebolistas são figuras públicas influentes, cujos exemplos - bons ou maus - acabam por induzir comportamentos de muita gente, de sorte que precisam ter em conta a grande responsabilidade social ínsita na profissão. Posturas adequadas (não só dentro de campo, aliás) são fundamentais até para que consigam aliar suas imagens às de empresas poderosas, que pagam muito bem pelo uso em peças publicitárias. Quem mostra ter "sangue bom" consegue bons contratos. Dos "malas" as poderosas corporações querem distância.
Portanto, a opção pela lealdade e boa imagem é muito mais que um ato de humanidade, configurando demonstração de boa e sã "malandragem" comercial.
De nada adianta elevar as mãos aos céus, fazendo pose de contrito, temente a deus e, no minuto seguinte, desmontar o esqueleto do colega de trabalho, impiedosamente. Fácil advinhar qual imagem marcará mais o público alvo.
Ah! e por falar em lealdade, não é esperada só daquele que bate, mas também da vítima. Nada mais ridículo e desonesto, com o colega, com a arbitragem e com o público, do que o atleta que, exagerando na demonstração da suposta dor sofrida, joga-se para cima e se retorce de modo flagrantemente exagerado, com o propósito de provocar a expulsão do agressor, o desfalque do time adversário e lograr melhor resultado na contenda.
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El emotivo reencuentro de Vidal con sus compañeros a quienes les pidió perdón tras el accidente
Pasada las 13:00 horas, en el complejo Juan Pinto Durán, el volante de la "Roja" reconoció a sus compañeros el error cometido. Mientras que alguno de los seleccionados le recriminaron su actuar.
Entre lágrimas el volante de la "Roja" Arturo Vidal pidió perdón por su accidente automovilístico.
Foto: AFP
SANTIAGO.- Dolido, muy dolido se encuentra el volante de la selección chilena de fútbol Arturo Vidal, quien ayer martes se vio envuelto en un serio accidente automovilístico en el que conducía su lujoso auto bajo la influencia del alcohol.
Según contó a Emol una fuente al interior del complejo Juan Pinto Durán, "Arturo llegó como a las 13:00 horas muy mal, con mucha culpabilidad. Lo primero que hizo fue disculparse con el cuerpo técnico y luego con todo el plantel".
La misma fuente señaló que "al reunirse con todos sus compañeros Arturo se emocionó, le cayeron varias lágrimas y les pidió perdón por el grave error que cometió, y que le daba vergüenza lo que había pasado".
Sigue: "Les dijo que se sentía muy mal, sobre todo porque puso en riesgo la vida de su esposa, y que el hecho no le hacía para nada bien a la selección".
Y fue en el mismo momento en que Vidal pedía perdón donde algunos referentes de la "Roja" le recriminaron su actuar y le enrostraron otros actos de indisciplina en que se ha visto envuelto.
"Hubo algunos jugadores que están molestos con todo lo que ocurrió y le dijeron que no se olvidará del compromiso que existe en el plantel, el de no cometer ningún acto irresponsable durante los procesos de concentración", aseguraron desde el búnker de Macul.
Pero pese a la molestia de algunos miembros del equipo, existe plena convicción que "lo mejor era que se mantuviera en el grupo y que juegue ante Bolivia", señalaron.
La misma opinión que formuló este mediodía el técnico del elenco nacional, Jorge Sampaoli, quien manifestó que "para nosotros es un jugador muy valioso y cometió un error que no es determinante para excluirlo, sino que convencerlo y hacernos cargo, porque nosotros dimos libre al plantel, no creo que tenga tanta magnitud como se ha manifestado.
En esa misma línea, el DT afirmó que "este accidente de Arturo no va a afectar en nada lo que viene haciendo Chile, porque es un jugador que siempre está del lado nuestro más allá de que cometa o no un error".
(...)
Fonte: EL MERCURIO (CH) - www.emol.co
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COMPLEMENTAÇÃO:
Boletim de Ocorrência revela que Vidal xingou policial e deu um soco em outro
Craque da seleção chilena sofreu um acidente de carro e foi flagrado alcoolizado
O DIA
Após se envolver em um acidente de carro, Vidal pediu desculpas e disse estar envergonhadoFoto: Efe
Chile - Arturo Vidal só se complica. Segundo o jornal "La Cuarta", os policiais, que efetuaram sua prisão após o jogador ter provocado um acidente automobilístico por conta de embriaguez, relataram xingamentos e agressões no boletim de ocorrência.
"Com os antecedentes obtidos, o pessoal policial indicou a ambos condutores (Arturo e Felipe Alejandro González Mejias, que estava no outro carro) o procedimento que se levaria a cabo, momento no qual Vidal Pardo (último sobrenome do jogador), de forma prepotente e altaneira, manifestou 'policiais de merda, são uns vendidos, sou Arturo Vidal, o jogador da seleção chilena', para posteriormente desferir um soco à altura do peito do 2º Sargento (Osvaldo) Pezoa, razão pela qual se solicitou cooperação via rádio, chegando pessoal da 15ª unidade de Buín, que cooperaram na detenção e transferência ao Hospital local para constatar as lesões e posterior transferência à unidade policial para o procedimento de rigor", diz o registro.
O atual artilheiro da Copa América com três gols, também foi flagrado em um vídeo discutindo com um policial dizendo: "Me algeme, mas vai foder todo o Chile".
Fonte: http://odia.ig.com.br/
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