Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



domingo, 16 de agosto de 2015

Uma casa que gira 
em função do Sol




Quem passar pelo Porto pode visitar a casa concebida pelo arquiteto Manuel Vieira Lopes

D.R.


O projeto é português, com divisões que se adaptam às necessidades do utilizador




Uma casa que gira em função do Sol para dele tirar o maior proveito, cujo espaço interior se adapta às necessidades de quem nela habita, é a proposta do projeto Casas em Movimento, da autoria do arquiteto Manuel Vieira Lopes. Uma destas habitações com cerca de 100m2 de área custa à volta de €500 mil e pode transportá-la consigo se mudar de cidade.

A ideia que deu origem às Casas em Movimento surgiu, conta Manuel Vieira Lopes, “da vontade de solucionar um problema de climatização, isto porque a grande fatia de consumo de energia a nível mundial, segundo um estudo que li, era na ordem dos 80% para a climatização dos espaços e queria reduzir essa fatia”. O projeto começou a ser desenvolvido no âmbito do projeto Lidera, da Universidade do Porto, em 2008. De lá para cá foi desenvolvida a tecnologia que lhe está subjacente, patenteada em 77 países e foi criada a casa-piloto que pode ser visitada no Porto até ao final do mês, integrada no Porto Innovation Hub e a partir de 1 de setembro, na Avenida dos Aliados.

A casa-piloto apresenta dois movimentos de rotação combinados, da própria casa que gira aproximadamente 180º de nascente para poente ao longo do dia e o movimento da sua pala revestida a painéis fotovoltaicos que se inclina para garantir um ângulo normal desta superfície em relação ao Sol. Da rotação combinada resulta uma produção de 25.000/kWh/ano de energia elétrica. Um valor que segundo o arquiteto é cerca de cinco vezes a energia consumida em média numa habitação de tipologia T2.

Inspirado na natureza para desenvolver esta tecnologia, o arquiteto refere ainda que a cobertura é como uma árvore de folha caduca cuja copa se modifica com as estações do ano, com posições distintas de verão e inverno, para garantir a luminosidade interior e o conforto térmico. E não precisa de equipamentos mecânicos de climatização. A rotação da casa simula a da Terra e “as pessoas que a têm visitado no Porto não se apercebem do seu movimento, o que garante o conforto a quem nela habita”, acrescenta Manuel Vieira Lopes.
ESPAÇOS QUE SE MOLDAM

Mas não é só a casa em si que se move, também os seus espaços interiores esticam ou encolhem de acordo com as necessidades do utilizador. As divisões são transformáveis pela mobilidade de uma parede que as aumenta, diminui e transforma no seu tamanho e limites. A parede desloca-se através de um sistema de movimentação assistida e é possível dividir os espaços permitindo a sua transformação constante. O arquiteto dá como exemplo a cozinha que de manhã é mais pequena e à noite se funde com a sala, altura em que a família está reunida e precisa de mais espaço. “É possível através de smartphone ou tablet dar ordens à habitação e redimensionar os espaços”, refere o arquiteto.

Com tantas mudanças será que esta habitação pode ser decorada com mobiliário convencional? Manuel Vieira Lopes diz que sim. Mas criou também uma linha de mobiliário, também ele versátil e multifuncional em que uma mesa e uma cadeira resultam, por exemplo, num sofá. Ainda na adaptação constante pode aumentar a casa, adquirindo mais um módulo ou piso, bem como pode retirar espaço.

Até agora foi construída apenas a casa-piloto que está em exposição no Porto, mas esta tecnologia pode dar origem a um escritório, palco, estúdio de televisão ou showroom ou ser aplicada em edifícios já existentes. Segundo o arquiteto, “com cerca de 100m2 de área, com todos os movimentos e tecnologia, cozinha e casa de banho, podendo ter a compartimentação que se quiser, estamos a falar de €500 mil”. Até agora e com a exposição no Porto, várias pessoas já se mostraram interessadas em adquirir uma destas habitações. Basta ter o terreno e as devidas licenças. A construção leva, segundo o arquiteto, em média duas semanas e se mudar de morada, pode transportar a casa consigo para outro local, basta ter um terreno livre para a receber.

Fonte: EXPRESSO

Nenhum comentário: