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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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domingo, 17 de maio de 2020

APERTO DE MÃO ESTÁ FORA DE MODA, POR SEGURANÇA BIOLÓGICA


Está fora de moda, por necessidade de proteção biológica, apertar a mão, beijar a mão, beijar a face, abraçar amigos e até se aproximar muito.
Sobre o aperto de mão, o gesto mais comum entre recém conhecidos, vejam a curiosidade que a personagem patriota de LIMA BARRETO ((em  Triste fim de Policarpo Quaresma), dizia: 


 (...) quando (era domingo) lhe bateram à porta, em meio de seu trabalho. 
Abriu, mas não apertou a mão. 
Desandou a chorar, a berrar, a arrancar os cabelos, como se tivesse perdido a mulher ou um filho. 
A irmã correu lá de dentro, o Anastácio também, e o compadre e a filha, pois eram eles, ficaram, estupefatos no limiar da porta. —Mas que é isso, compadre? —Que é isso, Policarpo? —Mas, meu padrinho... 
Ele ainda chorou um pouco. Enxugou as lágrimas e, depois, explicou com a maior naturalidade: 
—Eis aí! Vocês não têm a mínima noção das coisas da nossa terra, Queriam que eu apertasse a mão... Isto não é nosso! Nosso cumprimento é chorar quando encontramos os amigos, era assim que faziam os tupinambás. 
O seu compadre Vicente, a filha e Dona Adelaide entreolharam-se, sem saber o que dizer. 
O homem estaria doido? 
Que extravagância! 
-Mas, Senhor Policarpo, disse-lhe o compadre, é possível que isto seja muito brasileiro, mas é bem triste, compadre. 
—Decerto, padrinho, acrescentou a moça com vivacidade; parece até agouro...

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