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segunda-feira, 15 de junho de 2020

São Paulo tem escalada de violência policial nas periferias durante quarentena



Número de mortes por PM em abril bate recorde, enquanto houve uma redução drástica de crimes cometidos no período



O número de mortos durante ações da Polícia Militar de São Paulo atingiu o recorde em abril deste ano, em plena quarentena, medida de combate ao coronavírus. É o maior índice para o mês desde o início da série histórica, em 2001. Segundo dados da gestão João Doria (PSDB), publicados no Diário Oficial, foram 116 casos contabilizados, ou seja, um caso a cada seis horas.
Essa classificação deve ser usada para ocorrências em que há pressuposto de legitimidade na ação dos agentes: um assalto com vítimas em risco ou quando bandidos atiram contra a guarnição, por exemplo.

No entanto, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo traz estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que apontam que os roubos caíram 30,3% no estado, com o total de 14.057 registros. Já os furtos reduziram à metade. Ao todo, houve 20.797 casos, ou 53,3% a menos do que em 2019.
Especialistas afirmam que o cenário indica, na verdade, uma escalada da violência policial em São Paulo, principalmente nas periferias.




“O governador fez uma campanha calcada no endurecimento da ação policial e, agora, está com um problema gigantesco nas mãos porque o mundo mudou, como fica claro com a morte de Floyd nos EUA. Ele mesmo já percebeu que o pêndulo pró-bolsonarismo – de tiro, porrada e bomba – está mudando no Brasil”, disse ao Estadão, o professor da FGV EAESP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani.

“Até aqui, a política de segurança pública de Doria foi de confronto, tanto é que ele privilegiou a construção de Baeps, batalhões que têm essa cultura. Mas em momento algum do governo, adotou uma medida mais séria de combate à violência e, principalmente, de combate à letalidade policial, que é um escândalo em São Paulo. O número de pessoas mortas, especialmente neste mês de abril, é inaceitável em qualquer democracia do mundo.”
Vale lembrar que, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 75,4% das pessoas mortas durante intervenções policiais no Brasil, entre 2017 e 2018, eram negras.

Em nota, a SSP afirma que “tem intensificado as ações de combate a crimes de racismo, intolerância e contra a população LGBT”. “Além disso, durante a formação, todo o policial, civil e militar, cursa a disciplina de Direitos Humanos, na qual o tema está inserido, inclusive com discussões sobre abordagem e atendimento às vítimas”, informa.

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