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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Médicos fecham Centro Cirúrgico e expõem a situação caótica do Celso Ramos


Profissionais alertam população que hospital no Centro de Florianópolis não tem mais condições de atender nenhum paciente

Edinara Kley


LuizEvangelista/ND
Ivan Moritz, diretor do Celso Ramos, expõe a precariedade do hospital


As feridas da saúde pública do Estado foram expostas na noite de ontem no Hospital Celso Ramos, no Centro da Capital. Sem ter mais como escondê-las, e tampouco como curá-las, o corpo clínico do hospital abriu as portas para revelar uma situação caótica, que chegou ao limite depois de 56 dias de uma greve que não dá sinais de que chegará ao fim.

O último ato da falta de profissionais foi o fechamento do Centro Cirúrgico, ontem, que já atendia em condições precárias. A Emergência só recebe casos graves encaminhados de outras instituições, mesmo assim está lotada. O hospital tem leitos, mas sem a quantidade suficiente de funcionários para garantir o fluxo de pacientes. Eles e os acompanhantes são aglomerados em macas espalhadas pelos corredores. As cadeiras das salas de nebulização e de medicação são usadas por pacientes internados. O cenário é desolador, e tudo indica que ficará pior.

Os médicos afirmam que não têm mais condições de receber ninguém. “Fazemos um alerta à população para o risco que os pacientes internados aqui estão correndo. Não temos mais condições de continuar, não tem profissionais, não tem estrutura. Temos medo que alguém possa vir a morrer aqui”, desabafou o diretor Ivan Moritz.

Carolina Moreira Bez, médica-chefe da UTI, confirma que a situação está caótica e deve se agravar com a proximidade da temporada de verão e festas de fim de ano, quando o número de pessoas triplica na Capital e os acidentes de trânsito aumentam. “Não temos como receber mais ninguém, também não temos para onde mandar. Os médicos não conseguem mais trabalhar desse jeito”, declarou.
LuizEvangelista/ND
Camas, macas e cadeiras de rodas estão jogadas em salas do hospital

As esperanças de quem precisa de atendimento se perdem pelos corredores do hospital que tem 200 leitos, mas utiliza apenas 60. Dos seis andares, três estão desativados. As causas vão da falta de profissionais à interdição por conta das más condições da estrutura. Dos 1.200 funcionários, 70% estão em greve.
Com ajuda de muletas, o pedreiro Eli Lopes dos Santos, 49 anos, que caiu de um andaime e quebrou o fêmur, espera há seis meses por uma cirurgia na perna, adiada por três vezes. Estava prevista para hoje, mas com o Centro Cirúrgico desativado a espera vai se prolongar. “Praticamente moro aqui. Não tenho previsão de alta, muito menos de quando poderei fazer a cirurgia”, lamenta o morador de São José. 

Sentada em uma banqueta de plástico em um canto do corredor, a aposentada Olindina Müller , 70, acompanha o marido internado por conta de um infarto. Com as pernas inchadas, a mulher se espreme entre a maca do marido e a de outro paciente que geme de dor. O casal mora em São Pedro de Alcântara. “Somos humilhados, jogados num canto”, diz. 

O secretário-adjunto da Saúde Acélio Casagrande afirma mais de 200 servidores que deixaram de atender no local por conta da greve. Ele diz que o governo conhece a situação e que concorda que está caótica, mas não tem o que fazer.

Publicado em 19/12-03:38 por: Rodrigo Lima. 


Fonte: NOTICIA DO DIA

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