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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

MORREU O CONVICTO OSCAR NIEMEYER

Sua maior projeção - além do inegável talento para a arquitetura - deveu-se à circunstância de ser judeu, assim como seu parceiro Lúcio Costa: 


Um século de Oscar Niemeyer


“Não é o ângulo recto que me atrai. Nem a linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo. O Universo curvo de Einstein.”
Oscar Niemeyer, o judeu que ajudou a conceber a capital do Brasil, nasceu a 15 de Dezembro de 1907. Niemeyer arquitectou ainda uma outra cidade: uma metrópole de arranha-céus destinada ao deserto israelita do Negev – que nunca chegaria a ser construída.
(…) Enquanto as cidades satélites começavam a desenvolver-se em torno de Brasília, em 1964 [no seguimento do golpe militar], Niemeyer foge para Israel, onde se exila. Niemeyer viveu escondido num quarto de hotel durante largos meses, concebendo uma cidade ideal. Foi convidado a fazer projectos para um local específico, ainda assim recusou ficar confinado. Niemeyer escolheu o deserto do Negev como tábua rasa para um plano sistemático que seria agrupado em torno de uma praça central, que funcionaria como um oásis. Os residentes morariam em torres idênticas e usariam automóveis apenas para viagens de longo curso. Antecipou a construção de uma via circular em redor da cidade, à medida que esta se tornava uma unidade autónoma que poderia ser reproduzida e alargada de forma linear. Crescimento descontrolado era algo a evitar a todo o custo.”
in Oscar Niemeyer: Eine Legende Der Moderne / A Legend of Modernism, de P. Andreas, M. Bill, L. Cavalcanti, E. Kossel, C. Krohn, N. Maak, J.C. Sussekind, Paul Andreas (Editor), Ingeborg Flagge (Editor), Deutsches Architektur Museum; p. 41.
Mais detalhes sobre o projecto de Niemeyer para a Cidade do Negev podem ser encontrado neste artigo do diário israelita Ha’aretzBeyond the dunes and the desert.

Fonte: http://ruadajudiaria.com

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GENEALOGIA BRASILEIRA (III): OSCAR NIEMEYER


1. OSCAR RIBEIRO DE ALMEIDA DE NIEMEYER SOARES nasceu no Rio de Janeiro (15/12/1907). “Patrono da Arquitetura Brasileira” (Lei nº 11.117, 18/05/2005).

PAIS:


2. OSCAR NIEMEYER SOARES (1873 - 1959).

3. DELFINA (“Filoca”) RIBEIRO DE ALMEIDA nasceu em Nova Friburgo e morreu no Rio de Janeiro (1879 – 1932).


AVÓS:


4. NICOLAU HENRIQUE SOARES (1828 – 1877), artesão e tipógrafo.

5. FRANCISCA AMÉLIA DE NIEMEYER (1846 – 1879).

6. ANTONIO AUGUSTO RIBEIRO DE ALMEIDA nasceu em Maricá e morreu no Rio de Janeiro (1838 -1919). Ministro do STF.

7. MARIA EUGÉNIA VEIGA RIBEIRO DE ANDRADE, prima do marido.


BISAVÓS:


8. Alferes NICOLAU HENRIQUE SOARES

9. LUIZA MARIA DE SANT´ANA SILVA

10. JOAQUIM CARLOS DE NIEMEYER nasceu no Porto e morreu no Rio de Janeiro (1818 – 1886).

11. ANA VITÓRIA DE MENDONÇA NIEMEYER nasceu em Fortaleza e morreu no Rio de Janeiro (1826-1904).

12. Comendador MANUEL RIBEIRO DE ALMEIDA.

13. ANA ALEXANDRINA DE JESUS.

14. Major JOAQUIM RIBEIRO DE ALMEIDA

15. DELFINA EUGENIA DA VEIGA.



OUTROS ASCENDENTES:


20. Tenente-coronel CARLOS CONRADO DE NIEMEYER.

21. FRANCISCA AMÁLIA TEIXEIRA nasceu em Guimarães (1799-1883).

22. Coronel CONRADO JACOB DE NIEMEYER nasceu em Lisboa e morreu no Rio de Janeiro (1787 – 1862).

23. TERESA XAVIER DE MENDONÇA.

30. JOÃO PEDRO DA VEIGA. Irmão do político Liberal EVARISTO DA VEIGA (Rio de Janeiro, 1799 – idem, 1837), autor do “Hino da Independência”.

31. JOAQUINA ROSA DA CONCEIÇÃO.

40/44. Coronel CONRADO HENRIQUE von NIEMEYER nasceu em Hanover e morreu em Lisboa (1761 – 1806).

41/45. FIRMINA ANGÉLICA DE SANTO AGOSTINHO, filho de MANUEL CORREIA DANTAS e SEBASTIANA GERTRUDES.

60. FRANCISCO LUÍS SATURNINO DA VEIGA nasceu em Lisboa e morreu no Rio de Janeiro (1771 – 1841). Professor e livreiro.

61. FRANCISCA XAVIER DE BARROS, filha de DOMINGOS CARDOSO DE BARROS.

80. Tenente-general (de Cavalaria) JACOB KONRAD von NIEMEYER nasceu em Hanover e morreu em Northeim (1730 – 1808).

81. MARGARETHE ELISABETH von BIGUER.



BIBLIOGRAFIA: BARATA, Carlos Eduardo de Almeida; CUNHA BUENO, Antonio Henrique da. Dicionário das famílias brasileiras, I-II. S. Paulo: IberoAmerica, 2000.

http://bestaesfolada.blogspot.com.br
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Niemeyer: 'A vida é pequena e muito dura'

Costumava dizer que escola não era suficiente e que, sem solidariedade, sem conhecer os problemas e as misérias, não adiantava viver





O Estado de S.Paulo


O arquiteto Oscar Niemeyer sempre foi surpreendente. Mesmo para quem, (...)  sempre viu Brasília plantada no Planalto Central, ele tinha novidades. Como os jovens o cercavam constantemente, para entrevistas ou aulas práticas, ele costumava preconizar: "A vida humana é muito pequena e muito dura e é preciso não desistir dos ideais, pelas mudanças políticas e sociais necessárias. Por isso, temos ainda um longo tempo de luta pela frente", disse ele certa vez a estudantes que o entrevistavam em Niterói.


Isso era dito com entusiasmo por um homem nascido em 15 de dezembro de 1907, num Rio da Belle Époque. Um brasileiro que mudou a arquitetura mundial e incluiu o Brasil na história desta ciência/arte. Que desenhou cidades, paisagens e monumentos, ensinou outros profissionais a criar e viver e, no entanto, afirmava que a arquitetura não era importante. "Digo aos recém-formados que não basta estudar na escola. Tem que conhecer a vida, os problemas, a miséria e estar pronto a participar, a compreender a vida", disse ele certa vez ao Estado. "O homem tem que se interessar pelas coisas, literatura, filosofia, história... não para ser intelectual, para ter uma ideia da vida, que tem que ser vivida com solidariedade, senão não adianta."


Participar da vida brasileira foi uma constante na biografia de Niemeyer, um carioca da gema, que estudou na Escola de Belas Artes da Universidade do Brasil e começou sua carreira com quase 30 anos, ao lado de Lúcio Costa e sob a batuta de Le Corbusier. E que viveu sempre pela esquerda, nunca se furtou a apoiar aqueles em quem acreditava. Foi assim com Fidel Castro, que defendeu mesmo nos momentos mais difíceis; com Leonel Brizola, seu parceiro na construção dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) e do Sambódromo (uma imagem do Brasil, saída de sua prancheta); Luiz Carlos Prestes, com quem comungou a ideologia comunista; e Juscelino Kubitschek, a quem ele atribuía a origem de sua carreira.

"Tudo começou com a Pampulha, meu primeiro trabalho", disse certa vez, referindo-se ao bairro residencial, com lagoa, igreja, clube e cassino (hoje um museu) construído em Belo Horizonte, nos anos 40, quando Kubitschek era prefeito. "Sem a Pampulha não teria havido Brasília, também construída por Juscelino", continuou, comparando o ex-presidente aos mecenas renascentistas. "Foi muito interessante a ideia de chamar outros artistas para colaborar na obra. Na Pampulha, o Portinari fez os painéis de azulejos."

Ele gostava também de contar como entrou na aventura de construir Brasília, ainda em meados dos anos 50. "O Juscelino chegou à minha casa e disse: ‘Oscar, nós fizemos a Pampulha e agora vamos construir Brasília.’ E lá fui eu correndo para aquele fim de mundo, uma terra hostil, em que até as árvores custavam para sair do chão, como se qualquer coisa as impedisse", lembrou certa vez. "Juscelino não mudou apenas a capital, mudou a natureza daquela área. Hoje, Brasília é uma cidade arborizada, fantástica. Quem mora lá não quer sair."

Dito assim, parece até que Niemeyer sofria de modéstia, falsa ou verdadeira. Pelo contrário, mas ele gostava de se cercar de gente, trocar ideias com amigos e auxiliares, como o engenheiro Carlos Sussekind, seu projetista durante décadas, com quem manteve farta correspondência, já publicada pela Editora Revan. "Falamos sobre cosmologia, literatura, sobre a vida. Basta olhar o céu para ver que o homem é pequeno, o céu nos humilha e mostra que a vida é um sopro, um minuto que passa rápido", costumava dizer.

Em meados de 2004, quando lançou o livro Minha Arquitetura - 1937-2004, em que comentava seus principais projetos, realizados ou não, ensinou o seu método de trabalho. "No meu escritório sou o único arquiteto. Aí estudo sozinho, tranquilo, os projetos que aparecem. E essa tranquilidade, esse isolamento, me permite cumprir melhor as minhas tarefas de arquiteto, com tempo para pensar nelas devagar. E nesses momentos é que surge a solução procurada. A mão... a mão é apenas o veículo para passar ao papel a solução encontrada", escreveu ele. "Com a solução fixada e por mim desenhada (plantas, cortes, etc.), envio meus trabalhos para os escritórios de arquitetura que vão desenvolvê-los, em contato direto comigo. Assim, sobra-me tempo para outras atividades, como a leitura, o contato com os amigos..."

O escritório a que ele se referia fica numa cobertura no fim da Praia de Copacabana, um prédio que se destaca pela cor (verde-clara) e pelas curvas inspiradas na obra dele. De lá, Niemeyer vê toda a orla mais conhecida do Brasil, com o Pão de Açúcar ao fundo e as montanhas sensuais se espalhando mais adiante. Estas curvas não estão em sua obra por coincidência. "O Rio de Janeiro é uma cidade linda, não é mesmo?", comentava para provocar suas visitas. "O Le Corbusier dizia que eu tinha as montanhas do Rio dentro dos meus olhos. Na verdade, eu as tenho dentro de mim", continuava, embora não se esquecesse das mazelas. "Eu sou do Rio, gosto dessa esculhambação, da praia. Nasci aqui, com meus amigos, mas Brasília é mais importante, levou o progresso para o interior."

Seus feitos foram reconhecidos em vida. Perseguido pela ditadura militar, nos anos 60 e 70, obteve licença especial do governo francês para trabalhar lá, onde redesenhou paisagens. Lá, foi homenageado pela Sorbonne, com exposições em museus (a última foi no Jeu de Paume, de Paris). Aqui no Brasil, é reverenciado por universitários, presidentes e sambistas, como os da Unidos de Vila Isabel e da Estação Primeira de Mangueira, que fizeram dele enredo em carnavais diferentes. Isso sem nunca ter deixado de dizer o que pensava e fazer o que achava certo, mesmo se o acusassem de radicalismo. Nessas ocasiões, ele tinha a resposta na ponta da língua. "Nos assuntos principais, eu sempre vou ser radical", avisava.

Foi radical até o fim, pois não se furtava a assinar manifestos em apoio ou contra obras e ideias que repudiava. Assim como sua arquitetura mudou a paisagem brasileira para sempre, sua opinião certamente fará falta quando se discutir o futuro do País. Um país que ele ajudou a projetar e a ser respeitado em todo o mundo.

Fonte: ESTADO DE SP

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ATUALIZAÇÃO:




CULTURA
Morre Oscar Niemeyer, o arquiteto de Brasília


Se realmente for verdade que só morre quem é esquecido, com centenas de projetos construídos em mais de 70 anos de vida profissional vai ser difícil para o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer deixar de ser lembrado.


Morreu nesta quarta-feira (05/12), aos 104 anos, o arquiteto Oscar Niemeyer, vítima de insuficiência respiratória. Ele estava internado desde o dia 2 de dezembro no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, inicialmente para tratar de uma desidratação. Niemeyer completaria 105 anos no próximo dia 15.

Com a morte de Niemeyer, o Brasil perde seu mais ilustre arquiteto. As lindas construções de Brasília, a sede das Nações Unidas em Nova York, prédios no Rio de Janeiro, São Paulo, Londres, Paris e Berlim. Os projetos de Oscar Niemeyer são conhecidos mundialmente. Devido ao seu caráter pitoresco, seus edifícios foram retratados em inúmeros livros ilustrados.

Oscar Niemeyer (1907-2012) nasceu e cresceu na casa de seus avós maternos, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. "Aos domingos", escreveu Niemeyer, "minha avó abria uma das janelas da sala de visitas – o oratório – e a missa era rezada em casa com a presença dos vizinhos."

Mas nem essas reminiscências da infância nem o colégio de padres Barnabitas que frequentou conseguiram mantê-lo na religião, acresceu: "Para mim o que conta é a explosão inicial pretendida, as estrelas e planetas se organizando nos espaços infinitos e nós, os bichos da terra, tentando subsistir" – uma lição que o acompanhou por toda vida.


Rio e Pampulha

No final dos anos 1920, quando já era casado e pai de uma filha, Oscar Niemeyer entrou para Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde se formou como arquiteto em 1934. "Muitas vezes me perguntam por que escolhi essa profissão e a única resposta que encontro é gostar de desenhar", explicou o arquiteto.

Após terminar os estudos de arquitetura, Niemeyer trabalhou no escritório de Lúcio Costa, o futuro urbanista de Brasília, e participou do grupo de arquitetos que projetou, sob a direção de Le Corbusier, o edifício do Ministério da Educação e Saúde em 1936 no Rio de Janeiro. No Brasil, Le Corbusier pôde realizar seu primeiro grande projeto público, deixando influência decisiva sobre os jovens arquitetos de seu grupo.

Apesar de as participações de Niemeyer no projeto do Ministério no Rio e, posteriormente, no Pavilhão Brasileiro da Exposição Universal de Nova York, em 1939, terem sido decisivas para sua carreira, ele considera Pampulha – um complexo de lazer em torno de um lago artificial no bairro da Pampulha em Belo Horizonte – como o início de sua arquitetura, cujos princípios ele sempre seguiu. O então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, que mais tarde construiria Brasília na condição de presidente, deu carta branca ao arquiteto.

Palácios de Brasília imortalizaram Oscar Niemeyer

Arquitetura Moderna Brasileira

Em 1940, Niemeyer teve liberdade para projetar em Pampulha uma arquitetura que acreditava ser adequada para o Brasil. Como Leitmotive para uma arquitetura moderna brasileira, ele considerou a ligação da arquitetura com o lugar e a rejeição de uma arquitetura social – da forma que foi praticada, posteriormente, em projetos residenciais, principalmente em países comunistas.

Em Pampulha, Niemeyer não protestou contra a modernidade, mas contra o racionalismo, "desprezando deliberadamente o ângulo reto tão louvado e a arquitetura racionalista feita de régua e esquadro, para penetrar nesse mundo de curvas e retas que o concreto oferece", escreveu mais tarde o arquiteto brasileiro.

Criador e criatura

Após Pampulha, ele foi convidado a participar da comissão encarregada de projetar, em 1947, a sede das Nações Unidas em Nova York. Em 1945, Niemeyer havia se filiado ao Partido Comunista Brasileiro. Como comunista, ela não podia entrar nos Estados Unidos, como foi o caso em 1946, mas como membro da equipe internacional do concurso para o projeto da ONU, ele recebeu autorização para morar sete meses em Nova York.
Pampulha, em Belo Horizonte, foi início de sua arquitetura

Niemeyer apresentou seu projeto e venceu o concurso, apesar da oposição de Le Corbusier, que queria impor seu próprio projeto para as Nações Unidos e pedira a Niemeyer que não apresentasse sua contribuição. Os prédios da ONU formam uma praça, uma constante na arquitetura de Oscar Niemeyer, que preenche diversas funções, sobretudo a da unidade.

Um lugar para Niemeyer

No Brasil, o projeto do modernismo englobou a construção de uma identidade nacional. Niemeyer é parte desse projeto. Sua obra deve ser compreendida nesse contexto, como também a futura construção de uma nova capital.

Isso se concretizou em 1956, quando Juscelino Kubitschek convidou o arquiteto para construir os edifícios de Brasília. Oscar Niemeyer se tornou chefe do departamento de arquitetura da Novacap, companhia responsável por todos os passos da construção de Brasília. Após quatro anos de trabalho ininterrupto, a nova capital brasileira, com suas magníficas construções, foi inaugurada em abril de 1960.
Oscar Niemeyer ganhou concurso para as Nações Unidas em 1947

Arquiteto de renome mundial

Passados mais quatro anos, a ditadura militar se instalou no Brasil em 1964. Niemeyer já era uma arquiteto de renome mundial quando se viu obrigado a deixar seu país. Sua crença na doutrina de Marx lhe trouxe muitos problemas, mas o acompanhou por toda a vida.

No exterior até meados dos anos 1970, ele trabalhou em grandes projetos na Argélia, Israel, Portugal e principalmente na Fran­ça, onde construiu, em Paris, a sede do Partido Comunista Francês.

De volta ao Brasil, ele continuou a trabalhar de manhã à noite, como sempre o fez, até mesmo depois de ter completado 100 anos. Nesse período, foram construídos projetos como o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer na cidade espanhola de Avilés, onde prédios sinuosos também formam uma praça.
Sede do Partido Comunista Francês, em Paris

Difícil de esquecer

Devido a suas curvas, Niemeyer foi frequentemente criticado de formalista. No entanto, em sua arquitetura, as curva têm principalmente uma função espacial – elas garantem a interação entre espaço interno e externo – e revelam, ao mesmo tempo, a ordem do cosmo, da natureza e do corpo humano: "De curvas é feito todo o universo – o universo curvo de Einstein", relatou Niemeyer em seuPoema da Curva.

Devido ao caráter espetacular de suas construções, sua arquitetura foi classificada, muitas vezes, como utópica. Mas ainda em vida Niemeyer pôde ver como seu trabalho influenciou o mundo atual. Zaha Hadid e Rem Koohaas estão entre as estrelas da arquitetura mundial contemporânea que por diversas vezes admitiram tal influência.

Ao fim de sua carreira, além de artigos e livros, Oscar Niemeyer nos deixou mais de 500 projetos. A metade deles foi construída. Enquanto eles existirem e inspirarem a civilização humana, vai ser difícil para o arquiteto brasileiro ser esquecido – apesar de o materialismo do grande mestre ter sempre afirmado: "Quando morremos, desaparecemos". Para Niemeyer, a vida sempre foi somente "um sopro".

Autor: Carlos Albuquerque
Revisão: Francis França

DW.DE

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