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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nem todo protetor solar protege de queimaduras


Testes revelam que proteção de produtos ficou abaixo da anunciada nas embalagens, mas componentes cancerígenos, detectados em 2011, não foram achados nas amostras deste ano.




A estudante e babá durante as férias Isadora Marques não descuida da proteção do pequeno Matis Mata Machado: "É importante a fiscalização"

A relação do brasileiro com o sol mudou nos últimos anos e o filtro solar entrou para a lista de despesas do brasileiro. Flávia Nóbrega, representante comercial, é avó de Luisa, de 8 anos. Ao contrário do que ocorria quando era criança, Flávia passa generosas camadas de filtro solar na menina, para garantir que ela fique protegida do sol. Recentemente, passou a comprar para a neta um filtro solar adequado para crianças, porque foi informada de que o produto infantil tem propriedades diferentes, indicadas para os pequenos. Ainda assim, as dúvidas sobre o produto, que, principalmente no verão, não pode sair da bolsa do brasileiro, são muitas e, segundo a Proteste – Associação de Consumidores é preciso ficar atento ao fator de proteção.

Pelo segundo ano consecutivo, a associação testou marcas de produtos vendidos no mercado brasileiro e constatou que o fator de proteção ficou abaixo do anunciado no rótulo da embalagem. Apesar do alerta aos consumidores, este ano a pesquisa trouxe uma informação positiva. Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, componentes cancerígenos não foram encontrados nas amostras, ao contrário do que ocorreu nos testes de 2011. 

Entre os produtos testados, os protetores Nivea Sun e Banana Boat indicavam fator de proteção solar (FPS) 30, mas o teste indicou 13 e 10, respectivamente. Outras marcas testadas também tiveram o FPS abaixo do informado ao consumidor. Boticário (25), Sundown (26), Avon (27), Coppertone (27) e Red Apple (27). “Consideramos esse resultado muito grave. A informação dada ao consumidor é falsa. É preciso lembrar ainda que estamos em um país tropical, com alta incidência de câncer de pele”, aponta Maria Inês. Segundo ela, os resultados serão encaminhados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o pedido de averiguações. 

Já os protetores infantis, todos tiveram o FPS aprovado. Entretanto, a consumidora Flávia Nóbrega diz que tem dúvidas quanto à resistência do filtro e acha que tanto ela quanto a neta se bronzeiam mais do que deveriam. Sua colega de natação, a psicóloga Regina Célia Campos, diz que prefere os fatores mais altos, acima de 30, mas também tem a sensação de que os produtos não resistem por muito tempo na água. Outra questão que preocupa é o preço. “Pago R$ 30 por um protetor de 50ml. É muito caro”, aponta Flávia.

FABRICANTES

Os fabricantes dos protetores que foram testados pela Proteste afirmam que os produtos seguem as normas da Anvisa e garantiram a qualidade dos produtos, contestando o resultado do teste. 

A Johnson & Johnson Consumo Brasil, detentora da marca Sundown, afirmou em nota que todos os seus produtos seguem a legislação nacional, são testados e aprovados pela Anvisa. “São submetidos a testes em instituições externas, idôneas e reconhecidas, que chancelam a qualidade e a confiabilidade dos nossos produtos.” A Energizer, da marca Banana Boat, informou que, em relação aos testes divulgados pela Proteste, se mantém alinhada à Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), ressaltando que a empresa também cumpre todas as normas de certificação da Anvisa.

Em nota, a BDF Nívea garantiu que são realizados no Centro de Pesquisa da companhia, na Alemanha, processos que objetivam garantir a máxima eficácia e segurança das formulações. “Todos os produtos da marca são desenvolvidos sob os mais rígidos protocolos globais de qualidade e segurança, bem como atendem todas as exigências legais dos países nos quais a companhia atua.” A Avon informou que “garante a segurança e eficácia de todos os produtos desenvolvidos e comercializados, realizando os testes necessários e aprovados pelas entidades que regulam a indústria cosmética, nos mais de 100 países em que atua”. 


A psicóloga Regina Campos, Luisa e sua avó, Flávia Nóbrega, têm dúvidas sobre a resistência dos filtros: elas acham que se bronzeiam mais do que deveriam

O laboratório Schering Plough, detentor da marca Coppertone, garantiu que os produtos da marca são aprovados com rigor científico, já que obedecem a padronizações nacionais e internacionais. Informou ainda que os produtos são testados seguindo metodologia internacional de teste de produto direto na pele de voluntários (in vivo). 

O fabricante O Boticário ressaltou que o protetor solar Golden Plus 30 foi registrado na Anvisa, cumprindo todos os requisitos de segurança e eficácia da legislação vigente. “Antes de chegar às lojas, todos os produtos da marca passam por rigorosos testes de qualidade e segurança.” A Red Apple foi procurada pela reportagem do Estado de Minas, mas não retornou as ligações.

Segundo Maria Inês, os testes da Proteste (in vitro) seguem padrões internacionais e são utilizados em vários países. “O que é importante é garantir a proteção solar informada ao consumidor.”

Preço preocupa consumidores e médicos

A dermatologista Ana Cláudia de Brito Soares, que integra a diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Minas Gerais, explica que o consumidor deve estar mesmo atento. Segundo a médica, o filtro solar deve ser bem aplicado, sem economia. Da forma como é usado por grande parte da população, o produto já começa a agir perdendo de 20% a 50% de sua eficácia. “É preciso também reaplicar o produto a cada duas horas e sempre que entrar na piscina, se molhar ou mesmo quando suar.”

O preço é uma questão que preocupa não só os consumidores, mas também os especialistas. Ana Cláudia diz que já existe no país prefeituras distribuindo o produto gratuitamente e que algumas empresas consideram o filtro solar um equipamento de proteção individual de uso obrigatório. “O câncer de pele é de maior incidência no país. Apesar disso, o filtro ainda é caro para a maioria da população.” 

Isadora Marques é estudante de pedagogia e durante as férias é babá de Matis Mata Machado. No clube não descuida do protetor solar do menino, que aos 6 anos usa filtro fator 50. “Confio na proteção indicada no rótulo”, comenta. Isadora também usa diariamente no rosto filtro fator 30. “Esse cuidado é muito importante para prevenir doença, mas o filtro solar é muito caro. No meu caso, uso o produto manipulado e nunca desconfiei que a proteção poderia ser menor do que a indicada. É importante a fiscalização da Anvisa.” (MC)

O que diz a lei

Art. 4º – A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores:
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho;
IV – educação e informação de fornecedores e consumidores quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
Art. 6º – São direitos básicos do consumidor:
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.
Fonte: Código de Defesa do Consumidor (CDC)

... Novas regras só em 2014

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou novas regras para o protetor solar vendido no Brasil, que vão entrar em vigor em 2014. A partir dessa data, o fator de proteção solar (FPS) mínimo vai subir de dois para seis. As empresas também não poderão mais utilizar a informação FPS 100 para não dar ao consumidor a impressão de uma proteção total. Poderão utilizar, por exemplo, 50+ ou 60+. O FPS indicado para a população brasileira é no mínimo 20. Um filtro com FPS 30 protege até 85%, enquanto o FPS 100 chega a 98% de proteção.



Fonte: http://www.em.com.br

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