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terça-feira, 5 de março de 2013

Evangélicos se opõem à indicação de pastor para Comissão de Direitos Humanos



Tadeu Breda, da Rede Brasil Atual

Ao contrário do que sugere o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), nem todos os cristãos – nem mesmo todos os evangélicos – brasileiros são favoráveis à sua indicação para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Fundada em 2002 por representantes de diferentes igrejas protestantes do país, a Rede Fale vem se manifestando publicamente desde domingo (3) contra a nomeação do pastor.

Nada contra suas crenças religiosas. “Marco Feliciano não tem acúmulo no terreno dos direitos humanos, e já demonstrou posturas um pouco intolerantes contra grupos que historicamente sofrem preconceito e exclusão social no Brasil”, argumenta Morgana Boostel, secretária-executiva da Rede Fale, em entrevista concedida por telefone. “Se ele fosse um evangélico com trajetória de atuação no campo dos direitos humanos, não haveria problema nenhum. Queremos na comissão uma pessoa preparada, e isso independe de sua confissão religiosa.”

Essa posição vai contra as alegações do parlamentar, que se diz vítima de “perseguição” dos grupos contrários à sua nomeação apenas por ser evangélico. Morgana Boostel rechaça as declarações do pastor contra os direitos dos casais do mesmo sexo à união civil e à adoção de crianças – que o deputado considera “desnecessário”, “privilégio” e “afronta à moralidade”. No entanto, a secretária-executiva da Rede Fale afirma que não existe consenso entre os evangélicos do grupo sobre estas questões – o que não a impede de defender o Estado laico.

“Os valores morais não devem reger a atuação dos parlamentares ou de ocupantes de cargos públicos”, diz. “Num Estado laico não cabe impor minha convicção religiosa à vida dos demais. Os direitos humanos devem ser garantidos por si mesmos, independente da crença de cada um.” De acordo com Morgana Boostel, as declarações “homofóbicas” de Marco Feliciano – “Aids é o câncer gay” e “homossexualidade é antinatural”, por exemplo – não ajudam na construção social da imagem dos evangélicos do país, que acabam sendo pintados como um grande grupo de conservadores.

“São manifestações denecessárias e preconceituosas, que ferem a imagem das pessoas que ele julga representar”, reconhece. “Mas temos muita clareza de que os evangélicos, que são cerca de 20% da população brasileira, não formam um setor homogêneo. Há muita diversidade, como em qualquer religião.”

Segundo a secretária-executiva da Rede Fale, a postura do pastor em relação à luta LGBT não é o único problema de sua indicação à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. “Quando o deputado fala sobre os direitos indígenas, também é complicado. Por exemplo, ele afirmou que os guarani-kayowá abriram mão de suas terras e que toda a violência gerada no Mato Grosso do Sul no final do ano passado foi um processo à toa”, lembra Morgana. “Ele não leva em consideração a história dos indígenas, que lutaram sendo ameaçados e mortos.”

Fonte: SUL 21

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