Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



domingo, 16 de dezembro de 2012

Justiça dos EUA adverte juiz por declarações polêmicas sobre estupro




Para o magistrado Dereck Johnson, se vítima não oferece resistência física ao ataque, caso não pode ser considerado violência sexual


Um magistrado norte-americano foi advertido publicamente nesta quinta-feira (13/12) pela Comissão da Califórnia de Desempenho Jurídico por conta de comentários sobre estupro durante julgamento em junho de 2008. Na ocasião, Derek Johnson disse que se a vítima não oferecer resistência física ao violador, o caso não pode ser classificado como estupro.

O grupo, que verifica a atuação dos juízes no Estado, aprovou com unanimidade a punição ao magistrado por considerar que seus comentários foram inapropriados e quebraram a ética judicial, além de romper com a lei da Califórnia. “Na nossa visão, as declarações do juiz Derek Johnson refletem visões ultrapassadas, enviesadas e insensíveis em relação às vítimas que não ‘brigam com os agressores’”, escreveu em nota a organização. 

Baseado em sua experiência como promotor na unidade de crimes sexuais, o magistrado declarou que já havia presenciado casos violentos de estupro. 

“Eu não sou um ginecologista, mas posso te dizer uma coisa: se alguém não quer ter relação sexual, o seu corpo se fecha. O corpo não permite que isso aconteça a menos que uma grande quantidade de dano seja causada e não ouvimos nada sobre isso neste caso”, afirmou ele. “Isso me diz que a vítima neste caso, embora não estivesse necessariamente disposta, não travou uma luta. E tratar este caso como outros casos de estupro que todos nós ouvimos falar é um insulto às vítimas de estupro”.

Johnson fez esse comentário durante um julgamento que participou ao analisar a denúncia de uma mulher contra seu ex-companheiro. Ela alegava que ele teria ameaçado mutilar seu rosto e seus órgãos genitais com uma chave de fenda quente, além de ter batido em seu corpo com uma barra de metal antes de estuprá-la. A mulher reportou a agressão sexual 17 dias depois de ter apresentado as acusações sobre os outros crimes à polícia.

O juiz condenou o réu a seis anos de prisão em contraste aos 16 anos sugeridos pelo promotor do caso. “Eu acho que é um insulto (tratar esse caso como de estupro). Eu acho que banaliza o estupro”, afirmou. “Eu considero que este caso é técnico, mais do que um caso de crime real”. 

A comissão, que apenas recebeu o relato do caso em maio deste ano, considera que o magistrado exprimiu sua opinião, e não a lei do Estado californiano, ao pressupor que a vítima real do estupro deve demonstrar resistência física à agressão. Desde 1980, as regras locais estabelecem que a vítima do estupro não precisa provar sua oposição.

“Esses comentários não ajudam, mas apenas diminuem a confiança pública na imparcialidade do Judiciário”, acrescenta o texto do grupo. Em sua resposta, Johnson se desculpou pelos comentários depois de reconhecer que foram “inapropriados”. 

Estupro "de verdade" raramente resulta em gravidez

Durante as últimas eleições norte-americanas, o senador republicano Todd Akin gerou revolta entre os eleitores nos Estados Unidos e se tornou um dos assuntos mais comentados da campanha ao dizer que um estupro "de verdade" ("legitimate rape" em inglês) raramente resulta em gravidez. 

"Me parece, conforme soube por médicos, que a gravidez resultante de estupro é rara”, disse ele. “Se é um estupro de verdade ("legitimate rape"), o corpo feminino tem formas de se fechar para isso". Para os críticos do republicano, a lógica da frase sugere que, quando há gravidez, a mulher consentiu com a relação sexual.

Outro candidato republicano ao Senado, Richard Mourdock, também provocou a ira no país quando afirmou que a gravidez resultante do estupro também faz parte do "desejo de Deus".

Fonte: OPERA MUNDI

Nenhum comentário: