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domingo, 16 de dezembro de 2012

Prefeito do Rio "comeu bola" para aprovar o Projeto de Resort?



É preciso apurar, mas há fortes probabilidades que alguém ligado à administração Municipal do RJ tenha sido "agraciado".

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Manifestação reforça compromisso contra a construção de resort na reserva
Em menor número, ativistas voltam ao local das obras para novo protesto
Jornal do BrasilÍris Marini+A-AImprimirPUBLICIDADE



Ativistas voltaram à praia da reserva na tarde deste sábado (15) para protestar contra a construção do resort de 436 apartamentos e de dois prédios condominiais, ambos da Rede Hyatt, no terreno que já pertenceu a Área de Proteção Ambiental da Reserva de Marapendi, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Com poucas presenças - cerca de 20 pessoas - , organizadores argumentaram que a manifestação de hoje não foi feita para mostrar quantidade de apoiadores, mas sim para que as autoridades saibam que a questão não está esquecida.

“Este foi um ato simbólico para nos reunirmos e lembrarmos que não vamos assistir a esta construção calados. Nós já temos apoio na Câmara, na Legislação, a atenção da mídia e um grande número de pessoas que se mobilizam e ajudam em outras esferas na causa. Não queremos agora quantidade, mas sim mostramos a qualidade de nossas ações. Hoje nos reunimos com advogados e estamos analisando o assunto”, disse um dos organizadores do protesto, Lui Fuller, de 16 anos.

Panfletos que orientavam a população a fazer uma denúncia contra a construção do resort, do projeto do campo de golfe e a exigir a proteção integral da reserva eram entregues aosmotoristas, motoqueiros e banhistas que passavam pelo local. Além disso, o papel também informava a data e hora da próxima manifestação no lugar: dia 22 de dezembro, às 9h. Durante a ocupação em frente ao terreno da reserva, os manifestantes também estendiam faixas que acusavam a prefeitura e os responsáveis pela construção de "holocausto" para com o meio ambiente.

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Biólogo acusa donos de terra de plantarem invasoras exóticas para degradá-la

O biólogo e ativista ambiental Marcello Mello acredita que os interessados na construção possam ter prejudicado o terreno da reserva propositalmente. “Existe uma prática muito comum realizada pelos proprietários em área de conservação: eles procuram formas de degradar a área para desvalorizar ecologicamente o terreno. Plantam-se propositalmente exóticas invasoras para que o político tenha argumento para desmatar o terreno e ocupá-lo, em vez de reconstituir a sua vegetação. Acredito que isso esteja ocorrendo aqui e isso já é fato no Paraná, onde foi plantada uma espécie chamada uva-do-japão [também conhecida como pé-de-galinha, de nome científico Hovenia dulcis], que destruiu áreas de proteção ambiental”, disse Marcelo.

De acordo com o defensor do meio ambiente, se a área estava degradada, como alegou o prefeito Eduardo Paes e a rede Hyatt, o governo deveria restaurar e reconstituir a reserva. “É o que determina o Eco 92, o Rio+20 e as leis vigentes. Quando se trata de um bioma ameaçado, como o da reserva, aí mesmo é que a Legislação costuma ser mais severa, o que não aconteceu”, critica.

“O Manejo, inclusive, não foi adequado”, afirmou o biólogo sobre a transferência de vegetações e espécies da fauna ameaçadas. “Eles passaram o trator e destruíram tudo. O certo seria terem contratado profissionais para recolherem plantas nativas e resgatarem os animais que estão ameaçados. O que na profissão chamamos de medidas mitigadoras, que minimizam o impacto ambiental, não foi feito”, explica.

Replantar não é a solução

“A gente vê a Hyatt [dona do terreno onde serão construídos os seus empreendimentos] como uma predadora com um único objetivo: lucrar. Ela não se preocupa com o meio ambiente. Deveriam saber que se trata de uma área pertencente à Mata Atlântica, que é atualmente o bioma mais ameaçado. Replantar é apenas uma forma que as empresas têm de justificar a ocupação cada vez maior do habitat natural, mas não é a solução, já que para isso está se destruindo um bioma com espécies que podem ser extintas a qualquer momento”, avalia.

Segundo Marcelo, no terreno da Reserva do Marapendi há pelo menos cinco espécies raras ou com risco de extinção: “A lagartixa de areia, as clúsias e a borboleta da praia, Parides ascanius, esta última, sendo o único inseto reconhecido internacionalmente como ameaçado de extinção, são algumas das espécies existentes na reserva”, finaliza.

Rede Hyatt alega respeito ao meio ambiente na construção

A Rede Hyatt afirma que “reitera seu compromisso de oferecer à cidade do Rio de Janeiro um dos melhores e mais completos hotéis de sua rede, respeitando o meio ambiente e o bem estar da população carioca”. Segundo a empresa “o processo de licenciamento do empreendimento, que teve início em 2006, incluiu estudos e relatórios de impacto ao meio ambiente”.

A assessoria de imprensa da rede disse que ”praticamente toda a vegetação da área já se encontrava degradada pela seguida utilização, ao longo dos anos, como canteiro de obras dos loteamentos vizinhos, do Projeto Rio Orla e da construção do Emissário Submarino”. Ainda de acordo com a rede, “em razão da Lei Complementar nº 78/2005, o proprietário do terreno deverá retirar a vegetação não nativa e invasora e plantar no local vegetação nativa. Dos 45.000 m² do terreno, 60% serão destinados à conservação e à preservação ambiental, conforme previsto e estabelecido por tal lei”.

Conforme relatado pela firma hoteleira, “a linha de condução de esgoto terá 1.300 metros e irá do terreno onde será construído o empreendimento até o entroncamento da Avenida Ayrton Senna com a Avenida das Américas, onde será conectada ao sistema do Emissário Submarino. Essa obra será inteiramente custeada pelos empreendedores e doada à Cedae”.

O Jornal do Brasil tentou entrar em contato com a Prefeitura do Rio, mas não obteve resposta.

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