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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A chatice do Carnaval oficial



Carnaval é sinônimo de bandalha, bagunça, esbórnia, oportunidade para liberação e extravasamento. É um tempo de gozar, ridicularizar, criticar, debochar, sair do prumo e do nível, desenquadrar-se, extrapolar, fugir de normas, quebrar regras, "encher os cornos", "beber todas", deixar aflorar a espontaneidade, enfim.



De uns tempos para cá, virou uma indústria hiper-normatizada, cheia de regras e códigos de conduta, impedindo a autêntica alegria popular. Carnaval foi levado até para dentro de salões de "Clubes Sociais", a coisa mais sem graça que se poderia conceber. Até concurso de fantasia foi inventado, para que pessoas exibidas e   com egos enormes possam mostrar-se, geralmente com fantasias pesadas, engessadas, com aparência de robô.

Virou "cultura", um acontecimento estereotipado, sob o pretexto de que os "carnavalescos" fazem arte, quando basta um sambista, com um pandeiro bem tocado, para animar a festa.

Os negros, que sempre deram o tom alegre da festa, estão, nas Escolas de Samba, a ceder "lugar de destaque" aos brancos. Com a nudez das brancas, algumas bem despencadas (escorando os peitos com armações de ferro para não fazer feio) e outras cheias de músculos horrorosos, tenta-se ofuscar a beleza das mulatas e negras, as verdadeiras sambistas de sempre, cuja ginga é imbatível.

Esta coisa de Escola de Samba com segundos marcados para se "exibir", "jurados" para dar notas, camarotes para os pavões da política, comentaristas de televisão que se arvoram em entendidos na "arte de sambar" e o povo confinado por cercas e guardas particulares, não pode ser confundida com manifestação espontânea de alegria.

Grupos de espertalhões mamam nos cofres públicos, cobram ingressos em sambódromos, arrebanham verbas de publicidade, monopolizam o direito à diversão, retirando da festa de Momo a sua autenticidade.

Só turistas deslumbrados podem achar que o Carnaval atual é o "maior espetáculo da terra", como gostam de alardear.

Sinceramente, acho que virou uma coisa ridícula.

Um comentário:

Anônimo disse...

maravilha...


m.bayer