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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O passado antissemita da Europa


A ideia do rei português de expulsar os judeus para confiscar suas propriedades era comum entre monarcas europeus

O governo português aprovou novas regras, que permitirão oferecer cidadania a descendentes de judeus expulsos do país há mais de 500 anos.

Muitos dos judeus do país foram mortos, forçados a se converter ao cristianismo ou expulsos no final do século 15.

Agora, qualquer descendente que conseguir provar uma ligação forte com Portugal pode pedir um passaporte.


Mas o país não foi o único a expulsar todos ou a maior parte de sua população judaica na época – era uma prática comum dos monarcas europeus exilar judeus e confiscar suas propriedades.

O mapa abaixo mostra os países onde ocorreram os maiores casos de perseguição aos judeus. Clique nos países para ler sobre os acontecimentos:


Inglaterra e País de Gales



Os judeus foram expulsos da Inglaterra pelo rei Edward 1º em 1290, em parte por questões financeiras.


Uma vez exilados, seus bens passaram a pertencer à coroa britânica. Na época, a Inglaterra precisava de dinheiro.

A Inglaterra foi o primeiro país da Europa a expulsar judeus e eles permaneceram impedidos de viver no país por 366 anos.

França


Em 1306, o rei da França, Felipe 4º, teve problemas financeiros. Por isso, planejou expulsar os judeus do país para confiscar e vender suas propriedades.


Cerca de 100 mil judeus foram presos no dia 22 de julho de 1306. Já na prisão, eles foram informados de que foram sentenciados ao exílio.

Eles só puderam deixar o país com as roupas que vestiam e com uma pequena quantia de dinheiro.

O filho de Felipe, Luis, revogou o decreto em 1315, mas depois disso houve um período de expulsões e retorno de judeus ao país, que terminou com a expulsão de 1394.

Espanha


No século 15, o rei Fernando 2º de Aragão e a rainha Isabella 1ª de Castilha queriam que a Espanha se tornasse completamente católica.

Eles emitiram um Decreto de Expulsão em 1492, ordenando que judeus e muçulmanos se convertessem ou deixassem o país.

No total, cerca de 100 mil judeus deixaram a Espanha durante o século 15. A maioria deles passou a viver na potência econômica da época, o Império Otomano, que na época compreendia, além da Turquia, regiões como os Bálcãs e parte do sudeste da Europa e do Oriente Médio.


Atualmente, a Espanha considera uma proposta semelhante à de Portugal para oferecer cidadania aos descendentes dos judeus expulsos.

Portugal


Quatro anos depois de a Espanha expulsar sua população judaica, Portugal fez o mesmo.

No dia 5 de dezembro de 1496, sob pressão de uma Espanha recentemente unificada, o rei Manuel 1º de Portugal decretou que todos os judeus deveriam se converter ao cristianismo ou deixar o país.


Nem todos saíram imediatamente, no entanto, e dois mil judeus foram massacrados em Lisboa em 1506.


A maioria dos judeus da Espanha e de Portugal foi viver no Império Otomano. Algumas comunidades judaicas na Turquia ainda falam formas de português e espanhol.

Alemanha

Em 1012, o imperador Henrique 2º expulsou os judeus da cidade de Mainz, na Alemanha.


A Primeira Cruzada, no fim do século 11, provocou a perseguição e a morte de judeus em muitas cidades alemãs.

Durante o período da Peste Negra (1346-53), os judeus foram alvo de rumores de que eles estariam envenenando poços artesianos e muitos fugiram da Alemanha para a Polônia temendo perseguições.

Em 1510, o estado de Brandenburgo expulsou sua população judaica e em 1593, foi a vez da Baviera expulsá-los. Frankfurt fez o mesmo em 1614.

Itália

Após a expulsão dos judeus da Espanha em 1492, eles foram progressivamente expulsos das propriedades e territórios espanhóis na Itália.

Primeiro eles deixaram a Sicília, depois a Calábria, em 1524, e depois Nápoles, em 1540.

Em 1569, o papa Pio 5º ordenou que todos os judeus deixassem os estados papais.

O rei espanhol Felipe 2º expulsou os judeus do território milanês na primavera de 1597.

Lituânia


Um decreto do rei Alexandre em abril de 1495 ordenou que todos os judeus deixassem o país.


A maior parte deles se mudou para cidades do outro lado da fronteira com a Polônia e retornou ao país quando o decreto foi revogado, pouco depois.


As causas da expulsão inesperada são desconhecidas, mas elas provavelmente incluiam a necessidade de preencher o tesouro reduzido do país, confiscando o dinheiro dos judeus.

Hungria

Quando a Peste Negra atingiu a Hungria no século 14, os judeus foram expulsos do país.

Apesar de a população ter sido readmitida imediatamente, eles foram novamente perseguidos e expulsos em 1360 pelo rei húngaro Luís 1º, que não conseguiu convertê-los.

Apesar de os judeus terem podido retornar ao país pouco depois, eles foram expulsos periodicamente de algumas cidades em toda a Hungria e na Áustria durante os séculos seguintes.


Fonte: BBC

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